segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013



DAROLT, Moacir Roberto Engenheiro Agrônomo, Doutor em Meio Ambiente, Pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Ponta Grossa, C.Postal 129, CEP 84001-970, Fone/Fax: (42) 229-2829. E-mail: darolt@cce.ufpr.br



Para responder a esta pergunta, resolvemos apresentar alguns estudos relacionados à produção vegetal e também um estudo sobre a produção animal. Representando os vegetais demos ênfase à alface pois é, atualmente, uma das hortaliças mais consumidas pela população. Para tanto, apresentaremos os resultados de uma pesquisa recente, realizada por pesquisadores do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), que mostra a diferença entre o teor de nitrato na cultura da alface produzida em três sistemas diferenciados (orgânico, convencional e hidropônico). Na seqüência, mostraremos resultados com outras culturas na Europa e Estados Unidos. Finalmente, para os produtos de origem animal, saberemos se existe diferença entre ovos de galinha caipira e de granja.


Efeitos sobre os Teores de Nitrato

O aumento rápido do teor de nitrato nas plantas é a consequência mais conhecida do crescente aporte de adubos químicos nitrogenados, utilizados na agricultura convencional, para aumentar rapidamente a produtividade de hortaliças de folhas como a alface, couve, agrião, chicória, etc. Porém, o uso excessivo deste fertilizante associado à irrigação freqüente, faz com que ocorra acúmulo de nitrato (NO3-) e nitrito (NO2-) nos tecidos de plantas. Outros elementos que contribuem para o acúmulo de nitrato estão relacionados ao ambiente, fatores genéticos e ao manejo utilizado. Sabe-se, por exemplo, que o nitrato acumula mais em baixa luminosidade (dias nublados e curtos, no período de inverno, em locais sombreados e pela manhã). Os fatores genéticos são responsáveis pelas variações entre espécies e cultivares expostas à mesma condição de cultivo. Por último, o sistema de manejo (orgânico, convencional e hidropônico) pode causar alterações nos teores de nitrato na planta. 
O nitrato ingerido passa à corrente sanguínea podendo, então, reduzir-se a nitritos. Estes sim, são venenosos, muito mais que os nitratos. Tornam-se mais perigosos quando combinados com aminas, formando as nitrosaminas, substâncias cancerígenas, mutagênicas e teratogênicas. Tal reação pode realizar-se especialmente em meio ácido do suco gástrico, ou seja, no estômago. Desta forma, o monitoramento destas substâncias é essencial para garantir a qualidade dos alimentos consumidos pela população. 
Os resultados de uma pesquisa recente conduzida por pesquisadores do IAPAR (MIYAZAWA et. al., 2001) - comparando o sistema orgânico (uso de compostos orgânicos e estercos de bovino, como fonte de N), convencional (Uso de Uréia, NO3- , NH4+, cama de aviário como fonte de N) e hidropônico (estando o N na forma de NO3- e NH4+, fornecido em solução nutritiva) - mostraram que o teor de nitrato nas folhas de alface variaram entre 250 a 11.600 mg/kg, sendo que as folhas com menor concentração de nitrato foram aquelas cultivadas em sistema de produção orgânico. 
Pode-se notar que cerca de metade das amostras de alface cultivada em sistema orgânico apresentou concentração de nitrato menor que 1.000 mg/kg e apenas 25% das amostras apresentaram teor superior a 3.000 mg/kg; Por outro lado, as plantas cultivadas em sistema hidropônico apresentaram um teor de nitrato extremamente elevado, sendo que 70% das amostras tinham entre 6.000 e 12.000 mg/kg e apenas 3% das amostras tinham teor inferior a 3.000 mg/kg (Figura 1). Quanto ao teor de nitrato nas alfaces cultivadas em sistema convencional observou-se um nível intermediário entre cultivo orgânico e hidropônico. 

FIGURA 1- FREQÜÊNCIA DE CONCENTRAÇÃO DE NITRATO (N-NO3 - ) NAS FOLHAS DE ALFACE SEGUNDO DIFERENTES MÉTODOS DE CULTIVO. VALORES EM 103 mg/kg, BASE SECA. 


Segundo os autores, a menor concentração de nitrato nas folhas de alface cultivada organicamente, foi devido ao uso de fertilizantes que contém baixa concentração de Segundo os autores, a menor concentração de nitrato nas folhas de alface cultivada organicamente, foi devido ao uso de fertilizantes que contém baixa concentração de nitrogênio (N), tais como: esterco bovino, vermicomposto e a ausência de fertilizantes minerais, o que contribuiu para a menor absorção de nitrato (NO3-) pela planta. Por outro lado, no cultivo de alface em sistema hidropônico, o fertilizante nitrogenado é fornecido nas formas de NO3- e de NH4+. O NO3- dissolvido na água facilita a absorção pela raiz, o que faz com que haja uma absorção de quantidades muito acima da capacidade da planta reduzir NO3- para NH4+, acumulando, assim, o excedente no tecido vegetal. A pesquisa conclui que a ordem do teor de nitrato nas folhas de alface varia na seguinte ordem: orgânico < convencional < hidropônico. 
Traduzindo os resultados desta pesquisa para o nosso cotidiano, buscamos saber os níveis de nitrato toleráveis ao corpo humano, estabelecidos pela FAO - Organização das Nações Unidas responsável pela agricultura e alimentação em nível mundial. De acordo com a FAO, o índice de máxima ingestão diária admissível (IDA) de nitrato é de 5 mg/kg de peso vivo e 0,2 mg/kg para o nitrito. 
Dessa forma, a ingestão diária admissível para uma pessoa de 70 kg, por exemplo, seria de 350 mg de nitrato. Assim, se considerarmos que quatro cabeças de alface pesam aproximadamente 1,0 kg e têm, em média, 160 folhas, chegamos a conclusão - pelos resultados desta pesquisa - que uma pessoa de 70 kg comendo entre 4 e 9 folhas de alface hidropônica por dia já estará atingindo a dose diária máxima de nitrato permitida. No caso de crianças com peso menor, a quantidade de folhas ingeridas também deve ser proporcionalmente menor. Já no sistema orgânico esta mesma pessoa poderia comer, em média, mais de 50 folhas - ou mais de uma cabeça inteira de alface - para atingir o mesmo nível de nitrato. Sendo assim, o consumo de folhas de alface cultivadas no sistema hidropônico deve ser cautelosa, pois pode trazer algum risco à saúde humana. 
Diversos estudos realizados na Europa corroboram os resultados da pesquisa do IAPAR, mostrando que as taxas de nitratos nos legumes orgânicos são largamente inferiores a legumes obtidos por métodos convencionais (SILGUY, 1998). Um estudo realizado por LECERF (1994) do Instituto Pasteur de Lille, na França, fez uma síntese de vários trabalhos sobre a qualidade de alimentos orgânicos. Todos os estudos mostraram reduções de nitratos de 69 a 93% para vários legumes cultivados organicamente. Resultados semelhantes foram obtidos em outros países como Áustria, Holanda, Suíça e Alemanha, para cultivos de espinafre, cenoura e alfaces. 


Efeitos sobre os Teores de Matéria Seca e Outros Elementos 

Estudos realizados na França sobre os efeitos da adubação química nitrogenada na qualidade nutricional dos alimentos vegetais, mostraram que existe uma tendência de redução nos teores de matéria seca e açúcares, especialmente em frutos e legumes ricos em água. Segundo AUBERT (1977), alguns fabricantes de espinafre em conserva, do Oeste da França, constataram que, para fabricar uma lata de conserva de 1 kg, com teor de matéria seca constante, necessitavam duas vezes mais espinafres frescos que vinte anos atrás. Além disso, o estudo mostrou que o teor de matéria seca de espinafre e batata aumentou 23% quando adubados com matéria orgânica se comparados à adubação química tradicional (NPK). 
Pesquisando uma fruta conhecida como groselha, VOGTMANN (1984) percebeu que existem alterações em vários parâmetros, quando se compara a produção orgânica com a convencional. 


PARÂMETRO INCREMENTO (%) NA PRODUÇÃO ORGÂNICA SOBRE A CONVENCIONAL
MATÉRIA SECA + 2,7 
AÇUCARES +18,0 
ACIDOS + 0,3 
VITAMINA "C" +5,2 
CÁLCIO +2,5FÓSFORO +14,8 
MAGNÉSIO +11,2 
COBRE +15,2 
FERRO +14,2 
Fonte: VOGTMANN (1984) 


Apesar de a maioria das pesquisas mostrarem uma superioridade dos orgânicos, algumas pesquisas sobre o valor nutricional de alimentos orgânicos realizadas na América do Norte pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, 1984), mostraram que existem controvérsias a respeito da superioridade do alimento orgânico em termos de vitaminas, aminas, oligoelementos e minerais. Segundo o USDA que analisou sete trabalhos relacionados à qualidade nutricional dos alimentos orgânicos comparados à convencionais, não foi encontrada nenhuma evidência clara de que plantas cultivadas organicamente são superiores nutricionalmente às cultivadas no sistema convencional. Todavia, em relação à proteção à saúde os estudos são unânimes nos cuidados em relação ao uso de agrotóxicos, promotores de crescimento animal e outros aditivos químicos que entram acidentalmente na cadeia alimentar. 
Esta polêmica veio à tona desde a publicação do livro Silent Spring (Primavera Silenciosa) em 1962 da americana Raquel Carson, que trazia uma advertência comovente sobre os perigos representados pelos agrotóxicos sintéticos e, por isso mesmo, considerado como um marco para consciência ecológica que desencadeou o movimento das entidades não-governamentais de luta ambiental. Recentemente, foi lançado um livro que é considerado uma continuação aprofundada e atualizada do alerta de Carson, intitulado "O Futuro Roubado". Esta publicação oferece uma descrição detalhada sobre a pesquisa científica emergente que investiga uma ampla variedade de agentes químicos sintéticos que alteram delicados sistemas hormonais. Para COLBORN et al. (1997), embora as pesquisas estejam iniciando, estudos preliminares com seres humanos e animais relacionam os agentes químicos a inúmeros problemas, inclusive contagens baixas de espermatozóides no sêmen; infertilidade; deformações genitais; câncer desencadeado por hormônios, como o câncer de mama e de próstata; desordens neurológicas em crianças, como hiperatividade e déficit de atenção, além de problemas de desenvolvimento e reprodução de animais silvestres. 
Em síntese, no aspecto do valor nutritivo e toxicológico os alimentos provenientes da agricultura orgânica têm se mostrado superiores aos convencionais. Todavia, é um campo pouco explorado pelas pesquisas científicas que, apesar de não nos permitirem uma unanimidade na evidência da superioridade nutricional dos alimentos orgânicos, nos revelam que é urgente prevenir produtos químicos potencialmente perigosos à saúde. 

Ovos Caipiras são mais Ricos em Vitaminas e Isentos de Resíduos Químicos 

Um estudo realizado pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo Um estudo realizado pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo mostrou que os ovos de galinhas criadas soltas possuem cerca de quatro vezes mais vitamina "A" que os ovos de granja (GUIA RURAL ,1991). 
Além dessa vantagem (determinada pela presença de maiores teores de carotenóides totais e retinol), o ovo de galinha caipira, criada em sistema orgânico, não contém resíduos de antibióticos e de outros produtos químicos, pois não recebem rações comerciais. Já as galinhas de granja, tanto as criadas em galpões como em gaiolas, em sua maioria, são alimentadas com rações comerciais queapresentam antibióticos e produtos químicos. 
Um cuidado que o consumidor deve tomar é não procurar determinar o valor nutritivo de um ovo pela coloração de sua casca. A cor pode variar conforme a raça da galinha. Portanto, um ovo de galinha orgânica pode ter tanto casca branca como vermelha. 
Quanto ao conteúdo do ovo, a análise realizada pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas, procurou determinar os teores de carotenóides totais e de retinol. Os Carotenóides Totais são as substâncias (pigmentos) que dão a cor avermelhada à gema do ovo. Entre eles, o que existe em maior quantidade na gema é o beta-caroteno, uma pró-vitamina A, isto é, uma substância que se transforma em vitamina A depois de absorvida pelo organismo humano ou animal. 
O Retinol é outro nome dado a vitamina A, essencial para regeneração da pele e das mucosas. Na análise da USP, o ovo caipira continha três vezes mais retinol que o ovo de granja. Além disso, os carotenóides, também se transformam em vitamina A no organismo humano. Assim, a quantidade final dessa vitamina no ovo caipira, nesta pesquisa, ficou em torno de quatro vezes a existente no ovo de granja. 
Em resumo, observamos que também para os alimentos de origem animal existe uma tendência de superioridade na qualidade nutricional do alimento orgânico quando comparado ao sistema convencional, porém este é um campo de pesquisa ainda novo que deve ser aprofundado em benefício de toda comunidade científica e, sobretudo, do consumidor. 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

AUBERT, C. L'agriculture biologique: Pourquoi et comment la pratiquer. 4. ed. Paris: Le Courrier du Livre, 1977. 377 p. 

COLBORN, T.; DUMANOSKI, D.; MYERS, J.P. O futuro roubado. Tradução Cláudia Buchweitz. Porto Alegre: L&PM, 1997. 354 p. 

DAROLT, M.R. As Dimensões da Sustentabilidade: Um estudo da agricultura orgânica na região metropolitana de Curitiba-PR. Curitiba, 2000. Tese de Doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento, Universidade Federal do Paraná/ParisVII. 310 p. 

GUIA RURAL. Manual de Agricultura Orgânica. São Paulo: Editora Abril, 1991. p. 53-55. 
LECERF, J-M. Pourquoi manger Bio ? Les arguments scientifiques. Revue Nature et Progrès, Paris, mai/août. 1994. 

MIYAZAWA, M.; KHATOUNIAN, C. A. & ODENATH-PENHA, L.A. Teor de nitrato nas folhas de alface produzida em cultivo convencional, orgânico e hidropônico. Agroecologia Hoje. Ano II, N. 7, Fev./Mar. 2001, p. 23. 

USDA. Department od Agriculture. Grupo de Estudos sobre a agricultura orgânica. Relatório e recomendações sobre agricultura orgânica/ Tradução de Iara M. C. Della Senta. Brasília: CNPq/Coordenação Editorial, 1984. 128 p. 

VOGTMANN, H. Organic farming practices and research in Europe. In: BEZDICEK,D.F et. al. Organic Farming: Current Technology and Its Role in a Sustainable Agriculture. ASA Special Publication, Number 46, 1984. p. 19-36.

Ferreira On 2/25/2013 04:48:00 AM Comentarios LEIA MAIS

sábado, 23 de fevereiro de 2013



Fé, fraternidade, juventude e meio ambiente: Uma aliança sustentável 


     Neste ano, a campanha da fraternidade propõe um tema de reflexão no período da quaresma, para ser um instrumento de ajuda para cada cristão(a) se preparar melhor para páscoa: : “A Fraternidade e Juventude”. Um dos objetivos da Campanha de 2013 é sensibilizar os jovens para serem agentes transformadores da sociedade, protagonistas da civilização do amor e do bem comum. Sem jovens é impossível conseguir sustentabilidade para as atividades, levando a um “envelhecimento” da população rural, que tem dificuldades em assumir as tarefas pesadas do campo. Segundo especialistas, a dificuldade de mudar o comportamento em relação ao meio ambiente não é partilhada uniformemente pela sociedade. As crianças e os jovens são mais sensíveis a essa virada de atitude, porque seus hábitos ainda não estão consolidados. Por isso, é muito importante investir na educação e qualificação das crianças e jovens para melhorar a vida de nosso planeta e termos o tão desejado desenvolvimento sustentável. 




A fé, os jovens e o meio ambiente 

     Crer também é cuidar da flora, fauna e recursos naturais! A fé no Deus criador e na criação de Deus deveria, ao natural, nos levar ao engajamento concreto e prático em defesa da vida. Deveríamos ser ecológicos como é o Deus da nossa fé, o criador e defensor da vida! A Terra é a nossa casa comum e o único lugar que temos para habitar. Mas ela não é somente nossa; é o espaço de muitos povos de hoje e do futuro e, de uma infinidade de outras formas de vida. O cuidado com o meio ambiente é responsabilidade de todo cristão(a), mas especialmente nos jovens é que depositamos nossa maior esperança de um mundo melhor para nossos filhos e netos. A Bíblia nos apresenta várias passagens nas quais encontramos Deus se reportando à respeito do cuidado com a natureza. Quando desrespeitamos a natureza, não utilizamos de forma sustentável os rios, as florestas, o solo, o ar e tudo aquilo que é necessário para a vida do planeta, demonstramos que não estamos pensando nas futuras gerações e transmitimos a ideia de que precisamos extrair tudo agora e que todos os recursos naturais são infinitos. Essa é uma visão completamente fora do propósito de Deus na relação do homem com a natureza. O desenvolvimento sustentável, tão falado atualmente em todos os setores, é um modelo econômico capaz de satisfazer as necessidades das gerações atuais, levando em consideração as necessidades e interesses das futuras gerações. Isto é, promove o desenvolvimento sem deteriorar ou prejudicar a base de recursos que lhe dá sustentação. Em outras palavras, sustentabilidade é “suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas”. 

     Atualmente, o problema da poluição ambiental não está somente nas periferias das grandes cidades, mas também nos que vivem longe delas. O ar tóxico desprendido pelas fábricas entra nas casas de todos, independente de onde foi originada a emissão. A água e o solo contaminados por chorume e agroquímicos (adubos químicos e agrotóxicos), contaminam as fontes de água e os alimentos. A erosão e degradação dos solos é outro problema causado pela agricultura dita “moderna”, pois ao incentivar o uso exagerado da mecanização, provoca o assoreamento dos rios, lagos e outras fontes de água, contaminando-as e contribuindo para aumentar as catástrofes (enchentes e desmoronamento de morros). São visíveis os graves problemas ambientais causado pela agricultura “moderna”, colocando em risco a vida do planeta, a saúde das atuais e futuras gerações, além dos problemas sociais e econômicos. Intoxicações e mortes causadas pelos agrotóxicos, registradas no Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina, indicam que entre 1984 e 2011 ocorreram 285 mortes e um total de 12.245 pessoas intoxicadas, somente em Santa Catarina. No Brasil, 280 mil trabalhadores se intoxicam por ano. No mundo estima-se que são 3 milhões de pessoas intoxicadas por ano (OMS) com 220 mil mortes. Estima-se que para cada registro oficial, ocorre pelo menos 10 casos não registrados (dificuldade no diagnóstico dos efeitos crônicos). Ao pesquisar a evolução das intoxicações por agrotóxicos em Santa Catarina, na década de 1991 a 2000, verificou-se, em média, que 350 pessoas foram intoxicadas por ano, enquanto que na última década (2001 a 2010), foram 600 pessoas intoxicadas por ano, ou seja, um aumento de 75% de pessoas intoxicadas (fonte: www.cit.sc.gov.br). 

     Felizmente, o interesse pelas questões ambientais cresceu entre os jovens nos últimos anos; quase três em cada quatro jovens brasileiros (74%) disseram estar preocupados com a questão ambiental, em uma pesquisa realizada em 14 países. A poluição ambiental ganhou mais destaque do que problemas como pobreza e conflitos políticos, entre os cerca de 200 jovens de oito a 24 anos de idade entrevistados em cada um dos países. Para os jovens, não se trata mais de uma questão de conscientização! A hora é de ação! O surgimento de organizações de juventude dos movimentos rurais do Brasil é um fenômeno que tem impressionado. Em todos os movimentos sociais rurais, a juventude está organizada. A nova juventude rural tem entre suas bandeiras de luta, não só o acesso à terra, saúde, cultura, educação e renda, mas também a promoção do desenvolvimento sustentável e a preservação do ambiente. Os jovens, organizados em seus estados, perceberam a necessidade de conexão para a ampliação de seus trabalhos e criaram, por exemplo, a REJUMA – Rede de Juventude pelo Meio Ambiente. Essa Rede interliga jovens de todos os 26 estados e do Distrito Federal, criando uma grande força de renovação, mobilização e ação. A todo o momento, vimos pela internet e publicações, novas ações dos jovens espalhados por todo o país visando a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. Esta conscientização aumenta a cada ano e este processo, não tem mais como reverter; ou os jovens e outras camadas da população e, especialmente os governantes e o setor privado de produção melhoram a participação visando a preservação do meio ambiente, ou então vão ficar fora do processo. Para maiores informações e conhecimento sobre as principais ações dos jovens no país, sugere-se acessar a publicação “O jovem e o meio ambiente” no seguinte endereço: http://www.institutovotorantim.org.br/pt-br/saladeimprensa/publicacoes/ed07OndaJovemMeioAmbiente.pdf



O êxodo rural dos jovens e os incentivos para permanecer no campo 

     Podemos definir êxodo rural como sendo o deslocamento de pessoas da zona rural (campo) para a zona urbana (cidades) e ocorre quando os habitantes do campo visam obter condições de vida melhor. Desde 1970, o Brasil registra um processo de encolhimento da população rural, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística); em 2010 havia 29.830.007 residentes na região rural, contra 31.835.143 em 2000. Esse processo, presente há mais de 40 anos no Brasil, preocupa muito os governos e, o que é pior, provoca o “envelhecimento” do campo, devido à migração de inúmeros jovens para as cidades. Entre os anos de 2000 e 2010, o êxodo rural atingiu mais de 835 mil jovens de 15 a 24 anos em todo o país, revela o IBGE. Ao chegar aos centros urbanos, muitos ficam vulneráveis e não raro são tentados ao mundo do crime. Segundo dados do IBGE, entre 1996 e 2006 o número de jovens com até 29 anos que deixaram o campo chegou a três milhões. Segundo especialistas, o principal problema da migração dos jovens para o campo é a falta de acesso à bens culturais e a falta de autonomia no campo. Os jovens rurais também querem ter acesso aos bens das demais juventudes e, na sua atividade no campo, não são autônomos e precisam dividir a renda com o pai, dono da propriedade. Além disso, especialmente a partir dos anos 80, o país começou uma intensa mecanização da agricultura e uso de insumos modernos, favorecendo novos sistemas de plantio, tratos culturais e colheita e predomínio da monocultura. Em consequência, a produção agrícola necessita, cada vez menos, mão-de-obra e, é justamente a falta de oportunidades para os jovens que os faz sair das áreas rurais e migrar para áreas urbanas. Centros urbanos ainda são atrativos para jovens que buscam alternativas econômicas e educativas diferentes daquelas encontradas no meio rural. Com a elevação da oferta de emprego, principalmente no setor industrial e de serviços, além de encontrar condições mais acessíveis de estudos nas cidades, como escolas técnicas e faculdades, os centros urbanos tornam-se o rumo natural dos jovens nascidos no campo. Portanto, os principais motivos que fazem com que grandes quantidades de habitantes saiam da zona rural para as grandes cidades são: busca de empregos com boa remuneração, mecanização da produção rural, fuga de desastres naturais (secas, enchentes, etc), qualidade de ensino e necessidade de infra estrutura e serviços (hospitais, transportes, educação, lazer e etc). 

     Como fazer para segurar, por exemplo, um adolescente que vai estudar na cidade e lá se depara com celular e internet, normalmente ausentes no campo? Precisamos de políticas voltadas para o campo para que eles não queiram ir para as cidades. Nos jovens rurais está depositada a continuidade da atividade agrícola das famílias do campo, que são responsáveis pela capacidade produtiva do país e, em manter a soberania alimentar do Brasil. A agricultura familiar, presente no mercado brasileiro, explorando o ambiente sem degradar a natureza, pode proporcionar a permanência do homem no campo e a geração de renda ambientalmente correta, gerando os produtos da cesta básica consumidos pelos brasileiros. O desenvolvimento sustentável passa pela agricultura familiar, que tem grande potencial de trabalho para a juventude. Na cidade ou no campo, um desenvolvimento que assegure o futuro das novas gerações exige repensar todos os nossos modos de viver, desde hábitos cotidianos que degradam o ambiente e desperdiçam recursos, até a forma econômica de gerar trabalho e renda. Especialistas concordam que uma das melhores possibilidades do Brasil nesse caminho, está no campo com a agricultura familiar. Com 80% dos 4,8 milhões de estabelecimentos rurais nas mãos de pequenos produtores, o setor emprega 70% da mão-de-obra rural e responde por 10% do PIB nacional e 40% do PIB da agropecuária. Além de responder pela maior parte dos alimentos na mesa dos brasileiros, ela permite o uso de métodos menos prejudiciais ao ambiente e emprega mais pessoas, criando alternativas especialmente para os jovens em busca de construir um futuro. A agricultura familiar se faz em pequenas áreas e privilegia a diversificação de atividades (biodiversidade) e não a monocultura (agronegócio típico de latifúndio), favorecendo a sustentabilidade ambiental, social e cultural desse modelo. Para especialistas, a agricultura familiar brasileira ainda não tem sido contemplada como deveria e continua com dificuldades para a geração de renda e inserção nos mercados, devido a falta de acesso à bens de serviço e infra estrutura. Os jovens, que acabam empurrados para as grandes metrópoles em busca de oportunidades de trabalho e estudo, são os que mais sentem a falta de investimentos e políticas para o setor. O Ministério do Meio Ambiente e, os governos estaduais, estão preocupados com o desenvolvimento de políticas integradas, controle social, desenvolvimento sustentável e fortalecimento da política ambiental que contemple os vários segmentos da sociedade. Muitas iniciativas no sentido de auxiliar os jovens a permanecerem no campo, estão sendo tomadas, mas é preciso avançar muito mais para que eles fiquem “por opção” e não “como única opção”. 

     As soluções para reverter o êxodo rural dos jovens passa pela qualificação dos mesmos (Figura 1). O jovem agricultor deve receber uma educação integral destinada a conhecer e compreender a realidade em que vive. Tudo ocorre de forma global e integrada, o que faz com que a transferência de conhecimentos esteja direcionado para a agricultura. Qualificar significa, não apenas prepará-lo para lidar com as novas tecnologias, mas, educá-lo, ensinando-o a aprender e a buscar o conhecimento, a fim de melhorar sua atuação na atividade e no meio em que vive. Qualificação constitui um processo permanente, principalmente para aqueles que formam uma cadeia produtiva, como é o caso da agricultura.

Figura 1. A qualificação dos jovens é uma das formas de mantê-los no campo: A foto ilustra a formação de 29 jovens rurais iniciada no dia 15 de fevereiro de 2013 no Alto Vale do Rio do Peixe, no Centro de Treinamento da Epagri (Cetrevi) em Videira. 

     É importante destacar que a qualificação dos jovens visando o desenvolvimento sustentável através da aplicação dos princípios da agroecologia, é fundamental para a permanência dos mesmos no campo. Mas o que é agroecologia? É a ciência que nos ajuda a articular diferentes conhecimentos(sociologia, antropologia, física, economia ecológica.....) e saberes populares para a busca de mais sustentabilidade na agricultura. E o que é agricultura mais sustentável: Agricultura ecologicamente equilibrada, economicamente viável, socialmente justa e humana; o conceito inclui ainda segurança alimentar, produtividade e qualidade de vida; é uma produção agrícola que não comprometa nossa capacidade futura de praticar agricultura com sucesso, mantendo a qualidade do meio ambiente. Princípios tais como o manejo agroecológico do solo, considerando-o como um organismo “vivo” (adubação orgânica, compostagem, plantio direto e mínimo), práticas culturais que conservem e aumentem a biodiversidade (rotação e consorciação de culturas, incluindo adubos verdes) e promovam a cobertura do solo (cobertura morta e viva), considerando as plantas espontâneas como “amigas” dos cultivos, e, o uso somente quando necessário, de produtos alternativos que prejudiquem, o menos possível, o meio ambiente, são essenciais quando se visa a produção de alimentos de forma mais sustentável. Quando se adota os princípios da agroecologia e não os “pacotes tecnológicos” oriundos da agricultura “moderna”, fica evidente que é impossível alcançar um desenvolvimento sustentável utilizando-se tecnologias degradadoras do meio ambiente. Outro atrativo para os jovens aplicarem os princípios da agroecologia na produção de alimentos é o menor custo de produção, pois neste sistema não dependem do uso de insumos caros (a maioria são importados e reajustados anualmente) e, o mais importante, agregam maior valor aos produtos por serem alimentos sem contaminação por agrotóxicos e fertilizantes químicos. Portanto, o desenvolvimento de sistemas produtivos mais sustentáveis, só tem vantagens para os jovens agricultores! 


Considerações finais 

     No início de 2013, renovamos a nossa esperança e a nossa fé em um mundo melhor, com paz, harmonia e amor construídos por pequenos gestos de compreensão, solidariedade, respeito, fraternidade e consciência ecológica. O mundo não podemos mudar, mas podemos mudar a nós mesmos. Fazer a sua parte e alertar, esclarecer e orientar é compromisso de todos! Todos deveriam aprender que o cuidado do meio ambiente não é responsabilidade só dos ambientalistas e dos governantes, mas de todo cristão(a). 

     O homem não é o soberano senhor, mas o responsável diante de Deus pelo emprego correto dos recursos naturais e pela preservação das demais espécies. Nossa tarefa é contribuir para que a criação seja protegida e, a nossa postura em relação à poluição ambiental, ao uso de agroquímicos, o desflorestamento, o aquecimento global e muito mais, deve ser para agradar a Deus e honrar Ele como criador de todas as coisas. Tudo o que existe foi criado por Deus e entregue ao homem e à mulher. Mas o que a humanidade vem fazendo com a criação de Deus? 

     E você o que tem feito de concreto para contribuir com a preservação do meio ambiente? 


Ferreira On 2/23/2013 10:39:00 AM 2 comments LEIA MAIS

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013



     

     O inhame (Dioscorea cayenensis Lam) é uma importante hortaliça-rizoma, cultivado especialmente nas regiões Centro-Sul e Nordeste brasileiro. No Brasil, diferentes denominações vulgares para a cultura ocorrem por regionalização. Por exemplo, a palavra inhame, no Sul e Centro-Sul do Brasil, é aplicada à espécie comestível, de valor econômico apreciável, Colocasia esculenta (L.) Schott, pertencente à família Araceae, também referida por taro. Em São Paulo, particularmente, cultiva-se muito Dioscorea alata L, que é conhecida por cará, palavra de origem Tupi. No Nordeste, a palavra inhame também é muitas vezes substituída por cará, especialmente quando em referência às túberas de D. alata (cará São Tomé e cará Nambu). Para ser evitada duplicidade de termos, ficou estabelecido por ocasião do I Simpósio Nacional sobre as Culturas do Inhame e do Cará, realizado em 2001, em Venda Nova do Imigrante, no Espírito Santo, que no meio técnico-científico nacional, a partir daquela data, o termo cará seria substituído definitivamente por inhame e o inhame (C. esculenta) denominado definitivamente de taro.

     O inhame também conhecido como cará-da-costa, é uma planta de origem africana, sendo cultivado no mundo inteiro por se tratar de um alimento energético e de alto valor nutritivo. O inhame é uma planta herbácea, com caules volúveis que produz rizomas isolados ou em feixes, com coloração escura na casca e polpa de cor branca, amarelada ou avermelhada (Figuras 1 e 2). Pertence à mesma família do mangarito e da taioba. No Brasil existem cinco gêneros e 625 espécies. A maioria das espécies não serve para alimentação. O ciclo do inhame é anual, mas uma planta pode produzir dois tipos de túberas: as comerciais, colhidas entre sete a nove meses, ou precocemente, cinco a sete meses após o plantio, o que proporciona, neste caso, a produção de túberas-sementes, três meses após às túberas comerciais. As túberas comerciais, também denominadas de rizóforos, constituem-se em produto agrícola de apreciável valor comercial no mercado interno e externo.



      Figura 1. Hortaliça-rizoma: Inhame


Uso culinário, propriedades nutricionais e terapêuticas: O inhame pode substituir a batata em qualquer receita: purê, salada, fritura, para engrossar sopas e pastas de legumes. Pode-se fazer massas com inhame ralado e, assim, dispensar a utilização de farinha. O ideal é cozinhar o rizoma com a casca para preservar os nutrientes. Além disso, é mais fácil descascar depois de cozido. O inhame descascado é branco e tem uma consistência muito firme, mas após ser cozido fica com um tom levemente azulado e torna-se macio. Para quem tem intolerância ao glúten, o inhame é ótima opção. A folha da trepadeira também pode ser aproveitada. Cozida ou refogada, pode ser consumida em diferentes pratos.    No nordeste brasileiro, costuma-se comer o inhame cozido  com um pouco de mel ou melado no café da manhã. Forma de preparar: cozinhe com ou sem casca; mantendo a casca na cocção, nutrientes como vitaminas e minerais hidrossolúveis não se perdem. Após descascar, deixe-o imerso em água com vinagre para não escurecer. Ao cozinhar, apenas cubra com água fervente salgada. Cortado em cubos de 2 por 2cm, cozinha em 6 minutos; portanto, em sopas não misture com cenoura, por exemplo, que demora mais para cozinhar. Ao cozinhar inteiro, verifique com o garfo se já está macio. Após esfriar, puxe a casca com  a faca. Cozido, pode ser fritado, refogado ou passado em manteiga ou azeite e servido polvilhado com ervas. São recomendados para pessoas com alto gasto energético, porque é um alimento calórico, com a vantagem de ser de digestão fácil e rápida. O inhame é rico em amido e em beta caroteno (vitamina A), boas fontes de vitaminas C e do complexo B, além de conterem cálcio, fósforo e ferro. No entanto, deve-se ter atenção especial com as espécies de inhame de procedência duvidosa, pois algumas delas são venenosas, podendo causar graves danos à saúde e até a morte. O inhame é fonte de carboidratos complexos, proteínas, minerais e vitaminas. Estimula a depuração do sangue, facilitando a saída das impurezas através da pele, rins e intestinos. Além disso, reduz o colesterol ruim e ajuda a controlar os níveis de ácido úrico no organismo. No começo do século passado já se usava elixir de inhame para tratar sífilis. Fortalece o sistema imunológico. Os médicos orientais recomendam comer inhame para fortificar os gânglios linfáticos, que são os postos avançados de defesa do sistema imunológico. A medicina oriental utiliza o rizoma também como anti-inflamatório, em tratamentos contra reumatismo, artrite e outras inflamações. Para as mulheres, o inhame é um aliado: aumenta a fertilidade, alivia sintomas da tensão pré-menstrual e da menopausa por conter fitoestrógenos, que ajudam a regular os níveis hormonais.





Figura 2. Inhame: Fase vegetativa


Inhame combate a dengue: Mito ou verdade? 
A ciência não descarta supostos benefícios para amenizar os sintomas da doença (Fonte: http://deodefreitas.blogspot.com.br/2011_11_01_archive.html) 

     A dengue é uma infecção virótica que faz doer o corpo inteiro, especialmente as juntas, e provoca muita febre; deixa a pessoa fora de combate por algum tempo e pode matar. Comer inhame, alho ou ingerir complexo B previnem a dengue. O que atrai a fêmea do mosquito para o corpo humano é o cheiro. Por isso, qualquer produto que ingerimos, quando eliminado do organismo, confunde a fêmea, já que modifica nosso cheiro. Mas cuidado! Essas substâncias precisam ser consumidas em grandes quantidades para que a eliminação chegue a confundir o mosquito. Inhame em grande quantidade não faz tão bem ao organismo, complexo B em excesso causa toxidez e o alho, traz aquele mau hálito. O Inhame é muito usado na fitoterapia. No caso da dengue, o doente tem que tomar cuidado com a forma desta ingestão. Como as pessoas afetadas pela doença, geralmente, ficam sem apetite, muitas se esforçam e comem somente o tubérculo achando que serão curadas, o que pode gerar outros problemas. A chave para se recuperar está na hidratação, seja em forma de água, suco ou o soro que pode ser retirado gratuitamente nos postos de saúde. A suposta cura da dengue está relacionada às propriedades depurativas e a presença de vitamina B que compõem o tubérculo. A crença popular julga que estas propriedades são capazes de expulsar o vírus do organismo e a vitamina B, afastaria o mosquito através de substancias exaladas pelo suor. Hoje em dia sabe-se que, uma alimentação rica em potássio, sais minerais e carboidratos que são encontrados na banana, melão, beterraba, batata e o famoso inhame, agiliza a cura. Vale destacar que quem estiver bem debilitado o melhor remédio é a hidratação venosa. Mas, o melhor tratamento é acabar com as larva e os focos dos mosquitos e para aqueles que estão doentes a indicação é repouso, nutrição e hidratação. Mas isso não significa que se você ficar quietinho, comendo sopa com suco de inhame, irá se recuperar mais rápido.


Cultivo: O inhame é uma planta tipicamente tropical, de clima quente e úmido. Para um bom desenvolvimento da cultura, a temperatura média deve ser de 23 a 25ºC; não tolera frio e, especialmente geadas. Cultivares: Existe uma grande variedade de inhames, entre as quais o inhame-branco, o inhame-bravo, o inhame-cigarra, o inhame-da-china (também chamado de inhame-cará) e o inhame-taioba. Há diversas cultivares de inhame que são comestíveis: São Tomé e o Sorocaba, além do Cará-da-Costa e do Cará-Mandioca, que, apesar dos nomes, referem-se mesmo ao inhame. Dentro de cada espécie, existe ainda uma variação entre os clones, principalmente no aspecto dos tubérculos, na cor da polpa e na adaptação. Entre os principais podem ser citados a variedade São Tomé, bastante difundida na região Centro-Sul e no Nordeste, o Cará-da-Costa, é o mais cultivado. Propagação: propaga-se exclusivamente através de material vegetativo. Podem ser usados rizomas pequenos, inteiros, que não atingem o padrão comercial, mas com peso mínimo de 100g; os rizomas maiores podem ser cortados em pedaços, contendo de duas a três gemas cada um, com peso na faixa de 250 a 350g. Todas as partes podem ser usadas no plantio, embora a parte de cima apresenta melhor pegamento que as partes do meio e da ponta, pois tem maior quantidade de gemas. É preciso deixar os rizomas em repouso, após cortados, em local ventilado para que cicatrize a parte cortada, impedindo a entrada de patógenos. As túberas-sementes, conhecidas pelos agricultores nordestinos por mamas, são produzidas por meio de técnica denominada capação, que consiste na retirada da túbera comercial, deixando-se suficiente quantidade de tecidos no local da extirpação, para possibilitar a formação de um aglomerado de pequenas túberas, que são colhidas três meses após. Tais túberas são produzidas por um número limitado de agricultores que comandam esse tipo de mercado, com apreciáveis lucros econômicos. Solo e adubação: O inhame prefere solos areno-argilosos ou mesmo arenosos, leves e bem profundos, com pH na faixa de 5,5 a 6,0. A planta responde bem ao fósforo; por isso, se o teor no solo for baixo, conforme a análise do solo, feita com antecedência, recomenda-se adicionar fosfato natural ao adubo orgânico ou aplicá-lo diretamente no solo, antes do plantio. Preparo do solo, plantio e espaçamento: O inhame pode ser plantado em sulcos abertos no solo, ou em leiras. Os sulcos só serão indicados para solos bem soltos e, devem ser abertos numa profundidade de 15 a 20cm. Em terrenos mais pesados, recomenda-se utilizar leiras para o plantio. A altura das leiras deve ser de, pelo menos, 30 cm. Deve ser feito um sulco no topo das leiras, com cerca de 15 cm de profundidade. Neste sulco é distribuído o adubo orgânico, de acordo com a análise do solo e do adubo. No Nordeste, o plantio irrigado é feito de setembro a outubro e, sem irrigação, de janeiro a março. No Centro-Sul, o plantio é feito de setembro a dezembro, quando começa o período das chuvas. Em regiões de baixa altitude, com temperaturas médias anuais mais elevadas, planta-se de junho a setembro. No plantio, as mudas devem ser distribuídas ao longo da leira ou do sulco, colocando a parte cortada virada para baixo. Após a distribuição, as mudas devem ser cobertas com uma camada de 5cm de terra. Para a cultura conduzida no sistema rasteiro, o espaçamento pode ser de 80 a 90 cm entre linhas por 20 a 30 cm entre plantas. No caso do tutoramento, recomenda-se o espaçamento de 1,20m entre linhas e 40 a 60cm entre plantas. Se o solo for fértil e a umidade alta, recomenda-se utilizar espaçamentos mais apertados, para evitar que os rizomas cresçam muito, o que dificulta sua aceitação em mercados mais exigentes. Capinas: até os 100 primeiros dias após o plantio, a linha de plantio deve estar livre de plantas espontâneas. As capinas, na fase inicial devem ser feitas em faixas, limpando-se junto às plantas e mantendo uma faixa de plantas espontâneas ou de adubos verdes, de cerca de 20 cm entre as linhas de cultivo. Consorciação de culturas: O plantio consorciado de espécies vegetais traz benefícios para as culturas de interesse econômico, segundo pesquisadores da Embrapa Agrobiologia. O cultivo orgânico de inhame entre faixas de guandu confere sombreamento e protege as folhas dessa hortaliça contra queimaduras do sol, durante o seu crescimento, além de promover controle do crescimento de ervas espontâneas. O guandu participa do consórcio como adubo verde e fornece quantidades significativas de nitrogênio para o inhame. É plantado em faixas distanciadas de 4 a 6m, sendo as mesmas formadas por fileiras duplas espaçadas de 0,50m. É podado cerca de 100 dias após o plantio do inhame e sua palhada é mantida sobre o solo, disponibilizando, assim, ao se decompor, nitrogênio oriundo da fixação biológica do ar. O cultivo consorciado com a leguminosa Crotalária juncea promoveu maior altura nas plantas do inhame, assim como reduziu a queima de folhas pelos raios solares. A população infestante de ervas espontâneas foi mais efetivamente controlada com a combinação entre consórcio e plantio direto em cobertura morta de aveia preta. Irrigação: Durante o período chuvoso, a cultura não precisa de irrigação, pois é bastante resistente à seca. Na falta de chuvas, o uso de irrigação após o plantio apressa a brotação e favorece o desenvolvimento inicial das plantas, obtendo-se colheitas precoces e melhores preços na comercialização. Quando atinge o ponto de colheita, o excesso de umidade no solo pode provocar apodrecimento e brotação dos rizomas. Em média, as chuvas por ano devem superar os 1.500mm, devendo ter disponíveis 400 mm entre os 3,5 e 5 meses de vegetação. Tutoramento: É feito com varas com 2m de comprimento. Pode-se utilizar uma vara por planta ou uma para cada duas plantas. Também pode-se fazer o tutoramento na forma de cerca cruzada, semelhante ao utilizado na cultura do tomate. O tutor é fincado na leira, bem firme. A planta se desenvolve sobre este apoio, enroscando-se sozinha. Doenças e pragas: Apesar de existir referência de ataque de doenças e pragas, o inhame é uma planta bastante rústica, principalmente se o sistema estiver equilibrado através do uso de prática adequadas, tais como adubação equilibrada, uso de sementes não contaminadas, rotação de culturas e adubação verde.


Colheita: O ciclo do inhame, do plantio à colheita, dura de 8 a 10 meses. O ponto de colheita é quando as folhas ficam amarelas e os ramos secam. A colheita manual é feita com auxílio de enxada ou enxadão, tomando-se cuidado para não ferir os rizomas. Depois, eles são recolhidos e colocados em caixas. Para comercializá-los é preciso limpar e retirar as raízes. Pode-se lavar os rizomas, deixando secar, em seguida, para uma adequada embalagem. Para estocar, o inhame deve ser colocado em galpão arejado e fresco, sendo os rizomas espalhados em uma camada fina. É possível estocá-los por até dois meses.
Ferreira On 2/18/2013 02:59:00 AM 3 comments LEIA MAIS

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

06 de Fevereiro : Dia do Agente de Defesa Ambiental



      No dia 6 de fevereiro é comemorado o Dia do Agente de Defesa Ambiental, homenageando aqueles que trabalham pela proteção do nosso meio ambiente e pelo desenvolvimento sustentável.

     Mas o que é meio ambiente? É o conjunto de condições e componentes físicos, químicos e biológicos que possibilitam, regem e abrigam a vida em todas as suas formas. É toda a natureza que nos cerca, nos envolve, inclusive nós mesmos e nossa relação com o mundo em que vivemos. Tudo está interligado – pessoas, animais, florestas, rios, lagos, oceanos, cidades, além do ar que respiramos.

    O que é desenvolvimento sustentável? É um modelo econômico capaz de satisfazer as necessidades das gerações atuais, levando em consideração as necessidades e interesses das futuras gerações. Isto é, promove o desenvolvimento sem deteriorar ou prejudicar a base de recursos que lhe dá sustentação. Em outras palavras, sustentabilidade é “suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas”.

     Qual a função do Agente de Defesa Ambiental? É responsável por fiscalizar, resolver e propor atividades e obras para a conservação e prevenção do meio ambiente, através de vistorias, estudos técnicos de locais, análise de processos e avaliação de impactos, visando o cumprimento da legislação ambiental. Esse profissional promove a educação, orientando o público sobre os cuidados existentes para garantir a preservação do meio ambiente, e o seu controle de qualidade. Além disso, é sua função garantir o correto funcionamento do sistema de vigilância, monitoramento e coibição de infratores, e combater os danos causados pelo homem, à natureza.
     A natureza é um grande patrimônio da humanidade, do qual depende a nossa sobrevivência. Nos moldes de produção e consumo atuais, o meio ambiente do planeta está sendo rapidamente degradado. Diversas espécies encontram-se extintas e alterações climáticas vêm destruindo cidades, aumentando o nível do mar e inutilizando áreas que uma vez foram agricultáveis. Para reverter o processo e evitar a extinção da própria raça humana, precisamos tomar ações de prevenção e manutenção do meio ambiente enquanto ainda há tempo, permitindo que as futuras gerações possam viver em harmonia com a natureza. Quem lê jornal, assiste às notícias na televisão ou navega pela internet, frequentemente, se depara com notícias do tipo: o planeta Terra está aquecendo, as geleiras estão derretendo, os rios contaminados matam peixes e intoxicam a população local, o buraco na camada de ozônio e os gases do efeito estufa preocupam os cientistas e, assim por diante.
     Todas as pessoas, que de alguma forma, protegem o meio ambiente, podem ser considerados Agentes Ambientais e estão mesmo de parabéns, por isso, parabéns a todos nós! Este é o momento apropriado para refletirmos sobre a necessidade urgente de sermos protagonistas nas questões ambientais e, consequentemente, potenciais agentes ambientais. Todos nós dependemos do meio ambiente para sobreviver, por isso precisamos cuidar do nosso planeta, começando a respeitar as leis ambientais e preparando-as para as gerações futuras, a fim de possibilitar um planeta sadio para nossos sucessores.

  Mas como poderemos, na prática, em nosso dia-a-dia, promovermos o desenvolvimento sustentável e sermos, de fato, considerados também um agente ambiental? 
     A idéia central da Sustentabilidade é que é possível continuarmos vivendo neste planeta com qualidade de vida e nos desenvolvendo de forma com que haja continuidade e equilíbrio em relação aos recursos naturais. Tudo o que se retira se apenas retiramos, uma hora vai acabar. Assim, devemos oferecer ao planeta tanto quanto retiramos dele. Por exemplo, se retirarmos de um terreno duas árvores para construir nossa casa, obrigatoriamente deveríamos plantar no mínimo duas árvores. Atualmente, sustentabilidade virou praticamente uma palavra da moda no mundo inteiro. Todos gostam de agregá-la aos seus discursos políticos e empresariais. Mas afinal de contas, como podemos ajudar na prática no nosso dia a dia?

Algumas dicas práticas, destacando-se as 12 primeiras, para economizar energia, diminuir o aquecimento global e proteger o planeta!

Fonte: adaptado do “53 dicas práticas para você economizar energia e proteger o planeta” de Daniel Cassiano Lima - Biólogo (CRBio 27587/5-D)


01.Nunca é demais lembrar: recicle. Recicle no trabalho e em casa. Lembre-se de que o material reciclável deve ser lavado (no caso de plásticos, vidros e metais) e dobrado (papel). Agindo assim, ainda estará humanizando o difícil trabalho dos catadores nos lixões. Vale lembrar que utensílios como móveis, entulhos, eletrodomésticos e baterias de celulares e computadores não devem ser jogados no lixo convencional. Há serviços especializados para recolher móveis, entulhos, grandes objetos, computadores, pilhas, baterias e outros. Informe-se junto à prefeitura de seu município.


02. Faça compostagem: Cerca de 3% do metano que ajuda a causar o efeito estufa é gerado pelo lixo orgânico doméstico. Aprenda a fazer compostagem: além de reduzir o problema, especialmente nas cidades, a compostagem reduz pela metade o lixo e, em consequência diminui o trabalho e, o mais importante, polui menos o meio ambiente. Todos ganham com a transformação do lixo em composto orgânico! as prefeituras, os recolhedores do lixo, a população que terá uma cidade mais limpa e com menos cheiro desagradável, a horta, o jardim e até as plantas ornamentais cultivadas em vaso, pois terão um adubo natural de ótima qualidade e barato feito em casa, sem poluir o meio ambiente. Veja como preparar e os cuidados que se deve ter para produzir um adubo natural de boa qualidade através da matéria já postada neste blog em 29/11/2010.


03. Nunca jogue lixo na rua! A natureza agradece e ainda teremos uma cidade mais limpa! Caso não tenha uma lixeira por perto, guarde para colocar quando encontrar. Dê o exemplo, especialmente para as crianças e fiscalize.


04.Compre ou produza seus alimentos orgânicos: Por enquanto, alimentos orgânicos são um pouco mais caros, pois a demanda é maior que a oferta no Brasil. Mas você sabia que, além de não usar agrotóxicos e fertilizantes químicos, os orgânicos respeitam os ciclos de vida de animais, insetos e ainda por cima absorvem mais gás carbônico da atmosfera que a agricultura "tradicional"? Se toda a produção de soja e milho dos EUA fosse orgânica, cerca de 240 bilhões de quilos de gás carbônico seriam removidos da atmosfera. Portanto, incentive o comércio de orgânicos para que os preços possam cair com o tempo. Se dispor de pequeno terreno, faça sua horta orgânica, pois é fácil, o custo é mais barato, os alimentos são mais saudáveis e nutritivos, é uma forma de terapia ocupacional e, oportunidade de fazer exercícios ao ar livre e, o mais importante, não polui o meio ambiente. Em 10 m2 de terreno é possível produzir hortaliças de ciclo curto para toda a família; mesmo em apartamento é possível, em recipientes, produzir algumas hortaliças, temperos e plantas medicinais! Experimente!


05.Proteja as florestas: Em tempos de aquecimento global, as árvores precisam de mais defensores do que nunca. O papel delas no aquecimento global é crítico, pois mantém a quantidade de gás carbônico controlada na atmosfera. Veja em matéria já postada neste blog no link “Publicações” - “A importância das florestas para o meio ambiente”.


06.Considere o impacto de seus investimentos e informe-se sobre a política ambiental das empresas: O dinheiro que você investe não rende juros sozinho. Isso só acontece quando ele é investido em empresas ou países que dão lucro. Na onda da sustentabilidade, vários bancos estão considerando o impacto ambiental das empresas em que investem o dinheiro dos seus clientes. Informe-se com o seu gerente antes de escolher o melhor investimento para você e o meio ambiente. Seja o banco onde você investe ou o fabricante do shampoo que utiliza, todas as empresas deveriam ter políticas ambientais claras para seus consumidores. Ainda que a prática esteja se popularizando, muitas empresas ainda pensam mais nos lucros e na imagem institucional do que em ações concretas. Por isso, não olhe apenas para as ações que a empresa promove, mas também a sua margem de lucro. Será mesmo que eles estão colaborando tanto assim? fiscalize e divulgue!


07.Não permita o desperdício de água: Banho de mangueira, guerrinha de balões de água e toda sorte de brincadeiras com água são, sem dúvida, divertidas, mas passam a equivocada idéia de que a água é um recurso infinito, justamente para aqueles que mais precisam de orientação, as crianças. Não deixe que seus filhos brinquem com água, ensine a eles o valor desse bem tão precioso. Cuidado com as torneiras; uma torneira aberta gasta de 12 a 20 litros de água por minuto e se estiver pingando, são 46 litros por dia. A cada 5 minutos, num banho de chuveiro, são gastos cerca de 30 litros de água, enquanto que um banho de banheira gasta, em média, 80 litros de água


08.Participe de ações virtuais: A Internet é uma arma poderosa na conscientização e mobilização das pessoas. Um exemplo é o site ClickÁrvore, que planta árvores com a ajuda dos internautas. Informe-se e aja!


09. Regue as plantas à noite e, no verão, procure utilizar sombrite, coberturas mortas e vivas: Ao regar as plantas à noite ou pela manhã, bem cedinho, você impede que a água se perca pela evaporação, e também evita choques térmicos que podem agredir suas plantas. O uso de sombrite, além de proteger as plantas das elevadas temperaturas e da fortes chuvas típicas do verão, economiza água. As coberturas mortas e vivas protege o solo evitando a erosão do solo e conservando a umidade. Neste blog, em matéria postada em 04/07/2011 você terá mais informações sobre estas tecnologias para produção de alimentos orgânicos.


10. Informe-se sobre pequenas alternativas ambientalmente corretas para sua casa: Seja na construção ou na reforma, existem maneiras menos agressivas de lidar com a questão, dê preferência para produtos ecologicamente corretos.


11. Educação ambiental. Atenção Pais e Educadores: ensinem as crianças a terem amor em relação ao planeta. Elas são o futuro e é exatamente elas quem mais sofrerão as consequências da não preservação.


12.Plante uma árvore: Uma árvore absorve uma tonelada de gás carbônico durante sua vida. Plante árvores no seu jardim ou inscreva-se em programas como o SOS Mata Atlântica ou Iniciativa Verde


13.Reduza o uso de embalagens: Embalagem menor é sinônimo de desperdício de água, combustível e recursos naturais. Prefira embalagens maiores, de preferência com refil. Evite ao máximo comprar água em garrafinhas, leve sempre com você a sua própria. Não peça comida para viagem. Se você já foi até o restaurante ou à lanchonete, que tal sentar um pouco e curtir sua comida ao invés de pedir para viagem? Assim você economiza as embalagens de plástico e isopor utilizadas.


14.Compre papel reciclado: Produzir papel reciclado consome de 70 a 90% menos energia do que o papel comum, e poupa nossas florestas.


15.Utilize uma sacola para as compras: Sacolinhas plásticas descartáveis são um dos grandes inimigos do meio-ambiente. Elas não apenas liberam gás carbônico e metano na atmosfera, como também poluem o solo e o mar. Quando for ao supermercado, leve uma sacola de feira ou suas próprias sacolinhas plásticas.


16. Tampe suas panelas enquanto cozinha e cozinhe com fogo mínimo: Ao tampar as panelas, enquanto cozinha, você aproveita o calor que simplesmente se perderia no ar. Não adianta, por mais que você aumente o fogo, sua comida não vai cozinhar mais depressa, pois a água não ultrapassa 100ºC em uma panela comum. Com o fogo alto, você vai é queimar sua comida.


17. Aprenda a cozinhar em panela de pressão: Acredite... dá pra cozinhar tudo em panela de pressão: Feijão, arroz, macarrão, carne, peixe etc... Muito mais rápido e economizando 70% de gás.


18. Antes de cozinhar, retire da geladeira todos os ingredientes de uma só vez: Evite o abre-fecha da geladeira toda vez que seu cozido precisar de uma cebola, uma cenoura, etc...


19. Coma menos carne vermelha: A criação de bovinos é um dos maiores responsáveis pelo efeito estufa. Você já sentiu aquele cheiro quando você se aproximou de alguma fazenda/criação de gado? é o metano, um gás inflamável, poluente e, com cheiro desagradável. Além disso, a produção de carne vermelha demanda uma quantidade enorme de água. Para se ter uma idéia: para produzir 1kg de carne vermelha é necessário 200 litros de água potável. O mesmo quilo de frango só consome 10 litros. Além disso, a carne de frango é mais saudável que a carne vermelha.


20. Não troque o seu celular: Já foi o tempo que celular era sinal de status. Fique com o antigo pelo menos enquanto estiver funcionando perfeitamente ou em bom estado. Celulares trouxeram muita comodidade à nossa vida, mas utilizam de derivados de petróleo em suas peças e metais pesados em suas baterias.


21. Compre um ventilador de teto: Nem sempre faz calor suficiente para se ligar o ar condicionado. Na maioria das vezes, um ventilador de teto é o ideal para refrescar o ambiente gastando 90% menos de energia. Combinar o uso dos dois também é uma boa idéia: regule seu ar condicionado para o mínimo e ligue o ventilador de teto.


22. Use somente pilhas e baterias recarregáveis: É certo que são caras, mas o uso a médio e longo prazo se pagam com muito lucro. Duram anos e podem ser recarregadas em média 1000 vezes.


23. Limpe ou troque os filtros do seu ar condicionado: Um ar condicionado sujo representa 158 quilos de gás carbônico a mais na atmosfera por ano.


24.Troque suas lâmpadas incandescentes por fluorescentes: Lâmpadas fluorescentes gastam 60% menos energia que uma incandescente. Assim, você economizará 136 quilos de gás carbônico anualmente.


25.Escolha eletrodomésticos de baixo consumo energético: Procure por aparelhos com o selo do Procel (no caso de nacionais) ou Energy Star (no caso de importados).


26.Não deixe seus aparelhos em standby: Simplesmente desligue ou tire da tomada quando não estiver usando um eletrodoméstico. A função de standby de um aparelho usa cerca de 15% a 40% da energia consumida quando ele está em uso.


27.Mude sua geladeira ou freezer de lugar: Ao colocá-los próximos ao fogão, eles utilizam muito mais energia para compensar o ganho de temperatura. Mantenha-os afastados pelos menos 15cm das paredes para evitar o superaquecimento. Colocar roupas e tênis para secar atrás deles então, nem pensar!


28.Descongele geladeiras e freezers antigos a cada 15 ou 20 dias: O excesso de gelo reduz a circulação de ar frio no aparelho, fazendo que gaste mais energia para compensar. Se for o caso, considere trocar de aparelho. Os novos modelos consomem até metade da energia dos modelos mais antigos, o que subsidia o valor do eletrodoméstico a médio/longo prazo.


29.Use a máquina de lavar roupas/louça só quando estiverem cheias: Caso você realmente precise usá-las com metade da capacidade, selecione os modos de menor consumo de água. Se você usa lava-louças, não é necessário usar água quente para pratos e talheres pouco sujos. Só o detergente já resolve.


30.Retire imediatamente as roupas da máquina de lavar quando estiverem limpas: As roupas esquecidas na máquina de lavar ficam muito amassadas, exigindo muito mais trabalho e tempo para passar e consumindo assim muito mais energia elétrica.


31.Tome banho de chuveiro: E de preferência, rápido. Um banho de banheira consome até quatro vezes mais energia e água que um chuveiro.


32.Use menos água quente: Aquecer água consome muita energia. Para lavar a louça ou as roupas, prefira usar água morna ou fria.


33.Pendure ao invés de usar a secadora, especialmente no verão: Você pode economizar mais de 317 quilos de gás carbônico se pendurar as roupas durante metade do ano ao invés de usar a secadora.


34.Compre alimentos produzidos na sua região: Fazendo isso, além de economizar combustível, você incentiva o crescimento da sua comunidade, bairro ou cidade.


35.Compre alimentos frescos ao invés de congelados: Comida congelada além de mais cara, consome até 10 vezes mais energia para ser produzida. É uma praticidade que nem sempre vale a pena.


36.Ande menos de carro, mantenha o carro regulado e ao trocar, escolha um modelo menos poluente: use menos o carro e mais o transporte coletivo (ônibus, metrô) ou o “limpo” (bicicleta ou a pé). Se você deixar o carro em casa 2 vezes por semana, deixará de emitir 700 quilos de poluentes por ano. . Se não tiver que carregar peso excessivo, prefira caminhar, pois assim, além de não poluir o ar com a descarga do carro, ainda evita de se estressar, procurando lugar para estacionar, especialmente nas grandes cidades. Calibre os pneus a cada 15 dias e faça uma revisão completa a cada seis meses, ou de acordo com a recomendação do fabricante. Carros regulados poluem menos. A manutenção correta de apenas 1% da frota de veículos mundial representa meia tonelada de gás carbônico a menos na atmosfera. Apesar da dúvida sobre o álcool ser menos poluente que a gasolina ou não, existem indícios de que parte do gás carbônico emitido pela sua queima é reabsorvida pela própria cana de açúcar plantada. Carros menores e de motor 1.0 poluem menos. Em cidades como São Paulo, onde no horário de pico anda-se a 10km/h, não faz muito sentido ter carros grandes e potentes para ficar parados nos congestionamentos.


37. Não deixe o bagageiro vazio em cima do carro: Qualquer peso extra no carro causa aumento no consumo de combustível. Um bagageiro vazio gasta 10% a mais de combustível, devido ao seu peso e aumento da resistência do ar.


38.Lave o carro à seco: Existem diversas opções de lavagem sem água, algumas até mais baratas do que a lavagem tradicional, que desperdiça centenas de litros a cada lavagem.


39.Use o telefone ou a Internet: A quantas reuniões de 15 minutos você já compareceu esse ano, para as quais teve que dirigir por quase uma hora para ir e outra para voltar? Usar o telefone ou skype pode poupar você de stress, além de economizar um bom dinheiro e poupar a atmosfera.


40.Voe menos, faça reuniões por videoconferência: Reuniões por videoconferência são tão efetivas quanto as presenciais. E deixar de pegar um avião faz uma diferença significativa para a atmosfera.


41.Economize CDs e DVDs: CDs e DVDs sem dúvida são mídias eficientes e baratas, mas você sabia que um CD leva cerca de 450 anos para se decompor e que, ao ser incinerado, ele volta como chuva ácida (como a maioria dos plásticos)? Utilize mídias regraváveis, como CD-RWs, drives USB ou mesmo e-mail ou FTP para carregar ou partilhar seus arquivos. Hoje em dia, são poucos arquivos que não podem ser disponibilizados virtualmente ao invés de em mídias físicas.


42.Desligue o computador e considere trocar seu monitor: Muita gente tem o péssimo hábito de deixar o computador de casa ou da empresa ligado ininterruptamente, às vezes fazendo downloads, às vezes simplesmente por comodidade. Desligue o computador sempre que for ficar mais de 2 horas sem utilizá-lo e o monitor por até quinze minutos. O maior responsável pelo consumo de energia de um computador é o monitor. Monitores de LCD são mais econômicos, ocupam menos espaço na mesa e estão ficando cada vez mais baratos. O que fazer com o antigo? Doe a instituições como o Comitê para a Democratização da Informática.


43. No escritório, desligue o ar condicionado uma hora antes do final do expediente: um período de 8 horas, isso equivale a 12,5% de economia diária, o que equivale a quase um mês de economia no final do ano. Além disso, no final do expediente a temperatura começa a ser mais amena.


44. Frequente restaurantes naturais/orgânicos: Com o aumento da consciência para a preservação ambiental, uma gama enorme de restaurantes naturais, orgânicos e vegetarianos está se espalhando pelas cidades. Ainda que você não seja vegetariano, experimente os novos sabores que essa onda verde está trazendo e assim estará incentivando o mercado de produtos orgânicos, livres de agrotóxicos e menos agressivos ao meio-ambiente.


45.Vá de escada e ande mais de bicicleta: Para subir até dois andares ou descer três, que tal ir de escada? Ande mais de bicicleta. Além de fazer exercício, você economiza energia elétrica dos elevadores, o que faz muito bem à saúde e também ao meio ambiente.


46.Faça sua voz ser ouvida pelos seus representantes: Use a Internet, cartas ou telefone para falar com os seus representantes em sua cidade, estado e país. Mobilize-se e certifique-se de que os seus interesses - e de todo o planeta - sejam atendidos.


47. Dia do livro: que tal desligar a televisão uma vez por semana e passar parte da noite lendo um livro ou brincando com as crianças? Além de economizar energia, você ganhará saúde.


48.Divulgue essa lista! Envie essa lista por e-mail para seus amigos. O planeta terra, o meio ambiente e a saúde de todos nós agradecem! reproduza-a livremente!





Vale a pena lembrar !

Cada um deve fazer sua parte, independente de que o outro faça a dele …
Ferreira On 2/04/2013 02:43:00 AM 1 comment LEIA MAIS

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

A qualidade nutricional do alimento orgânico é superior ao convencional?



DAROLT, Moacir Roberto Engenheiro Agrônomo, Doutor em Meio Ambiente, Pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Ponta Grossa, C.Postal 129, CEP 84001-970, Fone/Fax: (42) 229-2829. E-mail: darolt@cce.ufpr.br



Para responder a esta pergunta, resolvemos apresentar alguns estudos relacionados à produção vegetal e também um estudo sobre a produção animal. Representando os vegetais demos ênfase à alface pois é, atualmente, uma das hortaliças mais consumidas pela população. Para tanto, apresentaremos os resultados de uma pesquisa recente, realizada por pesquisadores do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), que mostra a diferença entre o teor de nitrato na cultura da alface produzida em três sistemas diferenciados (orgânico, convencional e hidropônico). Na seqüência, mostraremos resultados com outras culturas na Europa e Estados Unidos. Finalmente, para os produtos de origem animal, saberemos se existe diferença entre ovos de galinha caipira e de granja.


Efeitos sobre os Teores de Nitrato

O aumento rápido do teor de nitrato nas plantas é a consequência mais conhecida do crescente aporte de adubos químicos nitrogenados, utilizados na agricultura convencional, para aumentar rapidamente a produtividade de hortaliças de folhas como a alface, couve, agrião, chicória, etc. Porém, o uso excessivo deste fertilizante associado à irrigação freqüente, faz com que ocorra acúmulo de nitrato (NO3-) e nitrito (NO2-) nos tecidos de plantas. Outros elementos que contribuem para o acúmulo de nitrato estão relacionados ao ambiente, fatores genéticos e ao manejo utilizado. Sabe-se, por exemplo, que o nitrato acumula mais em baixa luminosidade (dias nublados e curtos, no período de inverno, em locais sombreados e pela manhã). Os fatores genéticos são responsáveis pelas variações entre espécies e cultivares expostas à mesma condição de cultivo. Por último, o sistema de manejo (orgânico, convencional e hidropônico) pode causar alterações nos teores de nitrato na planta. 
O nitrato ingerido passa à corrente sanguínea podendo, então, reduzir-se a nitritos. Estes sim, são venenosos, muito mais que os nitratos. Tornam-se mais perigosos quando combinados com aminas, formando as nitrosaminas, substâncias cancerígenas, mutagênicas e teratogênicas. Tal reação pode realizar-se especialmente em meio ácido do suco gástrico, ou seja, no estômago. Desta forma, o monitoramento destas substâncias é essencial para garantir a qualidade dos alimentos consumidos pela população. 
Os resultados de uma pesquisa recente conduzida por pesquisadores do IAPAR (MIYAZAWA et. al., 2001) - comparando o sistema orgânico (uso de compostos orgânicos e estercos de bovino, como fonte de N), convencional (Uso de Uréia, NO3- , NH4+, cama de aviário como fonte de N) e hidropônico (estando o N na forma de NO3- e NH4+, fornecido em solução nutritiva) - mostraram que o teor de nitrato nas folhas de alface variaram entre 250 a 11.600 mg/kg, sendo que as folhas com menor concentração de nitrato foram aquelas cultivadas em sistema de produção orgânico. 
Pode-se notar que cerca de metade das amostras de alface cultivada em sistema orgânico apresentou concentração de nitrato menor que 1.000 mg/kg e apenas 25% das amostras apresentaram teor superior a 3.000 mg/kg; Por outro lado, as plantas cultivadas em sistema hidropônico apresentaram um teor de nitrato extremamente elevado, sendo que 70% das amostras tinham entre 6.000 e 12.000 mg/kg e apenas 3% das amostras tinham teor inferior a 3.000 mg/kg (Figura 1). Quanto ao teor de nitrato nas alfaces cultivadas em sistema convencional observou-se um nível intermediário entre cultivo orgânico e hidropônico. 

FIGURA 1- FREQÜÊNCIA DE CONCENTRAÇÃO DE NITRATO (N-NO3 - ) NAS FOLHAS DE ALFACE SEGUNDO DIFERENTES MÉTODOS DE CULTIVO. VALORES EM 103 mg/kg, BASE SECA. 


Segundo os autores, a menor concentração de nitrato nas folhas de alface cultivada organicamente, foi devido ao uso de fertilizantes que contém baixa concentração de Segundo os autores, a menor concentração de nitrato nas folhas de alface cultivada organicamente, foi devido ao uso de fertilizantes que contém baixa concentração de nitrogênio (N), tais como: esterco bovino, vermicomposto e a ausência de fertilizantes minerais, o que contribuiu para a menor absorção de nitrato (NO3-) pela planta. Por outro lado, no cultivo de alface em sistema hidropônico, o fertilizante nitrogenado é fornecido nas formas de NO3- e de NH4+. O NO3- dissolvido na água facilita a absorção pela raiz, o que faz com que haja uma absorção de quantidades muito acima da capacidade da planta reduzir NO3- para NH4+, acumulando, assim, o excedente no tecido vegetal. A pesquisa conclui que a ordem do teor de nitrato nas folhas de alface varia na seguinte ordem: orgânico < convencional < hidropônico. 
Traduzindo os resultados desta pesquisa para o nosso cotidiano, buscamos saber os níveis de nitrato toleráveis ao corpo humano, estabelecidos pela FAO - Organização das Nações Unidas responsável pela agricultura e alimentação em nível mundial. De acordo com a FAO, o índice de máxima ingestão diária admissível (IDA) de nitrato é de 5 mg/kg de peso vivo e 0,2 mg/kg para o nitrito. 
Dessa forma, a ingestão diária admissível para uma pessoa de 70 kg, por exemplo, seria de 350 mg de nitrato. Assim, se considerarmos que quatro cabeças de alface pesam aproximadamente 1,0 kg e têm, em média, 160 folhas, chegamos a conclusão - pelos resultados desta pesquisa - que uma pessoa de 70 kg comendo entre 4 e 9 folhas de alface hidropônica por dia já estará atingindo a dose diária máxima de nitrato permitida. No caso de crianças com peso menor, a quantidade de folhas ingeridas também deve ser proporcionalmente menor. Já no sistema orgânico esta mesma pessoa poderia comer, em média, mais de 50 folhas - ou mais de uma cabeça inteira de alface - para atingir o mesmo nível de nitrato. Sendo assim, o consumo de folhas de alface cultivadas no sistema hidropônico deve ser cautelosa, pois pode trazer algum risco à saúde humana. 
Diversos estudos realizados na Europa corroboram os resultados da pesquisa do IAPAR, mostrando que as taxas de nitratos nos legumes orgânicos são largamente inferiores a legumes obtidos por métodos convencionais (SILGUY, 1998). Um estudo realizado por LECERF (1994) do Instituto Pasteur de Lille, na França, fez uma síntese de vários trabalhos sobre a qualidade de alimentos orgânicos. Todos os estudos mostraram reduções de nitratos de 69 a 93% para vários legumes cultivados organicamente. Resultados semelhantes foram obtidos em outros países como Áustria, Holanda, Suíça e Alemanha, para cultivos de espinafre, cenoura e alfaces. 


Efeitos sobre os Teores de Matéria Seca e Outros Elementos 

Estudos realizados na França sobre os efeitos da adubação química nitrogenada na qualidade nutricional dos alimentos vegetais, mostraram que existe uma tendência de redução nos teores de matéria seca e açúcares, especialmente em frutos e legumes ricos em água. Segundo AUBERT (1977), alguns fabricantes de espinafre em conserva, do Oeste da França, constataram que, para fabricar uma lata de conserva de 1 kg, com teor de matéria seca constante, necessitavam duas vezes mais espinafres frescos que vinte anos atrás. Além disso, o estudo mostrou que o teor de matéria seca de espinafre e batata aumentou 23% quando adubados com matéria orgânica se comparados à adubação química tradicional (NPK). 
Pesquisando uma fruta conhecida como groselha, VOGTMANN (1984) percebeu que existem alterações em vários parâmetros, quando se compara a produção orgânica com a convencional. 


PARÂMETRO INCREMENTO (%) NA PRODUÇÃO ORGÂNICA SOBRE A CONVENCIONAL
MATÉRIA SECA + 2,7 
AÇUCARES +18,0 
ACIDOS + 0,3 
VITAMINA "C" +5,2 
CÁLCIO +2,5FÓSFORO +14,8 
MAGNÉSIO +11,2 
COBRE +15,2 
FERRO +14,2 
Fonte: VOGTMANN (1984) 


Apesar de a maioria das pesquisas mostrarem uma superioridade dos orgânicos, algumas pesquisas sobre o valor nutricional de alimentos orgânicos realizadas na América do Norte pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, 1984), mostraram que existem controvérsias a respeito da superioridade do alimento orgânico em termos de vitaminas, aminas, oligoelementos e minerais. Segundo o USDA que analisou sete trabalhos relacionados à qualidade nutricional dos alimentos orgânicos comparados à convencionais, não foi encontrada nenhuma evidência clara de que plantas cultivadas organicamente são superiores nutricionalmente às cultivadas no sistema convencional. Todavia, em relação à proteção à saúde os estudos são unânimes nos cuidados em relação ao uso de agrotóxicos, promotores de crescimento animal e outros aditivos químicos que entram acidentalmente na cadeia alimentar. 
Esta polêmica veio à tona desde a publicação do livro Silent Spring (Primavera Silenciosa) em 1962 da americana Raquel Carson, que trazia uma advertência comovente sobre os perigos representados pelos agrotóxicos sintéticos e, por isso mesmo, considerado como um marco para consciência ecológica que desencadeou o movimento das entidades não-governamentais de luta ambiental. Recentemente, foi lançado um livro que é considerado uma continuação aprofundada e atualizada do alerta de Carson, intitulado "O Futuro Roubado". Esta publicação oferece uma descrição detalhada sobre a pesquisa científica emergente que investiga uma ampla variedade de agentes químicos sintéticos que alteram delicados sistemas hormonais. Para COLBORN et al. (1997), embora as pesquisas estejam iniciando, estudos preliminares com seres humanos e animais relacionam os agentes químicos a inúmeros problemas, inclusive contagens baixas de espermatozóides no sêmen; infertilidade; deformações genitais; câncer desencadeado por hormônios, como o câncer de mama e de próstata; desordens neurológicas em crianças, como hiperatividade e déficit de atenção, além de problemas de desenvolvimento e reprodução de animais silvestres. 
Em síntese, no aspecto do valor nutritivo e toxicológico os alimentos provenientes da agricultura orgânica têm se mostrado superiores aos convencionais. Todavia, é um campo pouco explorado pelas pesquisas científicas que, apesar de não nos permitirem uma unanimidade na evidência da superioridade nutricional dos alimentos orgânicos, nos revelam que é urgente prevenir produtos químicos potencialmente perigosos à saúde. 

Ovos Caipiras são mais Ricos em Vitaminas e Isentos de Resíduos Químicos 

Um estudo realizado pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo Um estudo realizado pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo mostrou que os ovos de galinhas criadas soltas possuem cerca de quatro vezes mais vitamina "A" que os ovos de granja (GUIA RURAL ,1991). 
Além dessa vantagem (determinada pela presença de maiores teores de carotenóides totais e retinol), o ovo de galinha caipira, criada em sistema orgânico, não contém resíduos de antibióticos e de outros produtos químicos, pois não recebem rações comerciais. Já as galinhas de granja, tanto as criadas em galpões como em gaiolas, em sua maioria, são alimentadas com rações comerciais queapresentam antibióticos e produtos químicos. 
Um cuidado que o consumidor deve tomar é não procurar determinar o valor nutritivo de um ovo pela coloração de sua casca. A cor pode variar conforme a raça da galinha. Portanto, um ovo de galinha orgânica pode ter tanto casca branca como vermelha. 
Quanto ao conteúdo do ovo, a análise realizada pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas, procurou determinar os teores de carotenóides totais e de retinol. Os Carotenóides Totais são as substâncias (pigmentos) que dão a cor avermelhada à gema do ovo. Entre eles, o que existe em maior quantidade na gema é o beta-caroteno, uma pró-vitamina A, isto é, uma substância que se transforma em vitamina A depois de absorvida pelo organismo humano ou animal. 
O Retinol é outro nome dado a vitamina A, essencial para regeneração da pele e das mucosas. Na análise da USP, o ovo caipira continha três vezes mais retinol que o ovo de granja. Além disso, os carotenóides, também se transformam em vitamina A no organismo humano. Assim, a quantidade final dessa vitamina no ovo caipira, nesta pesquisa, ficou em torno de quatro vezes a existente no ovo de granja. 
Em resumo, observamos que também para os alimentos de origem animal existe uma tendência de superioridade na qualidade nutricional do alimento orgânico quando comparado ao sistema convencional, porém este é um campo de pesquisa ainda novo que deve ser aprofundado em benefício de toda comunidade científica e, sobretudo, do consumidor. 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

AUBERT, C. L'agriculture biologique: Pourquoi et comment la pratiquer. 4. ed. Paris: Le Courrier du Livre, 1977. 377 p. 

COLBORN, T.; DUMANOSKI, D.; MYERS, J.P. O futuro roubado. Tradução Cláudia Buchweitz. Porto Alegre: L&PM, 1997. 354 p. 

DAROLT, M.R. As Dimensões da Sustentabilidade: Um estudo da agricultura orgânica na região metropolitana de Curitiba-PR. Curitiba, 2000. Tese de Doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento, Universidade Federal do Paraná/ParisVII. 310 p. 

GUIA RURAL. Manual de Agricultura Orgânica. São Paulo: Editora Abril, 1991. p. 53-55. 
LECERF, J-M. Pourquoi manger Bio ? Les arguments scientifiques. Revue Nature et Progrès, Paris, mai/août. 1994. 

MIYAZAWA, M.; KHATOUNIAN, C. A. & ODENATH-PENHA, L.A. Teor de nitrato nas folhas de alface produzida em cultivo convencional, orgânico e hidropônico. Agroecologia Hoje. Ano II, N. 7, Fev./Mar. 2001, p. 23. 

USDA. Department od Agriculture. Grupo de Estudos sobre a agricultura orgânica. Relatório e recomendações sobre agricultura orgânica/ Tradução de Iara M. C. Della Senta. Brasília: CNPq/Coordenação Editorial, 1984. 128 p. 

VOGTMANN, H. Organic farming practices and research in Europe. In: BEZDICEK,D.F et. al. Organic Farming: Current Technology and Its Role in a Sustainable Agriculture. ASA Special Publication, Number 46, 1984. p. 19-36.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Fé, fraternidade, juventude e meio ambiente: Uma aliança sustentável



Fé, fraternidade, juventude e meio ambiente: Uma aliança sustentável 


     Neste ano, a campanha da fraternidade propõe um tema de reflexão no período da quaresma, para ser um instrumento de ajuda para cada cristão(a) se preparar melhor para páscoa: : “A Fraternidade e Juventude”. Um dos objetivos da Campanha de 2013 é sensibilizar os jovens para serem agentes transformadores da sociedade, protagonistas da civilização do amor e do bem comum. Sem jovens é impossível conseguir sustentabilidade para as atividades, levando a um “envelhecimento” da população rural, que tem dificuldades em assumir as tarefas pesadas do campo. Segundo especialistas, a dificuldade de mudar o comportamento em relação ao meio ambiente não é partilhada uniformemente pela sociedade. As crianças e os jovens são mais sensíveis a essa virada de atitude, porque seus hábitos ainda não estão consolidados. Por isso, é muito importante investir na educação e qualificação das crianças e jovens para melhorar a vida de nosso planeta e termos o tão desejado desenvolvimento sustentável. 




A fé, os jovens e o meio ambiente 

     Crer também é cuidar da flora, fauna e recursos naturais! A fé no Deus criador e na criação de Deus deveria, ao natural, nos levar ao engajamento concreto e prático em defesa da vida. Deveríamos ser ecológicos como é o Deus da nossa fé, o criador e defensor da vida! A Terra é a nossa casa comum e o único lugar que temos para habitar. Mas ela não é somente nossa; é o espaço de muitos povos de hoje e do futuro e, de uma infinidade de outras formas de vida. O cuidado com o meio ambiente é responsabilidade de todo cristão(a), mas especialmente nos jovens é que depositamos nossa maior esperança de um mundo melhor para nossos filhos e netos. A Bíblia nos apresenta várias passagens nas quais encontramos Deus se reportando à respeito do cuidado com a natureza. Quando desrespeitamos a natureza, não utilizamos de forma sustentável os rios, as florestas, o solo, o ar e tudo aquilo que é necessário para a vida do planeta, demonstramos que não estamos pensando nas futuras gerações e transmitimos a ideia de que precisamos extrair tudo agora e que todos os recursos naturais são infinitos. Essa é uma visão completamente fora do propósito de Deus na relação do homem com a natureza. O desenvolvimento sustentável, tão falado atualmente em todos os setores, é um modelo econômico capaz de satisfazer as necessidades das gerações atuais, levando em consideração as necessidades e interesses das futuras gerações. Isto é, promove o desenvolvimento sem deteriorar ou prejudicar a base de recursos que lhe dá sustentação. Em outras palavras, sustentabilidade é “suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas”. 

     Atualmente, o problema da poluição ambiental não está somente nas periferias das grandes cidades, mas também nos que vivem longe delas. O ar tóxico desprendido pelas fábricas entra nas casas de todos, independente de onde foi originada a emissão. A água e o solo contaminados por chorume e agroquímicos (adubos químicos e agrotóxicos), contaminam as fontes de água e os alimentos. A erosão e degradação dos solos é outro problema causado pela agricultura dita “moderna”, pois ao incentivar o uso exagerado da mecanização, provoca o assoreamento dos rios, lagos e outras fontes de água, contaminando-as e contribuindo para aumentar as catástrofes (enchentes e desmoronamento de morros). São visíveis os graves problemas ambientais causado pela agricultura “moderna”, colocando em risco a vida do planeta, a saúde das atuais e futuras gerações, além dos problemas sociais e econômicos. Intoxicações e mortes causadas pelos agrotóxicos, registradas no Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina, indicam que entre 1984 e 2011 ocorreram 285 mortes e um total de 12.245 pessoas intoxicadas, somente em Santa Catarina. No Brasil, 280 mil trabalhadores se intoxicam por ano. No mundo estima-se que são 3 milhões de pessoas intoxicadas por ano (OMS) com 220 mil mortes. Estima-se que para cada registro oficial, ocorre pelo menos 10 casos não registrados (dificuldade no diagnóstico dos efeitos crônicos). Ao pesquisar a evolução das intoxicações por agrotóxicos em Santa Catarina, na década de 1991 a 2000, verificou-se, em média, que 350 pessoas foram intoxicadas por ano, enquanto que na última década (2001 a 2010), foram 600 pessoas intoxicadas por ano, ou seja, um aumento de 75% de pessoas intoxicadas (fonte: www.cit.sc.gov.br). 

     Felizmente, o interesse pelas questões ambientais cresceu entre os jovens nos últimos anos; quase três em cada quatro jovens brasileiros (74%) disseram estar preocupados com a questão ambiental, em uma pesquisa realizada em 14 países. A poluição ambiental ganhou mais destaque do que problemas como pobreza e conflitos políticos, entre os cerca de 200 jovens de oito a 24 anos de idade entrevistados em cada um dos países. Para os jovens, não se trata mais de uma questão de conscientização! A hora é de ação! O surgimento de organizações de juventude dos movimentos rurais do Brasil é um fenômeno que tem impressionado. Em todos os movimentos sociais rurais, a juventude está organizada. A nova juventude rural tem entre suas bandeiras de luta, não só o acesso à terra, saúde, cultura, educação e renda, mas também a promoção do desenvolvimento sustentável e a preservação do ambiente. Os jovens, organizados em seus estados, perceberam a necessidade de conexão para a ampliação de seus trabalhos e criaram, por exemplo, a REJUMA – Rede de Juventude pelo Meio Ambiente. Essa Rede interliga jovens de todos os 26 estados e do Distrito Federal, criando uma grande força de renovação, mobilização e ação. A todo o momento, vimos pela internet e publicações, novas ações dos jovens espalhados por todo o país visando a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. Esta conscientização aumenta a cada ano e este processo, não tem mais como reverter; ou os jovens e outras camadas da população e, especialmente os governantes e o setor privado de produção melhoram a participação visando a preservação do meio ambiente, ou então vão ficar fora do processo. Para maiores informações e conhecimento sobre as principais ações dos jovens no país, sugere-se acessar a publicação “O jovem e o meio ambiente” no seguinte endereço: http://www.institutovotorantim.org.br/pt-br/saladeimprensa/publicacoes/ed07OndaJovemMeioAmbiente.pdf



O êxodo rural dos jovens e os incentivos para permanecer no campo 

     Podemos definir êxodo rural como sendo o deslocamento de pessoas da zona rural (campo) para a zona urbana (cidades) e ocorre quando os habitantes do campo visam obter condições de vida melhor. Desde 1970, o Brasil registra um processo de encolhimento da população rural, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística); em 2010 havia 29.830.007 residentes na região rural, contra 31.835.143 em 2000. Esse processo, presente há mais de 40 anos no Brasil, preocupa muito os governos e, o que é pior, provoca o “envelhecimento” do campo, devido à migração de inúmeros jovens para as cidades. Entre os anos de 2000 e 2010, o êxodo rural atingiu mais de 835 mil jovens de 15 a 24 anos em todo o país, revela o IBGE. Ao chegar aos centros urbanos, muitos ficam vulneráveis e não raro são tentados ao mundo do crime. Segundo dados do IBGE, entre 1996 e 2006 o número de jovens com até 29 anos que deixaram o campo chegou a três milhões. Segundo especialistas, o principal problema da migração dos jovens para o campo é a falta de acesso à bens culturais e a falta de autonomia no campo. Os jovens rurais também querem ter acesso aos bens das demais juventudes e, na sua atividade no campo, não são autônomos e precisam dividir a renda com o pai, dono da propriedade. Além disso, especialmente a partir dos anos 80, o país começou uma intensa mecanização da agricultura e uso de insumos modernos, favorecendo novos sistemas de plantio, tratos culturais e colheita e predomínio da monocultura. Em consequência, a produção agrícola necessita, cada vez menos, mão-de-obra e, é justamente a falta de oportunidades para os jovens que os faz sair das áreas rurais e migrar para áreas urbanas. Centros urbanos ainda são atrativos para jovens que buscam alternativas econômicas e educativas diferentes daquelas encontradas no meio rural. Com a elevação da oferta de emprego, principalmente no setor industrial e de serviços, além de encontrar condições mais acessíveis de estudos nas cidades, como escolas técnicas e faculdades, os centros urbanos tornam-se o rumo natural dos jovens nascidos no campo. Portanto, os principais motivos que fazem com que grandes quantidades de habitantes saiam da zona rural para as grandes cidades são: busca de empregos com boa remuneração, mecanização da produção rural, fuga de desastres naturais (secas, enchentes, etc), qualidade de ensino e necessidade de infra estrutura e serviços (hospitais, transportes, educação, lazer e etc). 

     Como fazer para segurar, por exemplo, um adolescente que vai estudar na cidade e lá se depara com celular e internet, normalmente ausentes no campo? Precisamos de políticas voltadas para o campo para que eles não queiram ir para as cidades. Nos jovens rurais está depositada a continuidade da atividade agrícola das famílias do campo, que são responsáveis pela capacidade produtiva do país e, em manter a soberania alimentar do Brasil. A agricultura familiar, presente no mercado brasileiro, explorando o ambiente sem degradar a natureza, pode proporcionar a permanência do homem no campo e a geração de renda ambientalmente correta, gerando os produtos da cesta básica consumidos pelos brasileiros. O desenvolvimento sustentável passa pela agricultura familiar, que tem grande potencial de trabalho para a juventude. Na cidade ou no campo, um desenvolvimento que assegure o futuro das novas gerações exige repensar todos os nossos modos de viver, desde hábitos cotidianos que degradam o ambiente e desperdiçam recursos, até a forma econômica de gerar trabalho e renda. Especialistas concordam que uma das melhores possibilidades do Brasil nesse caminho, está no campo com a agricultura familiar. Com 80% dos 4,8 milhões de estabelecimentos rurais nas mãos de pequenos produtores, o setor emprega 70% da mão-de-obra rural e responde por 10% do PIB nacional e 40% do PIB da agropecuária. Além de responder pela maior parte dos alimentos na mesa dos brasileiros, ela permite o uso de métodos menos prejudiciais ao ambiente e emprega mais pessoas, criando alternativas especialmente para os jovens em busca de construir um futuro. A agricultura familiar se faz em pequenas áreas e privilegia a diversificação de atividades (biodiversidade) e não a monocultura (agronegócio típico de latifúndio), favorecendo a sustentabilidade ambiental, social e cultural desse modelo. Para especialistas, a agricultura familiar brasileira ainda não tem sido contemplada como deveria e continua com dificuldades para a geração de renda e inserção nos mercados, devido a falta de acesso à bens de serviço e infra estrutura. Os jovens, que acabam empurrados para as grandes metrópoles em busca de oportunidades de trabalho e estudo, são os que mais sentem a falta de investimentos e políticas para o setor. O Ministério do Meio Ambiente e, os governos estaduais, estão preocupados com o desenvolvimento de políticas integradas, controle social, desenvolvimento sustentável e fortalecimento da política ambiental que contemple os vários segmentos da sociedade. Muitas iniciativas no sentido de auxiliar os jovens a permanecerem no campo, estão sendo tomadas, mas é preciso avançar muito mais para que eles fiquem “por opção” e não “como única opção”. 

     As soluções para reverter o êxodo rural dos jovens passa pela qualificação dos mesmos (Figura 1). O jovem agricultor deve receber uma educação integral destinada a conhecer e compreender a realidade em que vive. Tudo ocorre de forma global e integrada, o que faz com que a transferência de conhecimentos esteja direcionado para a agricultura. Qualificar significa, não apenas prepará-lo para lidar com as novas tecnologias, mas, educá-lo, ensinando-o a aprender e a buscar o conhecimento, a fim de melhorar sua atuação na atividade e no meio em que vive. Qualificação constitui um processo permanente, principalmente para aqueles que formam uma cadeia produtiva, como é o caso da agricultura.

Figura 1. A qualificação dos jovens é uma das formas de mantê-los no campo: A foto ilustra a formação de 29 jovens rurais iniciada no dia 15 de fevereiro de 2013 no Alto Vale do Rio do Peixe, no Centro de Treinamento da Epagri (Cetrevi) em Videira. 

     É importante destacar que a qualificação dos jovens visando o desenvolvimento sustentável através da aplicação dos princípios da agroecologia, é fundamental para a permanência dos mesmos no campo. Mas o que é agroecologia? É a ciência que nos ajuda a articular diferentes conhecimentos(sociologia, antropologia, física, economia ecológica.....) e saberes populares para a busca de mais sustentabilidade na agricultura. E o que é agricultura mais sustentável: Agricultura ecologicamente equilibrada, economicamente viável, socialmente justa e humana; o conceito inclui ainda segurança alimentar, produtividade e qualidade de vida; é uma produção agrícola que não comprometa nossa capacidade futura de praticar agricultura com sucesso, mantendo a qualidade do meio ambiente. Princípios tais como o manejo agroecológico do solo, considerando-o como um organismo “vivo” (adubação orgânica, compostagem, plantio direto e mínimo), práticas culturais que conservem e aumentem a biodiversidade (rotação e consorciação de culturas, incluindo adubos verdes) e promovam a cobertura do solo (cobertura morta e viva), considerando as plantas espontâneas como “amigas” dos cultivos, e, o uso somente quando necessário, de produtos alternativos que prejudiquem, o menos possível, o meio ambiente, são essenciais quando se visa a produção de alimentos de forma mais sustentável. Quando se adota os princípios da agroecologia e não os “pacotes tecnológicos” oriundos da agricultura “moderna”, fica evidente que é impossível alcançar um desenvolvimento sustentável utilizando-se tecnologias degradadoras do meio ambiente. Outro atrativo para os jovens aplicarem os princípios da agroecologia na produção de alimentos é o menor custo de produção, pois neste sistema não dependem do uso de insumos caros (a maioria são importados e reajustados anualmente) e, o mais importante, agregam maior valor aos produtos por serem alimentos sem contaminação por agrotóxicos e fertilizantes químicos. Portanto, o desenvolvimento de sistemas produtivos mais sustentáveis, só tem vantagens para os jovens agricultores! 


Considerações finais 

     No início de 2013, renovamos a nossa esperança e a nossa fé em um mundo melhor, com paz, harmonia e amor construídos por pequenos gestos de compreensão, solidariedade, respeito, fraternidade e consciência ecológica. O mundo não podemos mudar, mas podemos mudar a nós mesmos. Fazer a sua parte e alertar, esclarecer e orientar é compromisso de todos! Todos deveriam aprender que o cuidado do meio ambiente não é responsabilidade só dos ambientalistas e dos governantes, mas de todo cristão(a). 

     O homem não é o soberano senhor, mas o responsável diante de Deus pelo emprego correto dos recursos naturais e pela preservação das demais espécies. Nossa tarefa é contribuir para que a criação seja protegida e, a nossa postura em relação à poluição ambiental, ao uso de agroquímicos, o desflorestamento, o aquecimento global e muito mais, deve ser para agradar a Deus e honrar Ele como criador de todas as coisas. Tudo o que existe foi criado por Deus e entregue ao homem e à mulher. Mas o que a humanidade vem fazendo com a criação de Deus? 

     E você o que tem feito de concreto para contribuir com a preservação do meio ambiente? 


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Cultivo orgânico de hortaliça-rizoma: Inhame



     

     O inhame (Dioscorea cayenensis Lam) é uma importante hortaliça-rizoma, cultivado especialmente nas regiões Centro-Sul e Nordeste brasileiro. No Brasil, diferentes denominações vulgares para a cultura ocorrem por regionalização. Por exemplo, a palavra inhame, no Sul e Centro-Sul do Brasil, é aplicada à espécie comestível, de valor econômico apreciável, Colocasia esculenta (L.) Schott, pertencente à família Araceae, também referida por taro. Em São Paulo, particularmente, cultiva-se muito Dioscorea alata L, que é conhecida por cará, palavra de origem Tupi. No Nordeste, a palavra inhame também é muitas vezes substituída por cará, especialmente quando em referência às túberas de D. alata (cará São Tomé e cará Nambu). Para ser evitada duplicidade de termos, ficou estabelecido por ocasião do I Simpósio Nacional sobre as Culturas do Inhame e do Cará, realizado em 2001, em Venda Nova do Imigrante, no Espírito Santo, que no meio técnico-científico nacional, a partir daquela data, o termo cará seria substituído definitivamente por inhame e o inhame (C. esculenta) denominado definitivamente de taro.

     O inhame também conhecido como cará-da-costa, é uma planta de origem africana, sendo cultivado no mundo inteiro por se tratar de um alimento energético e de alto valor nutritivo. O inhame é uma planta herbácea, com caules volúveis que produz rizomas isolados ou em feixes, com coloração escura na casca e polpa de cor branca, amarelada ou avermelhada (Figuras 1 e 2). Pertence à mesma família do mangarito e da taioba. No Brasil existem cinco gêneros e 625 espécies. A maioria das espécies não serve para alimentação. O ciclo do inhame é anual, mas uma planta pode produzir dois tipos de túberas: as comerciais, colhidas entre sete a nove meses, ou precocemente, cinco a sete meses após o plantio, o que proporciona, neste caso, a produção de túberas-sementes, três meses após às túberas comerciais. As túberas comerciais, também denominadas de rizóforos, constituem-se em produto agrícola de apreciável valor comercial no mercado interno e externo.



      Figura 1. Hortaliça-rizoma: Inhame


Uso culinário, propriedades nutricionais e terapêuticas: O inhame pode substituir a batata em qualquer receita: purê, salada, fritura, para engrossar sopas e pastas de legumes. Pode-se fazer massas com inhame ralado e, assim, dispensar a utilização de farinha. O ideal é cozinhar o rizoma com a casca para preservar os nutrientes. Além disso, é mais fácil descascar depois de cozido. O inhame descascado é branco e tem uma consistência muito firme, mas após ser cozido fica com um tom levemente azulado e torna-se macio. Para quem tem intolerância ao glúten, o inhame é ótima opção. A folha da trepadeira também pode ser aproveitada. Cozida ou refogada, pode ser consumida em diferentes pratos.    No nordeste brasileiro, costuma-se comer o inhame cozido  com um pouco de mel ou melado no café da manhã. Forma de preparar: cozinhe com ou sem casca; mantendo a casca na cocção, nutrientes como vitaminas e minerais hidrossolúveis não se perdem. Após descascar, deixe-o imerso em água com vinagre para não escurecer. Ao cozinhar, apenas cubra com água fervente salgada. Cortado em cubos de 2 por 2cm, cozinha em 6 minutos; portanto, em sopas não misture com cenoura, por exemplo, que demora mais para cozinhar. Ao cozinhar inteiro, verifique com o garfo se já está macio. Após esfriar, puxe a casca com  a faca. Cozido, pode ser fritado, refogado ou passado em manteiga ou azeite e servido polvilhado com ervas. São recomendados para pessoas com alto gasto energético, porque é um alimento calórico, com a vantagem de ser de digestão fácil e rápida. O inhame é rico em amido e em beta caroteno (vitamina A), boas fontes de vitaminas C e do complexo B, além de conterem cálcio, fósforo e ferro. No entanto, deve-se ter atenção especial com as espécies de inhame de procedência duvidosa, pois algumas delas são venenosas, podendo causar graves danos à saúde e até a morte. O inhame é fonte de carboidratos complexos, proteínas, minerais e vitaminas. Estimula a depuração do sangue, facilitando a saída das impurezas através da pele, rins e intestinos. Além disso, reduz o colesterol ruim e ajuda a controlar os níveis de ácido úrico no organismo. No começo do século passado já se usava elixir de inhame para tratar sífilis. Fortalece o sistema imunológico. Os médicos orientais recomendam comer inhame para fortificar os gânglios linfáticos, que são os postos avançados de defesa do sistema imunológico. A medicina oriental utiliza o rizoma também como anti-inflamatório, em tratamentos contra reumatismo, artrite e outras inflamações. Para as mulheres, o inhame é um aliado: aumenta a fertilidade, alivia sintomas da tensão pré-menstrual e da menopausa por conter fitoestrógenos, que ajudam a regular os níveis hormonais.





Figura 2. Inhame: Fase vegetativa


Inhame combate a dengue: Mito ou verdade? 
A ciência não descarta supostos benefícios para amenizar os sintomas da doença (Fonte: http://deodefreitas.blogspot.com.br/2011_11_01_archive.html) 

     A dengue é uma infecção virótica que faz doer o corpo inteiro, especialmente as juntas, e provoca muita febre; deixa a pessoa fora de combate por algum tempo e pode matar. Comer inhame, alho ou ingerir complexo B previnem a dengue. O que atrai a fêmea do mosquito para o corpo humano é o cheiro. Por isso, qualquer produto que ingerimos, quando eliminado do organismo, confunde a fêmea, já que modifica nosso cheiro. Mas cuidado! Essas substâncias precisam ser consumidas em grandes quantidades para que a eliminação chegue a confundir o mosquito. Inhame em grande quantidade não faz tão bem ao organismo, complexo B em excesso causa toxidez e o alho, traz aquele mau hálito. O Inhame é muito usado na fitoterapia. No caso da dengue, o doente tem que tomar cuidado com a forma desta ingestão. Como as pessoas afetadas pela doença, geralmente, ficam sem apetite, muitas se esforçam e comem somente o tubérculo achando que serão curadas, o que pode gerar outros problemas. A chave para se recuperar está na hidratação, seja em forma de água, suco ou o soro que pode ser retirado gratuitamente nos postos de saúde. A suposta cura da dengue está relacionada às propriedades depurativas e a presença de vitamina B que compõem o tubérculo. A crença popular julga que estas propriedades são capazes de expulsar o vírus do organismo e a vitamina B, afastaria o mosquito através de substancias exaladas pelo suor. Hoje em dia sabe-se que, uma alimentação rica em potássio, sais minerais e carboidratos que são encontrados na banana, melão, beterraba, batata e o famoso inhame, agiliza a cura. Vale destacar que quem estiver bem debilitado o melhor remédio é a hidratação venosa. Mas, o melhor tratamento é acabar com as larva e os focos dos mosquitos e para aqueles que estão doentes a indicação é repouso, nutrição e hidratação. Mas isso não significa que se você ficar quietinho, comendo sopa com suco de inhame, irá se recuperar mais rápido.


Cultivo: O inhame é uma planta tipicamente tropical, de clima quente e úmido. Para um bom desenvolvimento da cultura, a temperatura média deve ser de 23 a 25ºC; não tolera frio e, especialmente geadas. Cultivares: Existe uma grande variedade de inhames, entre as quais o inhame-branco, o inhame-bravo, o inhame-cigarra, o inhame-da-china (também chamado de inhame-cará) e o inhame-taioba. Há diversas cultivares de inhame que são comestíveis: São Tomé e o Sorocaba, além do Cará-da-Costa e do Cará-Mandioca, que, apesar dos nomes, referem-se mesmo ao inhame. Dentro de cada espécie, existe ainda uma variação entre os clones, principalmente no aspecto dos tubérculos, na cor da polpa e na adaptação. Entre os principais podem ser citados a variedade São Tomé, bastante difundida na região Centro-Sul e no Nordeste, o Cará-da-Costa, é o mais cultivado. Propagação: propaga-se exclusivamente através de material vegetativo. Podem ser usados rizomas pequenos, inteiros, que não atingem o padrão comercial, mas com peso mínimo de 100g; os rizomas maiores podem ser cortados em pedaços, contendo de duas a três gemas cada um, com peso na faixa de 250 a 350g. Todas as partes podem ser usadas no plantio, embora a parte de cima apresenta melhor pegamento que as partes do meio e da ponta, pois tem maior quantidade de gemas. É preciso deixar os rizomas em repouso, após cortados, em local ventilado para que cicatrize a parte cortada, impedindo a entrada de patógenos. As túberas-sementes, conhecidas pelos agricultores nordestinos por mamas, são produzidas por meio de técnica denominada capação, que consiste na retirada da túbera comercial, deixando-se suficiente quantidade de tecidos no local da extirpação, para possibilitar a formação de um aglomerado de pequenas túberas, que são colhidas três meses após. Tais túberas são produzidas por um número limitado de agricultores que comandam esse tipo de mercado, com apreciáveis lucros econômicos. Solo e adubação: O inhame prefere solos areno-argilosos ou mesmo arenosos, leves e bem profundos, com pH na faixa de 5,5 a 6,0. A planta responde bem ao fósforo; por isso, se o teor no solo for baixo, conforme a análise do solo, feita com antecedência, recomenda-se adicionar fosfato natural ao adubo orgânico ou aplicá-lo diretamente no solo, antes do plantio. Preparo do solo, plantio e espaçamento: O inhame pode ser plantado em sulcos abertos no solo, ou em leiras. Os sulcos só serão indicados para solos bem soltos e, devem ser abertos numa profundidade de 15 a 20cm. Em terrenos mais pesados, recomenda-se utilizar leiras para o plantio. A altura das leiras deve ser de, pelo menos, 30 cm. Deve ser feito um sulco no topo das leiras, com cerca de 15 cm de profundidade. Neste sulco é distribuído o adubo orgânico, de acordo com a análise do solo e do adubo. No Nordeste, o plantio irrigado é feito de setembro a outubro e, sem irrigação, de janeiro a março. No Centro-Sul, o plantio é feito de setembro a dezembro, quando começa o período das chuvas. Em regiões de baixa altitude, com temperaturas médias anuais mais elevadas, planta-se de junho a setembro. No plantio, as mudas devem ser distribuídas ao longo da leira ou do sulco, colocando a parte cortada virada para baixo. Após a distribuição, as mudas devem ser cobertas com uma camada de 5cm de terra. Para a cultura conduzida no sistema rasteiro, o espaçamento pode ser de 80 a 90 cm entre linhas por 20 a 30 cm entre plantas. No caso do tutoramento, recomenda-se o espaçamento de 1,20m entre linhas e 40 a 60cm entre plantas. Se o solo for fértil e a umidade alta, recomenda-se utilizar espaçamentos mais apertados, para evitar que os rizomas cresçam muito, o que dificulta sua aceitação em mercados mais exigentes. Capinas: até os 100 primeiros dias após o plantio, a linha de plantio deve estar livre de plantas espontâneas. As capinas, na fase inicial devem ser feitas em faixas, limpando-se junto às plantas e mantendo uma faixa de plantas espontâneas ou de adubos verdes, de cerca de 20 cm entre as linhas de cultivo. Consorciação de culturas: O plantio consorciado de espécies vegetais traz benefícios para as culturas de interesse econômico, segundo pesquisadores da Embrapa Agrobiologia. O cultivo orgânico de inhame entre faixas de guandu confere sombreamento e protege as folhas dessa hortaliça contra queimaduras do sol, durante o seu crescimento, além de promover controle do crescimento de ervas espontâneas. O guandu participa do consórcio como adubo verde e fornece quantidades significativas de nitrogênio para o inhame. É plantado em faixas distanciadas de 4 a 6m, sendo as mesmas formadas por fileiras duplas espaçadas de 0,50m. É podado cerca de 100 dias após o plantio do inhame e sua palhada é mantida sobre o solo, disponibilizando, assim, ao se decompor, nitrogênio oriundo da fixação biológica do ar. O cultivo consorciado com a leguminosa Crotalária juncea promoveu maior altura nas plantas do inhame, assim como reduziu a queima de folhas pelos raios solares. A população infestante de ervas espontâneas foi mais efetivamente controlada com a combinação entre consórcio e plantio direto em cobertura morta de aveia preta. Irrigação: Durante o período chuvoso, a cultura não precisa de irrigação, pois é bastante resistente à seca. Na falta de chuvas, o uso de irrigação após o plantio apressa a brotação e favorece o desenvolvimento inicial das plantas, obtendo-se colheitas precoces e melhores preços na comercialização. Quando atinge o ponto de colheita, o excesso de umidade no solo pode provocar apodrecimento e brotação dos rizomas. Em média, as chuvas por ano devem superar os 1.500mm, devendo ter disponíveis 400 mm entre os 3,5 e 5 meses de vegetação. Tutoramento: É feito com varas com 2m de comprimento. Pode-se utilizar uma vara por planta ou uma para cada duas plantas. Também pode-se fazer o tutoramento na forma de cerca cruzada, semelhante ao utilizado na cultura do tomate. O tutor é fincado na leira, bem firme. A planta se desenvolve sobre este apoio, enroscando-se sozinha. Doenças e pragas: Apesar de existir referência de ataque de doenças e pragas, o inhame é uma planta bastante rústica, principalmente se o sistema estiver equilibrado através do uso de prática adequadas, tais como adubação equilibrada, uso de sementes não contaminadas, rotação de culturas e adubação verde.


Colheita: O ciclo do inhame, do plantio à colheita, dura de 8 a 10 meses. O ponto de colheita é quando as folhas ficam amarelas e os ramos secam. A colheita manual é feita com auxílio de enxada ou enxadão, tomando-se cuidado para não ferir os rizomas. Depois, eles são recolhidos e colocados em caixas. Para comercializá-los é preciso limpar e retirar as raízes. Pode-se lavar os rizomas, deixando secar, em seguida, para uma adequada embalagem. Para estocar, o inhame deve ser colocado em galpão arejado e fresco, sendo os rizomas espalhados em uma camada fina. É possível estocá-los por até dois meses.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

06 de Fevereiro: Dia do Agente de Defesa Ambiental

06 de Fevereiro : Dia do Agente de Defesa Ambiental



      No dia 6 de fevereiro é comemorado o Dia do Agente de Defesa Ambiental, homenageando aqueles que trabalham pela proteção do nosso meio ambiente e pelo desenvolvimento sustentável.

     Mas o que é meio ambiente? É o conjunto de condições e componentes físicos, químicos e biológicos que possibilitam, regem e abrigam a vida em todas as suas formas. É toda a natureza que nos cerca, nos envolve, inclusive nós mesmos e nossa relação com o mundo em que vivemos. Tudo está interligado – pessoas, animais, florestas, rios, lagos, oceanos, cidades, além do ar que respiramos.

    O que é desenvolvimento sustentável? É um modelo econômico capaz de satisfazer as necessidades das gerações atuais, levando em consideração as necessidades e interesses das futuras gerações. Isto é, promove o desenvolvimento sem deteriorar ou prejudicar a base de recursos que lhe dá sustentação. Em outras palavras, sustentabilidade é “suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas”.

     Qual a função do Agente de Defesa Ambiental? É responsável por fiscalizar, resolver e propor atividades e obras para a conservação e prevenção do meio ambiente, através de vistorias, estudos técnicos de locais, análise de processos e avaliação de impactos, visando o cumprimento da legislação ambiental. Esse profissional promove a educação, orientando o público sobre os cuidados existentes para garantir a preservação do meio ambiente, e o seu controle de qualidade. Além disso, é sua função garantir o correto funcionamento do sistema de vigilância, monitoramento e coibição de infratores, e combater os danos causados pelo homem, à natureza.
     A natureza é um grande patrimônio da humanidade, do qual depende a nossa sobrevivência. Nos moldes de produção e consumo atuais, o meio ambiente do planeta está sendo rapidamente degradado. Diversas espécies encontram-se extintas e alterações climáticas vêm destruindo cidades, aumentando o nível do mar e inutilizando áreas que uma vez foram agricultáveis. Para reverter o processo e evitar a extinção da própria raça humana, precisamos tomar ações de prevenção e manutenção do meio ambiente enquanto ainda há tempo, permitindo que as futuras gerações possam viver em harmonia com a natureza. Quem lê jornal, assiste às notícias na televisão ou navega pela internet, frequentemente, se depara com notícias do tipo: o planeta Terra está aquecendo, as geleiras estão derretendo, os rios contaminados matam peixes e intoxicam a população local, o buraco na camada de ozônio e os gases do efeito estufa preocupam os cientistas e, assim por diante.
     Todas as pessoas, que de alguma forma, protegem o meio ambiente, podem ser considerados Agentes Ambientais e estão mesmo de parabéns, por isso, parabéns a todos nós! Este é o momento apropriado para refletirmos sobre a necessidade urgente de sermos protagonistas nas questões ambientais e, consequentemente, potenciais agentes ambientais. Todos nós dependemos do meio ambiente para sobreviver, por isso precisamos cuidar do nosso planeta, começando a respeitar as leis ambientais e preparando-as para as gerações futuras, a fim de possibilitar um planeta sadio para nossos sucessores.

  Mas como poderemos, na prática, em nosso dia-a-dia, promovermos o desenvolvimento sustentável e sermos, de fato, considerados também um agente ambiental? 
     A idéia central da Sustentabilidade é que é possível continuarmos vivendo neste planeta com qualidade de vida e nos desenvolvendo de forma com que haja continuidade e equilíbrio em relação aos recursos naturais. Tudo o que se retira se apenas retiramos, uma hora vai acabar. Assim, devemos oferecer ao planeta tanto quanto retiramos dele. Por exemplo, se retirarmos de um terreno duas árvores para construir nossa casa, obrigatoriamente deveríamos plantar no mínimo duas árvores. Atualmente, sustentabilidade virou praticamente uma palavra da moda no mundo inteiro. Todos gostam de agregá-la aos seus discursos políticos e empresariais. Mas afinal de contas, como podemos ajudar na prática no nosso dia a dia?

Algumas dicas práticas, destacando-se as 12 primeiras, para economizar energia, diminuir o aquecimento global e proteger o planeta!

Fonte: adaptado do “53 dicas práticas para você economizar energia e proteger o planeta” de Daniel Cassiano Lima - Biólogo (CRBio 27587/5-D)


01.Nunca é demais lembrar: recicle. Recicle no trabalho e em casa. Lembre-se de que o material reciclável deve ser lavado (no caso de plásticos, vidros e metais) e dobrado (papel). Agindo assim, ainda estará humanizando o difícil trabalho dos catadores nos lixões. Vale lembrar que utensílios como móveis, entulhos, eletrodomésticos e baterias de celulares e computadores não devem ser jogados no lixo convencional. Há serviços especializados para recolher móveis, entulhos, grandes objetos, computadores, pilhas, baterias e outros. Informe-se junto à prefeitura de seu município.


02. Faça compostagem: Cerca de 3% do metano que ajuda a causar o efeito estufa é gerado pelo lixo orgânico doméstico. Aprenda a fazer compostagem: além de reduzir o problema, especialmente nas cidades, a compostagem reduz pela metade o lixo e, em consequência diminui o trabalho e, o mais importante, polui menos o meio ambiente. Todos ganham com a transformação do lixo em composto orgânico! as prefeituras, os recolhedores do lixo, a população que terá uma cidade mais limpa e com menos cheiro desagradável, a horta, o jardim e até as plantas ornamentais cultivadas em vaso, pois terão um adubo natural de ótima qualidade e barato feito em casa, sem poluir o meio ambiente. Veja como preparar e os cuidados que se deve ter para produzir um adubo natural de boa qualidade através da matéria já postada neste blog em 29/11/2010.


03. Nunca jogue lixo na rua! A natureza agradece e ainda teremos uma cidade mais limpa! Caso não tenha uma lixeira por perto, guarde para colocar quando encontrar. Dê o exemplo, especialmente para as crianças e fiscalize.


04.Compre ou produza seus alimentos orgânicos: Por enquanto, alimentos orgânicos são um pouco mais caros, pois a demanda é maior que a oferta no Brasil. Mas você sabia que, além de não usar agrotóxicos e fertilizantes químicos, os orgânicos respeitam os ciclos de vida de animais, insetos e ainda por cima absorvem mais gás carbônico da atmosfera que a agricultura "tradicional"? Se toda a produção de soja e milho dos EUA fosse orgânica, cerca de 240 bilhões de quilos de gás carbônico seriam removidos da atmosfera. Portanto, incentive o comércio de orgânicos para que os preços possam cair com o tempo. Se dispor de pequeno terreno, faça sua horta orgânica, pois é fácil, o custo é mais barato, os alimentos são mais saudáveis e nutritivos, é uma forma de terapia ocupacional e, oportunidade de fazer exercícios ao ar livre e, o mais importante, não polui o meio ambiente. Em 10 m2 de terreno é possível produzir hortaliças de ciclo curto para toda a família; mesmo em apartamento é possível, em recipientes, produzir algumas hortaliças, temperos e plantas medicinais! Experimente!


05.Proteja as florestas: Em tempos de aquecimento global, as árvores precisam de mais defensores do que nunca. O papel delas no aquecimento global é crítico, pois mantém a quantidade de gás carbônico controlada na atmosfera. Veja em matéria já postada neste blog no link “Publicações” - “A importância das florestas para o meio ambiente”.


06.Considere o impacto de seus investimentos e informe-se sobre a política ambiental das empresas: O dinheiro que você investe não rende juros sozinho. Isso só acontece quando ele é investido em empresas ou países que dão lucro. Na onda da sustentabilidade, vários bancos estão considerando o impacto ambiental das empresas em que investem o dinheiro dos seus clientes. Informe-se com o seu gerente antes de escolher o melhor investimento para você e o meio ambiente. Seja o banco onde você investe ou o fabricante do shampoo que utiliza, todas as empresas deveriam ter políticas ambientais claras para seus consumidores. Ainda que a prática esteja se popularizando, muitas empresas ainda pensam mais nos lucros e na imagem institucional do que em ações concretas. Por isso, não olhe apenas para as ações que a empresa promove, mas também a sua margem de lucro. Será mesmo que eles estão colaborando tanto assim? fiscalize e divulgue!


07.Não permita o desperdício de água: Banho de mangueira, guerrinha de balões de água e toda sorte de brincadeiras com água são, sem dúvida, divertidas, mas passam a equivocada idéia de que a água é um recurso infinito, justamente para aqueles que mais precisam de orientação, as crianças. Não deixe que seus filhos brinquem com água, ensine a eles o valor desse bem tão precioso. Cuidado com as torneiras; uma torneira aberta gasta de 12 a 20 litros de água por minuto e se estiver pingando, são 46 litros por dia. A cada 5 minutos, num banho de chuveiro, são gastos cerca de 30 litros de água, enquanto que um banho de banheira gasta, em média, 80 litros de água


08.Participe de ações virtuais: A Internet é uma arma poderosa na conscientização e mobilização das pessoas. Um exemplo é o site ClickÁrvore, que planta árvores com a ajuda dos internautas. Informe-se e aja!


09. Regue as plantas à noite e, no verão, procure utilizar sombrite, coberturas mortas e vivas: Ao regar as plantas à noite ou pela manhã, bem cedinho, você impede que a água se perca pela evaporação, e também evita choques térmicos que podem agredir suas plantas. O uso de sombrite, além de proteger as plantas das elevadas temperaturas e da fortes chuvas típicas do verão, economiza água. As coberturas mortas e vivas protege o solo evitando a erosão do solo e conservando a umidade. Neste blog, em matéria postada em 04/07/2011 você terá mais informações sobre estas tecnologias para produção de alimentos orgânicos.


10. Informe-se sobre pequenas alternativas ambientalmente corretas para sua casa: Seja na construção ou na reforma, existem maneiras menos agressivas de lidar com a questão, dê preferência para produtos ecologicamente corretos.


11. Educação ambiental. Atenção Pais e Educadores: ensinem as crianças a terem amor em relação ao planeta. Elas são o futuro e é exatamente elas quem mais sofrerão as consequências da não preservação.


12.Plante uma árvore: Uma árvore absorve uma tonelada de gás carbônico durante sua vida. Plante árvores no seu jardim ou inscreva-se em programas como o SOS Mata Atlântica ou Iniciativa Verde


13.Reduza o uso de embalagens: Embalagem menor é sinônimo de desperdício de água, combustível e recursos naturais. Prefira embalagens maiores, de preferência com refil. Evite ao máximo comprar água em garrafinhas, leve sempre com você a sua própria. Não peça comida para viagem. Se você já foi até o restaurante ou à lanchonete, que tal sentar um pouco e curtir sua comida ao invés de pedir para viagem? Assim você economiza as embalagens de plástico e isopor utilizadas.


14.Compre papel reciclado: Produzir papel reciclado consome de 70 a 90% menos energia do que o papel comum, e poupa nossas florestas.


15.Utilize uma sacola para as compras: Sacolinhas plásticas descartáveis são um dos grandes inimigos do meio-ambiente. Elas não apenas liberam gás carbônico e metano na atmosfera, como também poluem o solo e o mar. Quando for ao supermercado, leve uma sacola de feira ou suas próprias sacolinhas plásticas.


16. Tampe suas panelas enquanto cozinha e cozinhe com fogo mínimo: Ao tampar as panelas, enquanto cozinha, você aproveita o calor que simplesmente se perderia no ar. Não adianta, por mais que você aumente o fogo, sua comida não vai cozinhar mais depressa, pois a água não ultrapassa 100ºC em uma panela comum. Com o fogo alto, você vai é queimar sua comida.


17. Aprenda a cozinhar em panela de pressão: Acredite... dá pra cozinhar tudo em panela de pressão: Feijão, arroz, macarrão, carne, peixe etc... Muito mais rápido e economizando 70% de gás.


18. Antes de cozinhar, retire da geladeira todos os ingredientes de uma só vez: Evite o abre-fecha da geladeira toda vez que seu cozido precisar de uma cebola, uma cenoura, etc...


19. Coma menos carne vermelha: A criação de bovinos é um dos maiores responsáveis pelo efeito estufa. Você já sentiu aquele cheiro quando você se aproximou de alguma fazenda/criação de gado? é o metano, um gás inflamável, poluente e, com cheiro desagradável. Além disso, a produção de carne vermelha demanda uma quantidade enorme de água. Para se ter uma idéia: para produzir 1kg de carne vermelha é necessário 200 litros de água potável. O mesmo quilo de frango só consome 10 litros. Além disso, a carne de frango é mais saudável que a carne vermelha.


20. Não troque o seu celular: Já foi o tempo que celular era sinal de status. Fique com o antigo pelo menos enquanto estiver funcionando perfeitamente ou em bom estado. Celulares trouxeram muita comodidade à nossa vida, mas utilizam de derivados de petróleo em suas peças e metais pesados em suas baterias.


21. Compre um ventilador de teto: Nem sempre faz calor suficiente para se ligar o ar condicionado. Na maioria das vezes, um ventilador de teto é o ideal para refrescar o ambiente gastando 90% menos de energia. Combinar o uso dos dois também é uma boa idéia: regule seu ar condicionado para o mínimo e ligue o ventilador de teto.


22. Use somente pilhas e baterias recarregáveis: É certo que são caras, mas o uso a médio e longo prazo se pagam com muito lucro. Duram anos e podem ser recarregadas em média 1000 vezes.


23. Limpe ou troque os filtros do seu ar condicionado: Um ar condicionado sujo representa 158 quilos de gás carbônico a mais na atmosfera por ano.


24.Troque suas lâmpadas incandescentes por fluorescentes: Lâmpadas fluorescentes gastam 60% menos energia que uma incandescente. Assim, você economizará 136 quilos de gás carbônico anualmente.


25.Escolha eletrodomésticos de baixo consumo energético: Procure por aparelhos com o selo do Procel (no caso de nacionais) ou Energy Star (no caso de importados).


26.Não deixe seus aparelhos em standby: Simplesmente desligue ou tire da tomada quando não estiver usando um eletrodoméstico. A função de standby de um aparelho usa cerca de 15% a 40% da energia consumida quando ele está em uso.


27.Mude sua geladeira ou freezer de lugar: Ao colocá-los próximos ao fogão, eles utilizam muito mais energia para compensar o ganho de temperatura. Mantenha-os afastados pelos menos 15cm das paredes para evitar o superaquecimento. Colocar roupas e tênis para secar atrás deles então, nem pensar!


28.Descongele geladeiras e freezers antigos a cada 15 ou 20 dias: O excesso de gelo reduz a circulação de ar frio no aparelho, fazendo que gaste mais energia para compensar. Se for o caso, considere trocar de aparelho. Os novos modelos consomem até metade da energia dos modelos mais antigos, o que subsidia o valor do eletrodoméstico a médio/longo prazo.


29.Use a máquina de lavar roupas/louça só quando estiverem cheias: Caso você realmente precise usá-las com metade da capacidade, selecione os modos de menor consumo de água. Se você usa lava-louças, não é necessário usar água quente para pratos e talheres pouco sujos. Só o detergente já resolve.


30.Retire imediatamente as roupas da máquina de lavar quando estiverem limpas: As roupas esquecidas na máquina de lavar ficam muito amassadas, exigindo muito mais trabalho e tempo para passar e consumindo assim muito mais energia elétrica.


31.Tome banho de chuveiro: E de preferência, rápido. Um banho de banheira consome até quatro vezes mais energia e água que um chuveiro.


32.Use menos água quente: Aquecer água consome muita energia. Para lavar a louça ou as roupas, prefira usar água morna ou fria.


33.Pendure ao invés de usar a secadora, especialmente no verão: Você pode economizar mais de 317 quilos de gás carbônico se pendurar as roupas durante metade do ano ao invés de usar a secadora.


34.Compre alimentos produzidos na sua região: Fazendo isso, além de economizar combustível, você incentiva o crescimento da sua comunidade, bairro ou cidade.


35.Compre alimentos frescos ao invés de congelados: Comida congelada além de mais cara, consome até 10 vezes mais energia para ser produzida. É uma praticidade que nem sempre vale a pena.


36.Ande menos de carro, mantenha o carro regulado e ao trocar, escolha um modelo menos poluente: use menos o carro e mais o transporte coletivo (ônibus, metrô) ou o “limpo” (bicicleta ou a pé). Se você deixar o carro em casa 2 vezes por semana, deixará de emitir 700 quilos de poluentes por ano. . Se não tiver que carregar peso excessivo, prefira caminhar, pois assim, além de não poluir o ar com a descarga do carro, ainda evita de se estressar, procurando lugar para estacionar, especialmente nas grandes cidades. Calibre os pneus a cada 15 dias e faça uma revisão completa a cada seis meses, ou de acordo com a recomendação do fabricante. Carros regulados poluem menos. A manutenção correta de apenas 1% da frota de veículos mundial representa meia tonelada de gás carbônico a menos na atmosfera. Apesar da dúvida sobre o álcool ser menos poluente que a gasolina ou não, existem indícios de que parte do gás carbônico emitido pela sua queima é reabsorvida pela própria cana de açúcar plantada. Carros menores e de motor 1.0 poluem menos. Em cidades como São Paulo, onde no horário de pico anda-se a 10km/h, não faz muito sentido ter carros grandes e potentes para ficar parados nos congestionamentos.


37. Não deixe o bagageiro vazio em cima do carro: Qualquer peso extra no carro causa aumento no consumo de combustível. Um bagageiro vazio gasta 10% a mais de combustível, devido ao seu peso e aumento da resistência do ar.


38.Lave o carro à seco: Existem diversas opções de lavagem sem água, algumas até mais baratas do que a lavagem tradicional, que desperdiça centenas de litros a cada lavagem.


39.Use o telefone ou a Internet: A quantas reuniões de 15 minutos você já compareceu esse ano, para as quais teve que dirigir por quase uma hora para ir e outra para voltar? Usar o telefone ou skype pode poupar você de stress, além de economizar um bom dinheiro e poupar a atmosfera.


40.Voe menos, faça reuniões por videoconferência: Reuniões por videoconferência são tão efetivas quanto as presenciais. E deixar de pegar um avião faz uma diferença significativa para a atmosfera.


41.Economize CDs e DVDs: CDs e DVDs sem dúvida são mídias eficientes e baratas, mas você sabia que um CD leva cerca de 450 anos para se decompor e que, ao ser incinerado, ele volta como chuva ácida (como a maioria dos plásticos)? Utilize mídias regraváveis, como CD-RWs, drives USB ou mesmo e-mail ou FTP para carregar ou partilhar seus arquivos. Hoje em dia, são poucos arquivos que não podem ser disponibilizados virtualmente ao invés de em mídias físicas.


42.Desligue o computador e considere trocar seu monitor: Muita gente tem o péssimo hábito de deixar o computador de casa ou da empresa ligado ininterruptamente, às vezes fazendo downloads, às vezes simplesmente por comodidade. Desligue o computador sempre que for ficar mais de 2 horas sem utilizá-lo e o monitor por até quinze minutos. O maior responsável pelo consumo de energia de um computador é o monitor. Monitores de LCD são mais econômicos, ocupam menos espaço na mesa e estão ficando cada vez mais baratos. O que fazer com o antigo? Doe a instituições como o Comitê para a Democratização da Informática.


43. No escritório, desligue o ar condicionado uma hora antes do final do expediente: um período de 8 horas, isso equivale a 12,5% de economia diária, o que equivale a quase um mês de economia no final do ano. Além disso, no final do expediente a temperatura começa a ser mais amena.


44. Frequente restaurantes naturais/orgânicos: Com o aumento da consciência para a preservação ambiental, uma gama enorme de restaurantes naturais, orgânicos e vegetarianos está se espalhando pelas cidades. Ainda que você não seja vegetariano, experimente os novos sabores que essa onda verde está trazendo e assim estará incentivando o mercado de produtos orgânicos, livres de agrotóxicos e menos agressivos ao meio-ambiente.


45.Vá de escada e ande mais de bicicleta: Para subir até dois andares ou descer três, que tal ir de escada? Ande mais de bicicleta. Além de fazer exercício, você economiza energia elétrica dos elevadores, o que faz muito bem à saúde e também ao meio ambiente.


46.Faça sua voz ser ouvida pelos seus representantes: Use a Internet, cartas ou telefone para falar com os seus representantes em sua cidade, estado e país. Mobilize-se e certifique-se de que os seus interesses - e de todo o planeta - sejam atendidos.


47. Dia do livro: que tal desligar a televisão uma vez por semana e passar parte da noite lendo um livro ou brincando com as crianças? Além de economizar energia, você ganhará saúde.


48.Divulgue essa lista! Envie essa lista por e-mail para seus amigos. O planeta terra, o meio ambiente e a saúde de todos nós agradecem! reproduza-a livremente!





Vale a pena lembrar !

Cada um deve fazer sua parte, independente de que o outro faça a dele …
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