quarta-feira, 24 de agosto de 2011


   Dentre os roedores, os ratos são os que mais causam prejuízos às pessoas tanto na agricultura como nas residências e, o que é pior, podem transmitir doenças tais como a leptospirose. É uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Leptospira presente na urina do rato. Em situações de enchentes e inundações, a urina dos ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama das enchentes. Qualquer pessoa que tiver contato com a água ou lama contaminadas poderá se infectar. A Leptospira penetra no corpo pela pele, principalmente se houver algum ferimento ou arranhão e também através da boca e olhos. Os sintomas da doença, geralmente, são: febre alta, fortes dores de cabeça, calafrios, dores musculares, vômitos, dor abdominal, icterícia (amarelão), diarréia ou coceira. Algumas pessoas não apresentam sintomas. Em casos severos a doença pode levar até a morte. Na época de seca, oferecem riscos à saúde humana o contato com água ou lama de esgoto, lagoas ou rios contaminados e terrenos baldios onde existem ratos. Portanto, deve -se evitar o contato com esses ambientes. O controle da população de ratos é uma das medidas para evitar-se a disseminação da leptospirose.
O problema dos raticidas: o controle dos ratos mais conhecido é através de raticidas, embora eficientes, são substâncias químicas de alta periculosidade. O grande problema destes raticidas é a contaminação do meio ambiente e das pessoas e, especialmente, crianças que não tem noção do perigo que estão correndo e animais. Em consulta ao Centro de Intoxicação Toxicológicas – CIT, do Hospital Universitário da UFSC (www.cit.sc.gov.br), verificou-se um elevado número de intoxicações de pessoas com raticidas e, o que é pior, o número de casos registrados está aumentando drasticamente (Tabela 1). Comparando-se o número de casos registrados do 1º quinquênio (1984/1988) em relação ao último (2004/2008), verifica-se um aumento de 1.094 e 1.128% em relação às intoxicações humanas e em animais, respectivamente. Ou seja, as intoxicações com raticidas estão aumentando de forma alarmante em Santa Catarina.
Tabela 1. Número de casos de intoxicações causadas pelos raticidas, registrados pelo Centro de Intoxicação Toxicológicas do Hospital Universitário da UFSC, no período de maio de 1984 a dezembro de 2008. Florianópolis, SC.
 Controle ecológico de ratos com feijão moído
   Circula na internet, uma mensagem que indica um controle ecológico de ratos bastante eficiente, já testado e aprovado por um amigo, residente na zona rural de Taquari, no RS.
Como fazer: pegue uma xícara de qualquer feijão cru (sem lavar mesmo), coloque no multiprocessador, ou liquidificador (SEM ÁGUA) e triture até virar uma farofinha bem fininha, mas sem virar totalmente pó.
Onde colocar: coloque em montinhos (uma colher de chá) nos cantos do chão, perto das portas, e janelas (sim, eles as escalam), atrás da geladeira, atrás do fogão, atrás de tudo!
O que acontece: o rato come essa farofinha, mas ele não tem como digerir o feijão (cru), por falta de substâncias que digerem feijão cru, causando assim um envenenamento natural por fermentação. Os ratos morrem em até 3 dias e, o mais importante, não tem contra-indicação: ao contrário dos tradicionais venenos, o rato morre e não contamina animais de estimação que por sua vez morreriam por terem comido o rato envenenado. E a quantidade de feijão que ele ingeriu e morreu é insuficiente para matar um cão ou gato, mesmo porque estes gostam de MATAR pra comer... mas morto eles não os comem. Se tiver crianças pequenas (bebês) num período que ainda engatinham, fase que colocam tudo na boca, não faz mal algum, pois o feijão para o ser humano, mesmo cru é digerido.
 Controle ecológico de ratos e outros insetos com hortelã: esta planta medicinal, muito conhecida, além de ser indicada na forma de chá como digestiva, calmante, descongestionante das vias respiratórias e vermífuga, também repele ratos e insetos-domésticos (mosquitos, formigas, piolhos e pulgas) e insetos-pragas de plantas (borboleta da couve e moscas brancas). Por isso, recomenda-se plantar hortelã ao redor dos canteiros, em volta da casa e/ou galpões.
Controle ecológico de ratos com arruda: espalhar alguns recipientes com um pouco de água e ramos frescos de arruda nos cantos e passagens serve para espantar ratos e camundongos. Eles detestam o cheiro de arruda e a água aumenta o tempo de uso dos ramos.
Controle ecológico de ratos com gatos: em casas e, em propriedades agrícolas com gatos, que são exímios caçadores de ratos, há um bom controle, desde que os gatos não sejam excessivamente alimentados por seus donos.
Controle de ratos com ratoeira ecológica
A ratoeira ecológica é outra forma eficiente de controlar ratos. O Sr. Ernesto Ristow, de Ibirama, SC, comprovou a eficiência desta ratoeira, que é bastante simples.
Como fazer (Figura 1): basta uma lata, um arame grosso, uma espiga de milho e água. Enche-se meia lata com água e coloca-se o arame transpassando a espiga, depois se coloca um suporte (ripa) para que os ratos possam chegar até a borda da lata. Quando eles forem comer o milho, escorregam, pois a espiga rola, e eles ficam presos na água. A armadilha também pode ser feita com garrafa pet para controlar camundongos em residências.
 Figura 1. Ratoeira ecológica (foto de Hernandes Werner)

Por favor, repassem a todos! Faça a sua parte!
O MEIO AMBIENTE E A SAÚDE DE TODOS NÓS AGRADECEM!
Vamos parar de utilizar produtos químicos a todo momento!www.cit.sc.gov.br
Ferreira On 8/24/2011 04:54:00 AM 13 comments LEIA MAIS

quinta-feira, 18 de agosto de 2011



    Cada espécie de hortaliça tem a época ideal para colheita (Figuras 1, 2, 3 e 4). Em geral, quando colhida antes do completo desenvolvimento, a hortaliça apresenta-se tenra, mas sem sabor. Por outro lado, quando colhida tardiamente torna-se fibrosa, com sabor alterado, florescida ou com rachaduras. É importante destacar que vários trabalhos de pesquisa comprovam que as hortaliças produzidas no sistema de produção orgânico, se conservam por mais tempo e, o melhor, apresentam qualidade nutricional superior e sem risco de contaminação por agrotóxicos, fertilizantes químicos e outras substâncias prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente.
 Figura 1. Ponto ideal para colheita de rabanete (à direita)
Figura 2. Ponto ideal para colheita de couve-brócolis (à direita)
Figura 3. Ponto ideal para colheita de couve-flor
Figura 4. Plantas de cebola em ponto de colheita (plantas tombadas ou na fase de estalo).
    O horário da colheita também é importante, por isso recomenda-se pela manhã ou ao final da tarde, pois o calor causa perda de umidade e aumenta a perecibilidade das hortaliças. Preferencialmente, deve-se colher em dias secos, pois o excesso de umidade favorece o apodrecimento.
   O período de conservação natural das hortaliças varia conforme as espécies, variedades e os cuidados na condução da horta, na colheita e após a colheita. Quando as hortaliças são colhidas, elas continuam vivas (respiram e transpiram) e suas transformações químicas naturais continuam a ocorrer. De todos os processos metabólicos que ocorrem nas hortaliças após a colheita, a respiração é o mais importante e pode ser afetado por fatores próprios da planta (internos) ou do ambiente (externos).
    De modo geral, quando guardadas em local limpo e arejado, longe de produtos de limpeza e protegido da luz direta, as hortaliças permanecem com boa qualidade por vários dias e, até meses. A batatinha fica esverdeada na presença de luz artificial e natural devido ao acúmulo de solanina, substância tóxica que pode causar diarréia nas pessoas.
  É importante lembrar também que algumas hortaliças são sensíveis ao gás etileno provenientes de motores a combustão e de frutos climatéricos. A produção de etileno, um hormônio de maturação e envelhecimento de vegetais, ocorre naturalmente durante a fase de amadurecimento dos frutos, principalmente dos climatéricos. Os frutos climatéricos são aqueles que, logo após o início da maturação, apresentam rápido aumento na intensidade respiratória e, por isso, têm a capacidade de amadurecer depois da colheita. O tomate, a goiaba, a manga, o mamão, o caqui e, especialmente, a maçã, o maracujá e a banana são exemplos de frutos climatéricos. Em função disso, não se recomenda armazenar cenoura, vagem, pepino e beringela juntamente com os frutos climatéricos em caixas ou em armários fechados. Para retardar a maturação e o envelhecimento e aumentar o período de conservação, frutas e hortaliças climatéricas devem ser colhidas ainda verdes, a partir do momento em que atingem o ponto de maturação. Alguns exemplos de conservação de hortaliças em ambientes naturais e, em geladeira, estão descritos a seguir:
 .Hortaliças-folhosas: alface, couve e repolho
    A alface é uma das hortaliças que se estraga mais rapidamente. Fora da geladeira deve ser mantida com a parte de baixo dentro de uma vasilha com água ou dentro de saco de plástico aberto, em local bem fresco, por até 1 dia. A alface, quando conservada em geladeira, deve ser mantida em saco de plástico ou em uma vasilha de plástico tampada, retirando-se as folhas de acordo com a necessidade de consumo. Nesta condição, a alface pode ser mantida por 3 a 4 dias. A couve é uma hortaliça que se conserva por pouco tempo, murchando e amarelecendo rapidamente. Em condição ambiente, deve ser mantida com os talos dentro de uma vasilha com água ou dentro de saco de plástico aberto, em local bem fresco, por até um dia. Quando conservada em geladeira, inteira ou picada, deve ser mantida em saco de plástico fechado ou em vasilha de plástico tampada, conservando-se por até uma semana, quando inteira ou por três dias, quando picada. O repolho quando mantido em condição ambiente, conserva-se por menos de 1 semana, murchando primeiramente as folhas externas. Sob refrigeração pode ser mantido por várias semanas, desde que colocado dentro de sacos de plástico. Quando picado, deve obrigatoriamente ser mantido embalado ou em vasilha tampada na geladeira, conservando-se por até 5 dias.
.Hortaliças-flores: couve-flor e brócolis
    A couve-flor se estraga rapidamente por isto compre somente a quantidade necessária ao consumo para utilização imediata. Na geladeira pode ser conservada por 3 a 5 dias sem grande perda de qualidade, dentro de saco de plástico perfurado. Antes de guardar, remova as partes escuras e folhas, mas não lave a cabeça. O brócoli é uma das hortaliças de menor durabilidade, amarelecendo e murchando rapidamente. Em condição ambiente, deve ser comercializado e consumido no dia da compra. Em geladeira doméstica, pode ser mantido por até 4 dias, dentro de saco de plástico perfurado na parte de cima da geladeira, próximo ao congelador.
.Hortaliças-frutos: pimentão, pepino, chuchu, tomate, melão, melancia,abóbora, moranga e milho-verde
   Os frutos de pimentão podem ser conservados em condição natural, em local fresco, por 2 a 4 dias. Em geladeira doméstica podem ser mantidos por mais de 1 semana, quando embalados em sacos plásticos perfurados e colocados na parte inferior. O amadurecimento é acelerado quando os frutos são mantidos em condições naturais. O pepino se estraga rapidamente se mantido em condição ambiente. Em geladeira, dentro de sacos de plástico perfurado, pode ser conservado por até uma semana sem grandes alterações na cor, sabor e aparência. O pepino deve ser colocado na parte inferior da geladeira. Os frutos de chuchu podem ser mantidos em condição ambiente, por 3 a 5 dias depois de colhidos, a partir de quando começam a murchar. Podem ser conservados por maior tempo, 6 a 8 dias, na parte de baixo da geladeira, embalados em saco de plástico. Os tomates se conservam bem fora da geladeira por poucos dias.Tomates vermelhos se estragam rapidamente por isso, se não forem consumidos logo, devem ser colocados na geladeira, na parte inferior, dentro de sacos de plástico perfurados. Tomates ''de vez'' devem ser mantidos em ambiente natural até o completo amadurecimento. Melão e melancia, em condições naturais podem se conservar por 10 a 15 dias, enquanto que abóboras e morangas se conservam por 3 a 5 meses. O milho-verde perde a qualidade rapidamente após a colheita. Em condição ambiente, dura no máximo um dia. Mesmo quando não se deterioram neste período os grãos ficam com o sabor e a textura prejudicados. Na geladeira, conserva-se no máximo por 3 dias. Como o milho verde suporta baixas temperaturas, ele pode ser mantido, com vantagem, na parte mais alta da geladeira. Não se esqueça de colocá-lo em saco de plástico para que os grãos não murchem rapidamente.
 .Hortaliças-legumes: feijão-vagem
    Na geladeira, armazene o feijão-vagem por no máximo 5 a 7 dias; após este período podem aparecer manchas escuras nas vagens. Não lave-as antes de armazená-las e mantenha-as em saco de plástico. Em condição ambiente conservam-se por 2 a 3 dias no máximo.
 .Hortaliças-raízes: aipim, batata-doce, cenoura, beterraba lavada e rabanete
   Em condições naturais o aipim pode ser conservado no período de 1 a 2 dias, no máximo; no entanto, quando descascado e congelado se conserva por vários meses. É importante destacar que o aipim congelado cozinha, em média, na metade do tempo quando comparado ao recém descascado. Por outro lado, as raízes de batata-doce podem ser conservadas por um longo período de tempo em condição natural, desde que o local seja seco, fresco e bem ventilado. A cenoura pode ser conservada por até 15 dias se mantida em geladeira, dentro de saco plástico perfurado. Quando em condição natural, as raízes de cenoura devem ser mantidas em local fresco e sombreado; se forem lavadas antes de colocadas na geladeira, devem ser enxugadas com um pano seco e limpo ou com papel absorvente. Quando em condição natural, a beterraba se conserva por até 1 semana, se mantida em local fresco e sombreado. Em geladeira, pode ser mantida por até 15 dias, embalada em saco de plástico perfurado. Os rabanetes murcham rapidamente, por isso devem ser mantidos preferencialmente em geladeira, dentro de sacos de plástico. Remova as folhas antes de armazená-los, pois quando estas são mantidas o produto murcha mais rapidamente. Se houver formação de gotículas de água dentro do saco, fure-o com um garfo.
  Quando mantido em condição ambiente, conserva-se por menos de uma semana, murchando primeiramente as folhas externas. Sob refrigeração pode ser mantido por várias semanas, desde que colocado dentro de sacos de plástico. Quando picado, deve obrigatoriamente ser mantido embalado ou em vasilha tampada na geladeira, conservando-se por até cinco dias.
.Hortaliças-bulbos: alho e cebola; Hortaliças-tubérculos: batata
  O alho e cebola, especialmente em résteas (vários meses) conservam-se por tempo prolongado em condições naturais, sem necessidade de refrigeração. Em condições normais o alho e cebola conservam-se por 3 a 5 semanas. Mantenha os bulbos em local seco, fresco, escuro e bem ventilado. As cebolas de sabor mais suave, ou seja menos picante, apresentam menor durabilidade, enquanto as cebolas mais picantes, conservam-se por maior período. As cebolas roxas em geral se conservam por maior tempo do que as cebolas brancas e amarelas. Não deve-se evitar guardar batatas e cebolas juntas, pois os ácidos da cebola estimulam o apodrecimento das batatas e vice-versa. Por outro lado, não se deve guardar batata na geladeira, pois temperaturas abaixo de 7ºC transformam o amido do tubérculo em açúcar e, depois de cozida, fica com sabor adocicado e também não se presta para fritar. A batata se conserva relativamente bem fora da geladeira por até 2 semanas, quando mantida em local fresco, arejado e escuro. É importante deixar os tubérculos ao abrigo da luz para evitar o esverdeamento. A parte verde pode conter a substância solanina que é tóxica. Evite armazenar a batata em geladeira pois esta quando mantida sob temperatura muito baixa fica com o sabor adocicado e escurece ao ser fritada.
Ferreira On 8/18/2011 04:59:00 AM Comentarios LEIA MAIS

sexta-feira, 12 de agosto de 2011


   As adversidades climáticas, especialmente precipitações freqüentes e intensas ou então estiagens, altas e baixas temperaturas, tem sido cada vez mais comum nos últimos anos em todo o mundo. Segundo o Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), as previsões para os próximos anos não são nada animadoras. Pelo contrário, existe forte tendência de que estas adversidades climáticas se intensifiquem ainda mais. Precipitações de 80 a 100 mm, historicamente de quase um mês, em menos de dois dias, tem sido cada vez mais comum em quase todas as regiões produtoras de hortaliças; o aumento da temperatura das águas do oceano atlântico devido ao aumento do aquecimento global explica, em grande parte, este fato. Em função disso, é fundamental o uso de práticas que minimizem o máximo possível os prejuízos nas hortaliças, espécies muito sensíveis às mudanças climáticas.
    Toda a prática que visa a proteção das plantas cultivadas e do solo de chuvas frequentes e torrenciais, altas temperaturas, frio e ventos, é denominada de cultivo protegido, proporcionando maior rendimento, melhor qualidade das hortaliças e menor ocorrência de doenças, pragas e plantas espontâneas, sendo por isso, altamente recomendável para o sucesso no cultivo orgânico de hortaliças.
Cobertura com plástico: o cultivo protegido, seja através de abrigos de plástico (Figura 1) ou mesmo túneis baixos (Figura 2), principalmente para produtores especializados em produção de mudas orgânicas, é fundamental para o sucesso da atividade. Para maiores informações sobre a construção e manejo destes abrigos, bem como a proteção dos ventos dominantes visando a produção de mudas e também para o plantio definitivo de vários cultivos tais como tomate, pimentão, alface, pepino e outras espécies no cultivo orgânico, sugere-se o contato com pesquisadores da Epagri/Estação Experimental de Itajaí, em Santa Catarina.

Figura 1. Produção de mudas de hortaliças em bandejas de isopor protegidas por um abrigo de plástico
    Para espécies de porte baixo, como alface, morango, beterraba e outras, pode-se utilizar o túnel baixo (Figura 2), sustentado em arcos de arame (nº 6), bambu, madeira, mangueira ou outros materiais.

Figura 2. Túnel baixo com cobertura de plástico no cultivo do morangueiro
Cobertura com sombrite: no verão, deve-se utilizar sombrite (tela que deixa passar 50 a 70% da luz), diminuindo com isso a radiação solar nas horas mais quentes, especialmente no verão, e os efeitos danosos das chuvas torrenciais sobre as plantas (Figura 3). É muito importante fazer um bom manejo retirando total ou, parcialmente, a proteção em dias nublados e nas horas mais frescas e colocando-a nas horas mais quentes do dia (11 às 16 horas) e quando houver previsão de chuvas torrenciais, que ocorre normalmente no verão.

Figura 3. Cultivo de alface com proteção de sombrite
Cobertura morta: consiste na cobertura do solo com palha ou com capim seco nas entrelinhas (Figuras 4, 5 e 6). Além de proteger das chuvas torrenciais, especialmente no verão, a cobertura diminui a temperatura do solo, favorecendo o desenvolvimento das hortaliças, mantém a umidade do solo por mais tempo e diminui o crescimento de plantas espontâneas. A maioria das plantas não absorve mais água com temperatura acima de 32ºC e, por isso, param de crescer. Trabalhos de pesquisa comparando cultivos em solo descoberto com aqueles protegidos com cobertura morta, mostraram que neste último sistema de produção as temperaturas no solo chegam a diminuírem até 10ºC. Uma camada de 2 cm de palha na superfície já protege o sistema poroso do solo, garante a infiltração de água e a entrada de ar e mantém a temperatura do solo mais amena. Com 5 a 10cm nas entrelinhas as culturas pouco sofrem quando ocorrem as estiagens.
Figura 4. Cobertura morta com casca de arroz no cultivo do morangueiro

Figura 5. Cultivo de repolho em cobertura morta: palha de milho
Figura 6. Cultivo de couve-flor em cobertura morta: palha de arroz
Outros tipos de cobertura: TNT é a sigla para Tecido Não Tecido, ou seja, é um tecido produzido a partir de fibras desorientadas que são aglomeradas e fixadas, não passando pelos processos têxteis mais comuns que são a fiação e a tecelagem (ou malharia). Na agricultura, é utilizado em cobertura de canteiros de fumo, na fase de formação de mudas.   
   Este tipo de material é barato e muito utilizado em decorações de festas em geral, sendo encontrado em diversas cores. Existem dois tipos distintos, os duráveis e os não duráveis, podendo ambos serem produzidos a partir de fibras naturais (ex.: algodão, lã) ou sintéticas (ex.: poliéster, polipropileno).
    A proteção dos frutos, através do ensacamento das pencas, é recomendável, utilizando-se sacos de papel encerado ou TNT. Especialmente no cultivo de tomate, uma das espécies mais atacadas por pragas (broca pequena e traça) e sensível as adversidades climáticas (chuvas torrenciais, granizo e vento) o TNT é uma ótima opção para obter-se frutos de boa qualidade (Figura 7). Sacos com dimensões de 45cm x 35cm são os ideais para proteger as pencas, colocando-os quando as inflorescências estão com seis a oito flores.

Figura 7. Ensacamento de pencas de tomate com sacos de TNT para proteger os frutos das brocas, traças e outros insetos e das adversidades climáticas
   Diversos outros tipos podem ser utilizados para proteção do sol forte que ocorre na primavera e verão, quando a luminosidade é mais intensa e a duração do dia é maior. Dentre esses destacam-se: talagarça de algodão ou náilon, palha ou capim seco e saco de aniagem. Recomenda-se, sempre que possível, utilizar materiais que estejam mais disponíveis na propriedade ou nas proximidades.
Ferreira On 8/12/2011 11:19:00 AM 12 comments LEIA MAIS

terça-feira, 2 de agosto de 2011


   Uma planta bem alimentada e manejada considerando todas as suas necessidades, é mais resistente às pragas e doenças. Por isso, pode-se trocar o nome de "pragas e doenças" para "indicadores de mau manejo". A ocorrência de insetos, ácaros, nematóides, fungos, bactérias e de vírus são a conseqüência e não a causa do problema.
   Através da teoria da trofobiose (trofo=alimento e biose= existência de vida) aprende-se que: todo e qualquer ser vivo só sobrevive se houver alimento adequado disponível para ele . Em outras palavras, a planta ou a parte da planta cultivada só será atacada por insetos e doenças quando houver na seiva, exatamente o alimento que eles precisam. Esse alimento é constituído, principalmente, por aminoácidos, açúcares redutores, esteróis, vitaminas e outras substâncias simples livres e solúveis. Os insetos e os fungos possuem poucas enzimas e essas apenas conseguem digerir substâncias simples presentes na seiva da planta. Para que a planta tenha uma quantidade maior de aminoácidos (substâncias simples), basta tratá-la de maneira errada: adubações desequilibradas com substâncias de alta solubilidade, aplicações de agrotóxicos, estresses e outros.
   Na agricultura orgânica, as plantas espontâneas, as pragas e as doenças surgem como um sinal de desequilíbrio que são as verdadeiras causas dos problemas. O controle dos efeitos, mesmo com métodos naturais, causa desarmonia, pois, além de exterminar as pragas, elimina também seu inimigos naturais e outros insetos benéficos (abelha, mamangaba ou mamangava, minhocas, entre outros). Por isso, em agricultura orgânica, trata-se as causas para que os resultados sejam os mais duradouros e equilibrados possíveis.
. Manejo das principais doenças, pragas e plantas espontâneas
   Para manejo de doenças, pragas e plantas espontâneas recomenda-se diversas práticas descritas a seguir.
. Práticas preventivas
  A prevenção é a maneira mais fácil de se manejar as doenças, as pragas e as plantas espontâneas que ocorrem na horta, pois prevenir é melhor que remediar. Dentre essas, destacam-se:
-escolha correta do local para a horta - a área deve ser bem drenada e ensolarada, pois os raios solares auxiliam no manejo de doenças e pragas;
-correção e adubação correta do solo, pois as plantas bem nutridas são mais resistentes. Preferencialmente, deve-se usar adubação orgânica, pois além de fornecer nutrientes, melhora o solo;
-uso de variedades resistentes às doenças (Figura 1) e às pragas, semeadas/plantadas na época correta;
-utilizar sistema de semeadura/plantio adequado; usar espaçamentos maiores para espécies com muitos problemas de doenças e pragas como o tomate, empregando o tutoramento vertical, sempre no sentido norte-sul;
-eliminação e destruição (enterrando ou fazendo compostagem) de restos de culturas e plantas espontâneas, pois essas podem ser hospedeiras de doenças e pragas, aumentando a sua incidência na próxima safra;
-irrigação sem excessos;
-em áreas ainda não infestadas de plantas espontâneas fazer o manejo preventivo cuidando para não deixar sementar, arrancando-as inteiras e retirando-as da área. Evitar a incorporação de esterco não curtido, pois dissemina inços através de sementes;
-fazer rotação e consorciação de culturas (Figura 2);
-o uso de abrigos e cobertura morta, além de proteger as plantas das adversidades do clima (chuvas torrenciais, temperaturas elevadas e frio), desfavorece o aparecimento de pragas e doenças;
-a cobertura do solo ao reduzir o contraste entre a cor verde da planta e a cor do solo (palha seca, casca de arroz e serragem) diminui a incidência de pulgões.
Figura 1. A escolha de variedades resistentes às doenças da folhagem é uma maneira de prevenir a ocorrência de doenças em batata. Na foto, a variedade de batata SCS 365 – Cota (à esquerda) lançada pela Epagri em 2008 para o cultivo orgânico, na Estação Experimental de Urussanga, é muito mais resistente ao sapeco da folhagem (requeima) quando comparada com a variedade Ágata (à direita), totalmente destruída, apesar de ser a mais cultivada no Brasil.
 Figura 2. Rotação de culturas com milho-verde (gramínea) consorciado com mucuna (leguminosa) reduz doenças e pragas, inibe a presença de plantas espontâneas (ex.: tiririca, picão preto e branco, capim carrapicho e capim paulista), protege o solo contra a erosão, melhora a fertilidade do solo e, ainda recicla nutrientes devido ao sistema radicular profundo da mucuna
. Controle mecânico
Consiste na destruição de focos de doenças, pragas e plantas espontâneas através de meios mecânicos e algumas práticas culturais. Dentre essas destacam-se:
-eliminar e destruir (enterrio ou uso em compostagem) através de visita diária a horta, plantas doentes (ramos, folhas e frutos doentes) e/ou atacadas por pragas, evitando-se a disseminação rápida de doenças e pragas;
-catação manual e destruição de larvas, insetos adultos e ovos depositados nas folhas. A lagarta rosca se esconde no solo durante o dia, próximo à planta cortada; para encontrá-la e destruí-la basta cavar o solo ao redor da planta cortada à cerca de 10 cm de profundidade;
-através da irrigação, utilizando-se jatos fortes de água, pode-se reduzir a ocorrência de pulgões, ácaros, tripes e lagartas do cartucho do milho, pragas que aparecem mais em condições de estiagem;
-a colocação de sacos de aniagem, umedecidos com leite, entre os caminhos da horta, no final do dia, atrai lesmas e caracóis. Deve-se fazer o recolhimento pela manhã, combatendo-os com cal virgem ou sal. A aplicação de cal virgem em faixas ao redor dos canteiros é outra opção de manejo (Figura 3);
-destruição de plantas espontâneas – capinas superficiais de algumas plantas espontâneas como a tiririca ou junça e grama seda tem pouco efeito. Em áreas pequenas, deve-se arrancar as plantas inteiras, usando-se ferramentas apropriadas;
-manejo das plantas espontâneas pela alelopatia – alelopatia é a influência benéfica ou prejudicial de uma planta sobre outra. Certas plantas produzem substâncias denominadas de aleloquímicos e são lançados no solo ou no ar que podem interferir na germinação, crescimento e no desenvolvimento da planta afetada. A mucuna, utilizada como adubo verde e também em sistemas de rotação de culturas, é um exemplo de planta cultivada que afeta várias plantas espontâneas. O feijão de porco (Figura 4), a exemplo da mucuna, também utilizado como adubo verde, é outro exemplo de planta cultivada que afeta a tiririca. A palha de aveia-preta prejudica o desenvolvimento do papuã (capim doce, capim marmelada) e do milhã (capim pé-de-galinha). O nabo forrageiro inibe o capim papuã. O sufocamento das plantas espontâneas através de cobertura mortas sobre o solo ou mesmo adubação verde, dificultando a emergência das mesmas, é uma prática eficiente.
-manejo de plantas espontâneas em canteiros com folhas de papel - após o preparo do canteiro, cobre-se o mesmo com jornal (1 folha apenas) ou papel pardo em toda a extensão e sobre esta aplica-se 1 a 2cm de composto orgânico peneirado. Faz-se a semeadura a lanço ou no sulco e cobre-se as sementes com 1 a 2cm de composto peneirado em malha grossa ou uma camada de 1 a 1,5cm de serragem ou ainda casca de arroz. Recomenda-se este sistema especialmente para as culturas que possuem sementes pequenas e germinação mais demorada, como a cenoura e salsa, e que são semeadas diretamente no canteiro, com objetivo de atrasar a emergência das plantas espontâneas na fase mais crítica (até 25 a 30 dias após a semeadura).
 Figura 3. Controle de lesmas com cal virgem(Foto: José Maria Milanez)
 
 Figura 4. Feijão de porco, além de melhorar a fertilidade do solo, é uma opção de manejo da tiririca através da alelopatia
. Cultivo protegido
- Ensacamento de frutos: os frutos de tomate são atacados por brocas (grande e pequena) e traças, depreciando-os comercialmente. O ensacamento dos frutos surge como alternativa (Figura 5). As inflorescências são ensacadas quando apresentam em torno de seis flores. As embalagens podem ser de papel glassine opaco e impermeável, de polipropileno perfurado e de TNT (tecido-não-tecido) encontradas em lojas comerciais.
 Figura 5. Ensacamento de pencas de tomate com sacos de TNT para proteger os frutos das brocas, traças e outros insetos e, das adversidades climáticas
. Manejo cultural
   Consiste no manejo de pragas, doenças e plantas espontâneas através do cultivo de outras espécies que as atraem ou repelem.
-Broca das cucurbitáceas e vaquinha - o cultivo de abobrinha caserta - abobrinha de moita (Figura 6) atrai estas pragas, devendo-se tomar o cuidado de eliminá-la quando muito atacada pela broca para não haver disseminação. O porongo verde (planta trepadeira com folhas parecidas com as de abóbora), cortado ao meio, e a raiz de tajujá ou tayuyá (planta trepadeira com folhas parecidas com melancia), cortada em fatias (10cm), espalhadas na horta também atraem a vaquinha. A seiva ou o líquido existente na raiz do tajujá atrai a vaquinha, fazendo com que não ataquem a planta cultivada. Tanto no caso do porongo como na raiz de tajujá, usadas como iscas, deve-se renová-las regularmente;
-Borboleta da couve - a hortelã e o alecrim repele a borboleta da couve que põe os ovos dando origem às lagartas que comem as folhas;
-Insetos e nematóides - o cravo-de-defunto ou tagetes, devido às suas glândulas aromáticas, repele muitos insetos e mantém o solo livre de nematóides;
-Ratos e formigas - a hortelã, quando plantada na bordadura dos canteiros e em volta da casa e/ou paióis, repele essas pragas. Um bom método natural para espantar as formigas é espalhar sementes de gergelim em torno dos canteiros. Para as formigas cortadeiras recomenda-se cortar e distribuir folhas de gergelim em locais de passagem das mesmas, próximos aos olheiros do formigueiro; as formigas carregam as folhas para o formigueiro e intoxicam os fungos que servem de alimento para elas. Em quatro a cinco dias cessam suas atividades;
-Insetos em geral - alho, manjerona, camomila e mal-me-quer plantados no meio da horta inibem a presença de insetos;
-Moscas brancas – o uso de plantas repelentes como tagetes ou cravo-de-defunto, hortelã e arruda, quando o ataque é pequeno, tem boa eficiência;
-Plantas espontâneas - o feijão de porco, a aveia-preta e a mucuna diminuem a presença de plantas espontâneas que ocorrem na horta.
Figura 6. Abobrinha italiana (cv. caserta) atrai a broca das cucurbitáceas e vaquinha
-Plantas de cobertura do solo – são espécies que exercem importante papel na conservação do solo, no suprimento de nutrientes como nitrogênio, fósforo e potássio, no equilíbrio das propriedades do solo e no manejo de plantas espontâneas. As plantas das espécies de cobertura (ex.: aveia e mucuna) afetam diretamente a emergência das sementes e o crescimento das plantas espontâneas, podendo, quando a cobertura do solo estiver acima de 90%, reduzir o número de plantas espontâneas em até 75%.
 . Manejo de pragas com auxílio dos inimigos naturais
  Os inimigos naturais são insetos, fungos, bactérias, vírus, nematóides, répteis, aves e mamíferos pequenos. Os animais que comem insetos na forma larval e adulta, não são poucos.
    Todas as pragas das culturas têm seus inimigos naturais que as devoram ou destroem. Daí a importância de diversificar os cultivos (rotação, sucessão e consorciação de culturas) e preservar refúgios naturais como matas, cercas vivas e capoeiras para manter a diversidade natural da fauna (ácaros predadores, aranhas, insetos, anfíbios, répteis, aves e mamíferos). Todos fazem parte do grande conjunto natural e cada um contribui para manutenção do equilíbrio na natureza.
    Entre as espécies de plantas que servem de refúgio dos inimigos naturais, destacam-se: o menstrato (Ageratum conyzoides), a beldroega (Portulaca oleracea), o caruru (Amaranthus viridis), o nabo forrageiro (Raphanus raphanistrum) e o sorgo granífero (Sorghum bicolor). No caso do sorgo, suas panículas em flor favorecem o abrigo e a reprodução de insetos como percevejo Orius insidiosus que é predador de lagartas, ácaros e tripes da cebola. Há no entanto, plantas que são desfavoráveis à preservação e ao aumento de inimigos naturais das pragas, como: mamona, capim, grama seda, capim amargoso, guanxuma, tiririca, picão branco e carrapicho carneiro.
Entre os insetos, os inimigos naturais mais conhecidos são as joaninhas (Figura 7) e as vespinhas que parasitam especialmente pulgões, cochonilhas e lagartas.
Figura 7 . Joaninha: inimigo natural de pulgões
    Outros exemplos de inimigos naturais e os principais depredados ou destruídos são:
. percevejos - lagartas e seus ovos;. moscas - lagartas, seus ovos e outras pragas;. coleópteros : lagartas e percevejos;. louva-a-Deus, joaninha e vespinhas - pulgões;. peixes – larvas de pernilongos;. fungos – larvas e nematóides;. garças – moluscos e insetos;. pica-pau – insetos;. tamanduá – formigas e cupins;
. outros animais que se alimentam de insetos – galinha d'angola, morcegos, lagartas, sapos, rãs, tatus e pássaros (andorinhas, anus, bem-te-vis, corruíras, beija-flor, e tesouras).
 . Manejo de pragas pela eliminação de hospedeiros naturais
    Muitas pragas são facilmente controladas desde que se elimine nas redondezas da culturas, as plantas que são seus hospedeiros naturais. Esses hospedeiros mantém e multiplicam as pragas durante todo o ano, mantendo o seu ciclo de vida. Uma vez eliminados os hospedeiros naturais, seu ciclo é quebrado e as pragas desaparecem. É o princípio de "matar o inseto-praga de fome".
 . Controle biológico
   Toda a praga possui inimigos naturais que dela se alimentam. O controle biológico usa inimigos naturais que possam causar a mortalidade da praga, ao ponto de controlá-la, e que possam, ao mesmo tempo ser manipulados pelo homem. Como exemplo pode ser citada a bactéria Bacillus thuringiensis que atua sobre várias larvas e lagartas, especialmente a broca das cucurbitáceas, a broca do fruto do abacaxi, a lagarta do maracujá, a broca grande, a broca pequena e a traça do tomateiro, o curuquerê da couve, a traça das crucíferas e a broca-das-figueiras. As bactérias atuam como "veneno estomacal" para as lagartas, inicialmente deixando de se alimentar para posteriormente morrerem. Entre os produtos vendidos comercialmente nas lojas agropecuárias, destaca-se o dipel.
 . Manejo de pragas e doenças com "inseticidas" e "fungicidas" caseiros
    Um dos princípios básicos da produção agroecológica de alimentos é a não dependência de insumos externos que, na sua grande maioria, são importados e custam caro. Daí a importância dos preparados caseiros à base de plantas, facilmente elaborados na propriedade.
  É importante ressaltar, no entanto, que plantas saudáveis produzidas em ambientes equilibrados, normalmente são menos atacadas por pragas e doenças. Por isso, recomenda-se utilizar esses produtos naturais, somente quando realmente for necessário. A maior parte das pragas ataca geralmente na primavera, estação do ano de fertilidade e de grande atividade na natureza. Elas causam vários danos nas plantas, além de favorecerem o surgimento de doenças, principalmente as fúngicas.
  Em matérias antigas já postadas neste blog em 13 e 22/12/2010, estão descritos os diversos produtos alternativos que podem serem preparados na propriedade.
Figura 8. Cavalinha-do-campo e urtiga: plantas medicinais utilizadas para a nutrição de plantas e que estimulam a resistência às doenças e pragas
 
 Figura 9. Camomila: planta medicinal usada no manejo de doenças fúngicas
Figura 10. Buganville, primavera ou maravilha: planta ornamental utilizada para o manejo do vírus vira-cabeça em tomateiro

Ferreira On 8/02/2011 06:01:00 AM 1 comment LEIA MAIS

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Controle ecológico de ratos


   Dentre os roedores, os ratos são os que mais causam prejuízos às pessoas tanto na agricultura como nas residências e, o que é pior, podem transmitir doenças tais como a leptospirose. É uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Leptospira presente na urina do rato. Em situações de enchentes e inundações, a urina dos ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama das enchentes. Qualquer pessoa que tiver contato com a água ou lama contaminadas poderá se infectar. A Leptospira penetra no corpo pela pele, principalmente se houver algum ferimento ou arranhão e também através da boca e olhos. Os sintomas da doença, geralmente, são: febre alta, fortes dores de cabeça, calafrios, dores musculares, vômitos, dor abdominal, icterícia (amarelão), diarréia ou coceira. Algumas pessoas não apresentam sintomas. Em casos severos a doença pode levar até a morte. Na época de seca, oferecem riscos à saúde humana o contato com água ou lama de esgoto, lagoas ou rios contaminados e terrenos baldios onde existem ratos. Portanto, deve -se evitar o contato com esses ambientes. O controle da população de ratos é uma das medidas para evitar-se a disseminação da leptospirose.
O problema dos raticidas: o controle dos ratos mais conhecido é através de raticidas, embora eficientes, são substâncias químicas de alta periculosidade. O grande problema destes raticidas é a contaminação do meio ambiente e das pessoas e, especialmente, crianças que não tem noção do perigo que estão correndo e animais. Em consulta ao Centro de Intoxicação Toxicológicas – CIT, do Hospital Universitário da UFSC (www.cit.sc.gov.br), verificou-se um elevado número de intoxicações de pessoas com raticidas e, o que é pior, o número de casos registrados está aumentando drasticamente (Tabela 1). Comparando-se o número de casos registrados do 1º quinquênio (1984/1988) em relação ao último (2004/2008), verifica-se um aumento de 1.094 e 1.128% em relação às intoxicações humanas e em animais, respectivamente. Ou seja, as intoxicações com raticidas estão aumentando de forma alarmante em Santa Catarina.
Tabela 1. Número de casos de intoxicações causadas pelos raticidas, registrados pelo Centro de Intoxicação Toxicológicas do Hospital Universitário da UFSC, no período de maio de 1984 a dezembro de 2008. Florianópolis, SC.
 Controle ecológico de ratos com feijão moído
   Circula na internet, uma mensagem que indica um controle ecológico de ratos bastante eficiente, já testado e aprovado por um amigo, residente na zona rural de Taquari, no RS.
Como fazer: pegue uma xícara de qualquer feijão cru (sem lavar mesmo), coloque no multiprocessador, ou liquidificador (SEM ÁGUA) e triture até virar uma farofinha bem fininha, mas sem virar totalmente pó.
Onde colocar: coloque em montinhos (uma colher de chá) nos cantos do chão, perto das portas, e janelas (sim, eles as escalam), atrás da geladeira, atrás do fogão, atrás de tudo!
O que acontece: o rato come essa farofinha, mas ele não tem como digerir o feijão (cru), por falta de substâncias que digerem feijão cru, causando assim um envenenamento natural por fermentação. Os ratos morrem em até 3 dias e, o mais importante, não tem contra-indicação: ao contrário dos tradicionais venenos, o rato morre e não contamina animais de estimação que por sua vez morreriam por terem comido o rato envenenado. E a quantidade de feijão que ele ingeriu e morreu é insuficiente para matar um cão ou gato, mesmo porque estes gostam de MATAR pra comer... mas morto eles não os comem. Se tiver crianças pequenas (bebês) num período que ainda engatinham, fase que colocam tudo na boca, não faz mal algum, pois o feijão para o ser humano, mesmo cru é digerido.
 Controle ecológico de ratos e outros insetos com hortelã: esta planta medicinal, muito conhecida, além de ser indicada na forma de chá como digestiva, calmante, descongestionante das vias respiratórias e vermífuga, também repele ratos e insetos-domésticos (mosquitos, formigas, piolhos e pulgas) e insetos-pragas de plantas (borboleta da couve e moscas brancas). Por isso, recomenda-se plantar hortelã ao redor dos canteiros, em volta da casa e/ou galpões.
Controle ecológico de ratos com arruda: espalhar alguns recipientes com um pouco de água e ramos frescos de arruda nos cantos e passagens serve para espantar ratos e camundongos. Eles detestam o cheiro de arruda e a água aumenta o tempo de uso dos ramos.
Controle ecológico de ratos com gatos: em casas e, em propriedades agrícolas com gatos, que são exímios caçadores de ratos, há um bom controle, desde que os gatos não sejam excessivamente alimentados por seus donos.
Controle de ratos com ratoeira ecológica
A ratoeira ecológica é outra forma eficiente de controlar ratos. O Sr. Ernesto Ristow, de Ibirama, SC, comprovou a eficiência desta ratoeira, que é bastante simples.
Como fazer (Figura 1): basta uma lata, um arame grosso, uma espiga de milho e água. Enche-se meia lata com água e coloca-se o arame transpassando a espiga, depois se coloca um suporte (ripa) para que os ratos possam chegar até a borda da lata. Quando eles forem comer o milho, escorregam, pois a espiga rola, e eles ficam presos na água. A armadilha também pode ser feita com garrafa pet para controlar camundongos em residências.
 Figura 1. Ratoeira ecológica (foto de Hernandes Werner)

Por favor, repassem a todos! Faça a sua parte!
O MEIO AMBIENTE E A SAÚDE DE TODOS NÓS AGRADECEM!
Vamos parar de utilizar produtos químicos a todo momento!www.cit.sc.gov.br

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Colheita e conservação das hortaliças



    Cada espécie de hortaliça tem a época ideal para colheita (Figuras 1, 2, 3 e 4). Em geral, quando colhida antes do completo desenvolvimento, a hortaliça apresenta-se tenra, mas sem sabor. Por outro lado, quando colhida tardiamente torna-se fibrosa, com sabor alterado, florescida ou com rachaduras. É importante destacar que vários trabalhos de pesquisa comprovam que as hortaliças produzidas no sistema de produção orgânico, se conservam por mais tempo e, o melhor, apresentam qualidade nutricional superior e sem risco de contaminação por agrotóxicos, fertilizantes químicos e outras substâncias prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente.
 Figura 1. Ponto ideal para colheita de rabanete (à direita)
Figura 2. Ponto ideal para colheita de couve-brócolis (à direita)
Figura 3. Ponto ideal para colheita de couve-flor
Figura 4. Plantas de cebola em ponto de colheita (plantas tombadas ou na fase de estalo).
    O horário da colheita também é importante, por isso recomenda-se pela manhã ou ao final da tarde, pois o calor causa perda de umidade e aumenta a perecibilidade das hortaliças. Preferencialmente, deve-se colher em dias secos, pois o excesso de umidade favorece o apodrecimento.
   O período de conservação natural das hortaliças varia conforme as espécies, variedades e os cuidados na condução da horta, na colheita e após a colheita. Quando as hortaliças são colhidas, elas continuam vivas (respiram e transpiram) e suas transformações químicas naturais continuam a ocorrer. De todos os processos metabólicos que ocorrem nas hortaliças após a colheita, a respiração é o mais importante e pode ser afetado por fatores próprios da planta (internos) ou do ambiente (externos).
    De modo geral, quando guardadas em local limpo e arejado, longe de produtos de limpeza e protegido da luz direta, as hortaliças permanecem com boa qualidade por vários dias e, até meses. A batatinha fica esverdeada na presença de luz artificial e natural devido ao acúmulo de solanina, substância tóxica que pode causar diarréia nas pessoas.
  É importante lembrar também que algumas hortaliças são sensíveis ao gás etileno provenientes de motores a combustão e de frutos climatéricos. A produção de etileno, um hormônio de maturação e envelhecimento de vegetais, ocorre naturalmente durante a fase de amadurecimento dos frutos, principalmente dos climatéricos. Os frutos climatéricos são aqueles que, logo após o início da maturação, apresentam rápido aumento na intensidade respiratória e, por isso, têm a capacidade de amadurecer depois da colheita. O tomate, a goiaba, a manga, o mamão, o caqui e, especialmente, a maçã, o maracujá e a banana são exemplos de frutos climatéricos. Em função disso, não se recomenda armazenar cenoura, vagem, pepino e beringela juntamente com os frutos climatéricos em caixas ou em armários fechados. Para retardar a maturação e o envelhecimento e aumentar o período de conservação, frutas e hortaliças climatéricas devem ser colhidas ainda verdes, a partir do momento em que atingem o ponto de maturação. Alguns exemplos de conservação de hortaliças em ambientes naturais e, em geladeira, estão descritos a seguir:
 .Hortaliças-folhosas: alface, couve e repolho
    A alface é uma das hortaliças que se estraga mais rapidamente. Fora da geladeira deve ser mantida com a parte de baixo dentro de uma vasilha com água ou dentro de saco de plástico aberto, em local bem fresco, por até 1 dia. A alface, quando conservada em geladeira, deve ser mantida em saco de plástico ou em uma vasilha de plástico tampada, retirando-se as folhas de acordo com a necessidade de consumo. Nesta condição, a alface pode ser mantida por 3 a 4 dias. A couve é uma hortaliça que se conserva por pouco tempo, murchando e amarelecendo rapidamente. Em condição ambiente, deve ser mantida com os talos dentro de uma vasilha com água ou dentro de saco de plástico aberto, em local bem fresco, por até um dia. Quando conservada em geladeira, inteira ou picada, deve ser mantida em saco de plástico fechado ou em vasilha de plástico tampada, conservando-se por até uma semana, quando inteira ou por três dias, quando picada. O repolho quando mantido em condição ambiente, conserva-se por menos de 1 semana, murchando primeiramente as folhas externas. Sob refrigeração pode ser mantido por várias semanas, desde que colocado dentro de sacos de plástico. Quando picado, deve obrigatoriamente ser mantido embalado ou em vasilha tampada na geladeira, conservando-se por até 5 dias.
.Hortaliças-flores: couve-flor e brócolis
    A couve-flor se estraga rapidamente por isto compre somente a quantidade necessária ao consumo para utilização imediata. Na geladeira pode ser conservada por 3 a 5 dias sem grande perda de qualidade, dentro de saco de plástico perfurado. Antes de guardar, remova as partes escuras e folhas, mas não lave a cabeça. O brócoli é uma das hortaliças de menor durabilidade, amarelecendo e murchando rapidamente. Em condição ambiente, deve ser comercializado e consumido no dia da compra. Em geladeira doméstica, pode ser mantido por até 4 dias, dentro de saco de plástico perfurado na parte de cima da geladeira, próximo ao congelador.
.Hortaliças-frutos: pimentão, pepino, chuchu, tomate, melão, melancia,abóbora, moranga e milho-verde
   Os frutos de pimentão podem ser conservados em condição natural, em local fresco, por 2 a 4 dias. Em geladeira doméstica podem ser mantidos por mais de 1 semana, quando embalados em sacos plásticos perfurados e colocados na parte inferior. O amadurecimento é acelerado quando os frutos são mantidos em condições naturais. O pepino se estraga rapidamente se mantido em condição ambiente. Em geladeira, dentro de sacos de plástico perfurado, pode ser conservado por até uma semana sem grandes alterações na cor, sabor e aparência. O pepino deve ser colocado na parte inferior da geladeira. Os frutos de chuchu podem ser mantidos em condição ambiente, por 3 a 5 dias depois de colhidos, a partir de quando começam a murchar. Podem ser conservados por maior tempo, 6 a 8 dias, na parte de baixo da geladeira, embalados em saco de plástico. Os tomates se conservam bem fora da geladeira por poucos dias.Tomates vermelhos se estragam rapidamente por isso, se não forem consumidos logo, devem ser colocados na geladeira, na parte inferior, dentro de sacos de plástico perfurados. Tomates ''de vez'' devem ser mantidos em ambiente natural até o completo amadurecimento. Melão e melancia, em condições naturais podem se conservar por 10 a 15 dias, enquanto que abóboras e morangas se conservam por 3 a 5 meses. O milho-verde perde a qualidade rapidamente após a colheita. Em condição ambiente, dura no máximo um dia. Mesmo quando não se deterioram neste período os grãos ficam com o sabor e a textura prejudicados. Na geladeira, conserva-se no máximo por 3 dias. Como o milho verde suporta baixas temperaturas, ele pode ser mantido, com vantagem, na parte mais alta da geladeira. Não se esqueça de colocá-lo em saco de plástico para que os grãos não murchem rapidamente.
 .Hortaliças-legumes: feijão-vagem
    Na geladeira, armazene o feijão-vagem por no máximo 5 a 7 dias; após este período podem aparecer manchas escuras nas vagens. Não lave-as antes de armazená-las e mantenha-as em saco de plástico. Em condição ambiente conservam-se por 2 a 3 dias no máximo.
 .Hortaliças-raízes: aipim, batata-doce, cenoura, beterraba lavada e rabanete
   Em condições naturais o aipim pode ser conservado no período de 1 a 2 dias, no máximo; no entanto, quando descascado e congelado se conserva por vários meses. É importante destacar que o aipim congelado cozinha, em média, na metade do tempo quando comparado ao recém descascado. Por outro lado, as raízes de batata-doce podem ser conservadas por um longo período de tempo em condição natural, desde que o local seja seco, fresco e bem ventilado. A cenoura pode ser conservada por até 15 dias se mantida em geladeira, dentro de saco plástico perfurado. Quando em condição natural, as raízes de cenoura devem ser mantidas em local fresco e sombreado; se forem lavadas antes de colocadas na geladeira, devem ser enxugadas com um pano seco e limpo ou com papel absorvente. Quando em condição natural, a beterraba se conserva por até 1 semana, se mantida em local fresco e sombreado. Em geladeira, pode ser mantida por até 15 dias, embalada em saco de plástico perfurado. Os rabanetes murcham rapidamente, por isso devem ser mantidos preferencialmente em geladeira, dentro de sacos de plástico. Remova as folhas antes de armazená-los, pois quando estas são mantidas o produto murcha mais rapidamente. Se houver formação de gotículas de água dentro do saco, fure-o com um garfo.
  Quando mantido em condição ambiente, conserva-se por menos de uma semana, murchando primeiramente as folhas externas. Sob refrigeração pode ser mantido por várias semanas, desde que colocado dentro de sacos de plástico. Quando picado, deve obrigatoriamente ser mantido embalado ou em vasilha tampada na geladeira, conservando-se por até cinco dias.
.Hortaliças-bulbos: alho e cebola; Hortaliças-tubérculos: batata
  O alho e cebola, especialmente em résteas (vários meses) conservam-se por tempo prolongado em condições naturais, sem necessidade de refrigeração. Em condições normais o alho e cebola conservam-se por 3 a 5 semanas. Mantenha os bulbos em local seco, fresco, escuro e bem ventilado. As cebolas de sabor mais suave, ou seja menos picante, apresentam menor durabilidade, enquanto as cebolas mais picantes, conservam-se por maior período. As cebolas roxas em geral se conservam por maior tempo do que as cebolas brancas e amarelas. Não deve-se evitar guardar batatas e cebolas juntas, pois os ácidos da cebola estimulam o apodrecimento das batatas e vice-versa. Por outro lado, não se deve guardar batata na geladeira, pois temperaturas abaixo de 7ºC transformam o amido do tubérculo em açúcar e, depois de cozida, fica com sabor adocicado e também não se presta para fritar. A batata se conserva relativamente bem fora da geladeira por até 2 semanas, quando mantida em local fresco, arejado e escuro. É importante deixar os tubérculos ao abrigo da luz para evitar o esverdeamento. A parte verde pode conter a substância solanina que é tóxica. Evite armazenar a batata em geladeira pois esta quando mantida sob temperatura muito baixa fica com o sabor adocicado e escurece ao ser fritada.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Cultivo protegido de hortaliças


   As adversidades climáticas, especialmente precipitações freqüentes e intensas ou então estiagens, altas e baixas temperaturas, tem sido cada vez mais comum nos últimos anos em todo o mundo. Segundo o Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), as previsões para os próximos anos não são nada animadoras. Pelo contrário, existe forte tendência de que estas adversidades climáticas se intensifiquem ainda mais. Precipitações de 80 a 100 mm, historicamente de quase um mês, em menos de dois dias, tem sido cada vez mais comum em quase todas as regiões produtoras de hortaliças; o aumento da temperatura das águas do oceano atlântico devido ao aumento do aquecimento global explica, em grande parte, este fato. Em função disso, é fundamental o uso de práticas que minimizem o máximo possível os prejuízos nas hortaliças, espécies muito sensíveis às mudanças climáticas.
    Toda a prática que visa a proteção das plantas cultivadas e do solo de chuvas frequentes e torrenciais, altas temperaturas, frio e ventos, é denominada de cultivo protegido, proporcionando maior rendimento, melhor qualidade das hortaliças e menor ocorrência de doenças, pragas e plantas espontâneas, sendo por isso, altamente recomendável para o sucesso no cultivo orgânico de hortaliças.
Cobertura com plástico: o cultivo protegido, seja através de abrigos de plástico (Figura 1) ou mesmo túneis baixos (Figura 2), principalmente para produtores especializados em produção de mudas orgânicas, é fundamental para o sucesso da atividade. Para maiores informações sobre a construção e manejo destes abrigos, bem como a proteção dos ventos dominantes visando a produção de mudas e também para o plantio definitivo de vários cultivos tais como tomate, pimentão, alface, pepino e outras espécies no cultivo orgânico, sugere-se o contato com pesquisadores da Epagri/Estação Experimental de Itajaí, em Santa Catarina.

Figura 1. Produção de mudas de hortaliças em bandejas de isopor protegidas por um abrigo de plástico
    Para espécies de porte baixo, como alface, morango, beterraba e outras, pode-se utilizar o túnel baixo (Figura 2), sustentado em arcos de arame (nº 6), bambu, madeira, mangueira ou outros materiais.

Figura 2. Túnel baixo com cobertura de plástico no cultivo do morangueiro
Cobertura com sombrite: no verão, deve-se utilizar sombrite (tela que deixa passar 50 a 70% da luz), diminuindo com isso a radiação solar nas horas mais quentes, especialmente no verão, e os efeitos danosos das chuvas torrenciais sobre as plantas (Figura 3). É muito importante fazer um bom manejo retirando total ou, parcialmente, a proteção em dias nublados e nas horas mais frescas e colocando-a nas horas mais quentes do dia (11 às 16 horas) e quando houver previsão de chuvas torrenciais, que ocorre normalmente no verão.

Figura 3. Cultivo de alface com proteção de sombrite
Cobertura morta: consiste na cobertura do solo com palha ou com capim seco nas entrelinhas (Figuras 4, 5 e 6). Além de proteger das chuvas torrenciais, especialmente no verão, a cobertura diminui a temperatura do solo, favorecendo o desenvolvimento das hortaliças, mantém a umidade do solo por mais tempo e diminui o crescimento de plantas espontâneas. A maioria das plantas não absorve mais água com temperatura acima de 32ºC e, por isso, param de crescer. Trabalhos de pesquisa comparando cultivos em solo descoberto com aqueles protegidos com cobertura morta, mostraram que neste último sistema de produção as temperaturas no solo chegam a diminuírem até 10ºC. Uma camada de 2 cm de palha na superfície já protege o sistema poroso do solo, garante a infiltração de água e a entrada de ar e mantém a temperatura do solo mais amena. Com 5 a 10cm nas entrelinhas as culturas pouco sofrem quando ocorrem as estiagens.
Figura 4. Cobertura morta com casca de arroz no cultivo do morangueiro

Figura 5. Cultivo de repolho em cobertura morta: palha de milho
Figura 6. Cultivo de couve-flor em cobertura morta: palha de arroz
Outros tipos de cobertura: TNT é a sigla para Tecido Não Tecido, ou seja, é um tecido produzido a partir de fibras desorientadas que são aglomeradas e fixadas, não passando pelos processos têxteis mais comuns que são a fiação e a tecelagem (ou malharia). Na agricultura, é utilizado em cobertura de canteiros de fumo, na fase de formação de mudas.   
   Este tipo de material é barato e muito utilizado em decorações de festas em geral, sendo encontrado em diversas cores. Existem dois tipos distintos, os duráveis e os não duráveis, podendo ambos serem produzidos a partir de fibras naturais (ex.: algodão, lã) ou sintéticas (ex.: poliéster, polipropileno).
    A proteção dos frutos, através do ensacamento das pencas, é recomendável, utilizando-se sacos de papel encerado ou TNT. Especialmente no cultivo de tomate, uma das espécies mais atacadas por pragas (broca pequena e traça) e sensível as adversidades climáticas (chuvas torrenciais, granizo e vento) o TNT é uma ótima opção para obter-se frutos de boa qualidade (Figura 7). Sacos com dimensões de 45cm x 35cm são os ideais para proteger as pencas, colocando-os quando as inflorescências estão com seis a oito flores.

Figura 7. Ensacamento de pencas de tomate com sacos de TNT para proteger os frutos das brocas, traças e outros insetos e das adversidades climáticas
   Diversos outros tipos podem ser utilizados para proteção do sol forte que ocorre na primavera e verão, quando a luminosidade é mais intensa e a duração do dia é maior. Dentre esses destacam-se: talagarça de algodão ou náilon, palha ou capim seco e saco de aniagem. Recomenda-se, sempre que possível, utilizar materiais que estejam mais disponíveis na propriedade ou nas proximidades.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Recomendações gerais para cultivo de hortaliças orgânicas – Parte V


   Uma planta bem alimentada e manejada considerando todas as suas necessidades, é mais resistente às pragas e doenças. Por isso, pode-se trocar o nome de "pragas e doenças" para "indicadores de mau manejo". A ocorrência de insetos, ácaros, nematóides, fungos, bactérias e de vírus são a conseqüência e não a causa do problema.
   Através da teoria da trofobiose (trofo=alimento e biose= existência de vida) aprende-se que: todo e qualquer ser vivo só sobrevive se houver alimento adequado disponível para ele . Em outras palavras, a planta ou a parte da planta cultivada só será atacada por insetos e doenças quando houver na seiva, exatamente o alimento que eles precisam. Esse alimento é constituído, principalmente, por aminoácidos, açúcares redutores, esteróis, vitaminas e outras substâncias simples livres e solúveis. Os insetos e os fungos possuem poucas enzimas e essas apenas conseguem digerir substâncias simples presentes na seiva da planta. Para que a planta tenha uma quantidade maior de aminoácidos (substâncias simples), basta tratá-la de maneira errada: adubações desequilibradas com substâncias de alta solubilidade, aplicações de agrotóxicos, estresses e outros.
   Na agricultura orgânica, as plantas espontâneas, as pragas e as doenças surgem como um sinal de desequilíbrio que são as verdadeiras causas dos problemas. O controle dos efeitos, mesmo com métodos naturais, causa desarmonia, pois, além de exterminar as pragas, elimina também seu inimigos naturais e outros insetos benéficos (abelha, mamangaba ou mamangava, minhocas, entre outros). Por isso, em agricultura orgânica, trata-se as causas para que os resultados sejam os mais duradouros e equilibrados possíveis.
. Manejo das principais doenças, pragas e plantas espontâneas
   Para manejo de doenças, pragas e plantas espontâneas recomenda-se diversas práticas descritas a seguir.
. Práticas preventivas
  A prevenção é a maneira mais fácil de se manejar as doenças, as pragas e as plantas espontâneas que ocorrem na horta, pois prevenir é melhor que remediar. Dentre essas, destacam-se:
-escolha correta do local para a horta - a área deve ser bem drenada e ensolarada, pois os raios solares auxiliam no manejo de doenças e pragas;
-correção e adubação correta do solo, pois as plantas bem nutridas são mais resistentes. Preferencialmente, deve-se usar adubação orgânica, pois além de fornecer nutrientes, melhora o solo;
-uso de variedades resistentes às doenças (Figura 1) e às pragas, semeadas/plantadas na época correta;
-utilizar sistema de semeadura/plantio adequado; usar espaçamentos maiores para espécies com muitos problemas de doenças e pragas como o tomate, empregando o tutoramento vertical, sempre no sentido norte-sul;
-eliminação e destruição (enterrando ou fazendo compostagem) de restos de culturas e plantas espontâneas, pois essas podem ser hospedeiras de doenças e pragas, aumentando a sua incidência na próxima safra;
-irrigação sem excessos;
-em áreas ainda não infestadas de plantas espontâneas fazer o manejo preventivo cuidando para não deixar sementar, arrancando-as inteiras e retirando-as da área. Evitar a incorporação de esterco não curtido, pois dissemina inços através de sementes;
-fazer rotação e consorciação de culturas (Figura 2);
-o uso de abrigos e cobertura morta, além de proteger as plantas das adversidades do clima (chuvas torrenciais, temperaturas elevadas e frio), desfavorece o aparecimento de pragas e doenças;
-a cobertura do solo ao reduzir o contraste entre a cor verde da planta e a cor do solo (palha seca, casca de arroz e serragem) diminui a incidência de pulgões.
Figura 1. A escolha de variedades resistentes às doenças da folhagem é uma maneira de prevenir a ocorrência de doenças em batata. Na foto, a variedade de batata SCS 365 – Cota (à esquerda) lançada pela Epagri em 2008 para o cultivo orgânico, na Estação Experimental de Urussanga, é muito mais resistente ao sapeco da folhagem (requeima) quando comparada com a variedade Ágata (à direita), totalmente destruída, apesar de ser a mais cultivada no Brasil.
 Figura 2. Rotação de culturas com milho-verde (gramínea) consorciado com mucuna (leguminosa) reduz doenças e pragas, inibe a presença de plantas espontâneas (ex.: tiririca, picão preto e branco, capim carrapicho e capim paulista), protege o solo contra a erosão, melhora a fertilidade do solo e, ainda recicla nutrientes devido ao sistema radicular profundo da mucuna
. Controle mecânico
Consiste na destruição de focos de doenças, pragas e plantas espontâneas através de meios mecânicos e algumas práticas culturais. Dentre essas destacam-se:
-eliminar e destruir (enterrio ou uso em compostagem) através de visita diária a horta, plantas doentes (ramos, folhas e frutos doentes) e/ou atacadas por pragas, evitando-se a disseminação rápida de doenças e pragas;
-catação manual e destruição de larvas, insetos adultos e ovos depositados nas folhas. A lagarta rosca se esconde no solo durante o dia, próximo à planta cortada; para encontrá-la e destruí-la basta cavar o solo ao redor da planta cortada à cerca de 10 cm de profundidade;
-através da irrigação, utilizando-se jatos fortes de água, pode-se reduzir a ocorrência de pulgões, ácaros, tripes e lagartas do cartucho do milho, pragas que aparecem mais em condições de estiagem;
-a colocação de sacos de aniagem, umedecidos com leite, entre os caminhos da horta, no final do dia, atrai lesmas e caracóis. Deve-se fazer o recolhimento pela manhã, combatendo-os com cal virgem ou sal. A aplicação de cal virgem em faixas ao redor dos canteiros é outra opção de manejo (Figura 3);
-destruição de plantas espontâneas – capinas superficiais de algumas plantas espontâneas como a tiririca ou junça e grama seda tem pouco efeito. Em áreas pequenas, deve-se arrancar as plantas inteiras, usando-se ferramentas apropriadas;
-manejo das plantas espontâneas pela alelopatia – alelopatia é a influência benéfica ou prejudicial de uma planta sobre outra. Certas plantas produzem substâncias denominadas de aleloquímicos e são lançados no solo ou no ar que podem interferir na germinação, crescimento e no desenvolvimento da planta afetada. A mucuna, utilizada como adubo verde e também em sistemas de rotação de culturas, é um exemplo de planta cultivada que afeta várias plantas espontâneas. O feijão de porco (Figura 4), a exemplo da mucuna, também utilizado como adubo verde, é outro exemplo de planta cultivada que afeta a tiririca. A palha de aveia-preta prejudica o desenvolvimento do papuã (capim doce, capim marmelada) e do milhã (capim pé-de-galinha). O nabo forrageiro inibe o capim papuã. O sufocamento das plantas espontâneas através de cobertura mortas sobre o solo ou mesmo adubação verde, dificultando a emergência das mesmas, é uma prática eficiente.
-manejo de plantas espontâneas em canteiros com folhas de papel - após o preparo do canteiro, cobre-se o mesmo com jornal (1 folha apenas) ou papel pardo em toda a extensão e sobre esta aplica-se 1 a 2cm de composto orgânico peneirado. Faz-se a semeadura a lanço ou no sulco e cobre-se as sementes com 1 a 2cm de composto peneirado em malha grossa ou uma camada de 1 a 1,5cm de serragem ou ainda casca de arroz. Recomenda-se este sistema especialmente para as culturas que possuem sementes pequenas e germinação mais demorada, como a cenoura e salsa, e que são semeadas diretamente no canteiro, com objetivo de atrasar a emergência das plantas espontâneas na fase mais crítica (até 25 a 30 dias após a semeadura).
 Figura 3. Controle de lesmas com cal virgem(Foto: José Maria Milanez)
 
 Figura 4. Feijão de porco, além de melhorar a fertilidade do solo, é uma opção de manejo da tiririca através da alelopatia
. Cultivo protegido
- Ensacamento de frutos: os frutos de tomate são atacados por brocas (grande e pequena) e traças, depreciando-os comercialmente. O ensacamento dos frutos surge como alternativa (Figura 5). As inflorescências são ensacadas quando apresentam em torno de seis flores. As embalagens podem ser de papel glassine opaco e impermeável, de polipropileno perfurado e de TNT (tecido-não-tecido) encontradas em lojas comerciais.
 Figura 5. Ensacamento de pencas de tomate com sacos de TNT para proteger os frutos das brocas, traças e outros insetos e, das adversidades climáticas
. Manejo cultural
   Consiste no manejo de pragas, doenças e plantas espontâneas através do cultivo de outras espécies que as atraem ou repelem.
-Broca das cucurbitáceas e vaquinha - o cultivo de abobrinha caserta - abobrinha de moita (Figura 6) atrai estas pragas, devendo-se tomar o cuidado de eliminá-la quando muito atacada pela broca para não haver disseminação. O porongo verde (planta trepadeira com folhas parecidas com as de abóbora), cortado ao meio, e a raiz de tajujá ou tayuyá (planta trepadeira com folhas parecidas com melancia), cortada em fatias (10cm), espalhadas na horta também atraem a vaquinha. A seiva ou o líquido existente na raiz do tajujá atrai a vaquinha, fazendo com que não ataquem a planta cultivada. Tanto no caso do porongo como na raiz de tajujá, usadas como iscas, deve-se renová-las regularmente;
-Borboleta da couve - a hortelã e o alecrim repele a borboleta da couve que põe os ovos dando origem às lagartas que comem as folhas;
-Insetos e nematóides - o cravo-de-defunto ou tagetes, devido às suas glândulas aromáticas, repele muitos insetos e mantém o solo livre de nematóides;
-Ratos e formigas - a hortelã, quando plantada na bordadura dos canteiros e em volta da casa e/ou paióis, repele essas pragas. Um bom método natural para espantar as formigas é espalhar sementes de gergelim em torno dos canteiros. Para as formigas cortadeiras recomenda-se cortar e distribuir folhas de gergelim em locais de passagem das mesmas, próximos aos olheiros do formigueiro; as formigas carregam as folhas para o formigueiro e intoxicam os fungos que servem de alimento para elas. Em quatro a cinco dias cessam suas atividades;
-Insetos em geral - alho, manjerona, camomila e mal-me-quer plantados no meio da horta inibem a presença de insetos;
-Moscas brancas – o uso de plantas repelentes como tagetes ou cravo-de-defunto, hortelã e arruda, quando o ataque é pequeno, tem boa eficiência;
-Plantas espontâneas - o feijão de porco, a aveia-preta e a mucuna diminuem a presença de plantas espontâneas que ocorrem na horta.
Figura 6. Abobrinha italiana (cv. caserta) atrai a broca das cucurbitáceas e vaquinha
-Plantas de cobertura do solo – são espécies que exercem importante papel na conservação do solo, no suprimento de nutrientes como nitrogênio, fósforo e potássio, no equilíbrio das propriedades do solo e no manejo de plantas espontâneas. As plantas das espécies de cobertura (ex.: aveia e mucuna) afetam diretamente a emergência das sementes e o crescimento das plantas espontâneas, podendo, quando a cobertura do solo estiver acima de 90%, reduzir o número de plantas espontâneas em até 75%.
 . Manejo de pragas com auxílio dos inimigos naturais
  Os inimigos naturais são insetos, fungos, bactérias, vírus, nematóides, répteis, aves e mamíferos pequenos. Os animais que comem insetos na forma larval e adulta, não são poucos.
    Todas as pragas das culturas têm seus inimigos naturais que as devoram ou destroem. Daí a importância de diversificar os cultivos (rotação, sucessão e consorciação de culturas) e preservar refúgios naturais como matas, cercas vivas e capoeiras para manter a diversidade natural da fauna (ácaros predadores, aranhas, insetos, anfíbios, répteis, aves e mamíferos). Todos fazem parte do grande conjunto natural e cada um contribui para manutenção do equilíbrio na natureza.
    Entre as espécies de plantas que servem de refúgio dos inimigos naturais, destacam-se: o menstrato (Ageratum conyzoides), a beldroega (Portulaca oleracea), o caruru (Amaranthus viridis), o nabo forrageiro (Raphanus raphanistrum) e o sorgo granífero (Sorghum bicolor). No caso do sorgo, suas panículas em flor favorecem o abrigo e a reprodução de insetos como percevejo Orius insidiosus que é predador de lagartas, ácaros e tripes da cebola. Há no entanto, plantas que são desfavoráveis à preservação e ao aumento de inimigos naturais das pragas, como: mamona, capim, grama seda, capim amargoso, guanxuma, tiririca, picão branco e carrapicho carneiro.
Entre os insetos, os inimigos naturais mais conhecidos são as joaninhas (Figura 7) e as vespinhas que parasitam especialmente pulgões, cochonilhas e lagartas.
Figura 7 . Joaninha: inimigo natural de pulgões
    Outros exemplos de inimigos naturais e os principais depredados ou destruídos são:
. percevejos - lagartas e seus ovos;. moscas - lagartas, seus ovos e outras pragas;. coleópteros : lagartas e percevejos;. louva-a-Deus, joaninha e vespinhas - pulgões;. peixes – larvas de pernilongos;. fungos – larvas e nematóides;. garças – moluscos e insetos;. pica-pau – insetos;. tamanduá – formigas e cupins;
. outros animais que se alimentam de insetos – galinha d'angola, morcegos, lagartas, sapos, rãs, tatus e pássaros (andorinhas, anus, bem-te-vis, corruíras, beija-flor, e tesouras).
 . Manejo de pragas pela eliminação de hospedeiros naturais
    Muitas pragas são facilmente controladas desde que se elimine nas redondezas da culturas, as plantas que são seus hospedeiros naturais. Esses hospedeiros mantém e multiplicam as pragas durante todo o ano, mantendo o seu ciclo de vida. Uma vez eliminados os hospedeiros naturais, seu ciclo é quebrado e as pragas desaparecem. É o princípio de "matar o inseto-praga de fome".
 . Controle biológico
   Toda a praga possui inimigos naturais que dela se alimentam. O controle biológico usa inimigos naturais que possam causar a mortalidade da praga, ao ponto de controlá-la, e que possam, ao mesmo tempo ser manipulados pelo homem. Como exemplo pode ser citada a bactéria Bacillus thuringiensis que atua sobre várias larvas e lagartas, especialmente a broca das cucurbitáceas, a broca do fruto do abacaxi, a lagarta do maracujá, a broca grande, a broca pequena e a traça do tomateiro, o curuquerê da couve, a traça das crucíferas e a broca-das-figueiras. As bactérias atuam como "veneno estomacal" para as lagartas, inicialmente deixando de se alimentar para posteriormente morrerem. Entre os produtos vendidos comercialmente nas lojas agropecuárias, destaca-se o dipel.
 . Manejo de pragas e doenças com "inseticidas" e "fungicidas" caseiros
    Um dos princípios básicos da produção agroecológica de alimentos é a não dependência de insumos externos que, na sua grande maioria, são importados e custam caro. Daí a importância dos preparados caseiros à base de plantas, facilmente elaborados na propriedade.
  É importante ressaltar, no entanto, que plantas saudáveis produzidas em ambientes equilibrados, normalmente são menos atacadas por pragas e doenças. Por isso, recomenda-se utilizar esses produtos naturais, somente quando realmente for necessário. A maior parte das pragas ataca geralmente na primavera, estação do ano de fertilidade e de grande atividade na natureza. Elas causam vários danos nas plantas, além de favorecerem o surgimento de doenças, principalmente as fúngicas.
  Em matérias antigas já postadas neste blog em 13 e 22/12/2010, estão descritos os diversos produtos alternativos que podem serem preparados na propriedade.
Figura 8. Cavalinha-do-campo e urtiga: plantas medicinais utilizadas para a nutrição de plantas e que estimulam a resistência às doenças e pragas
 
 Figura 9. Camomila: planta medicinal usada no manejo de doenças fúngicas
Figura 10. Buganville, primavera ou maravilha: planta ornamental utilizada para o manejo do vírus vira-cabeça em tomateiro

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