quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

     A modernização da agricultura, após a Segunda Guerra, acrescentou, ao processo de produção de alimentos, a utilização de máquinas e equipamentos agrícolas, além de fertilizantes e pesticidas químicos, tornando o sistema altamente dependente de recursos(insumos agrícolas) externos às propriedades rurais. A aplicação dessas tecnologias acarretam aumento dos custos de produção com conseqüente aumento dos preços dos alimentos para os consumidores, inviabilizando freqüentemente as produções agrícolas e, o que é pior, com esse sistema vieram também muitos casos de intoxicações de agricultores, aumento da mortalidade de animais domésticos e silvestres, contaminação dos solos, das águas e dos alimentos com resíduos de pesticidas que afeta, direta e indiretamente, a saúde das comunidades envolvidas na produção de alimentos.
     No cultivo orgânico o homem deve intervir o menos possível no meio ambiente para não provocar o desequilíbrio do sistema. Por isso, os produtos alternativos, mesmo que não causem riscos ao homem e meio ambiente, somente devem ser utilizados quando necessários e, sempre aplicados com proteção e, tomando-se o cuidado de não deixá-los ao alcance de crianças e animais.
. Iscas tóxicas com ácido bórico - manejo de lesmas. A isca deve ser formulada com 7 partes de farinha de trigo, 3 partes de farinha de milho, 3% a 5% de ácido bórico (encontrado em farmácias) e ovos. A pasta resultante deve ser filamentosa, seca à sombra, fragmentada em pedaços de 0,5cm de comprimento e distribuída na área infestada (Fonte: Milanez & Chiaradia, 1999b).
. Iscas com plantas e sementes de gergelim e com raízes de mandioca brava ralada - manejo de formigas. O uso de sementes de gergelim como iscas, para ninhos pequenos, na base de 30 a 50 gramas ao redor  do olheiro, é útil no combate a formigas, que irão carregá-las para dentro com o objetivo de alimentar os fungos, que, por sua vez, morrem intoxicados, deixando as formigas sem alimento (fungos). Um bom método natural para espantar as formigas é espalhar sementes de gergelim em torno dos canteiros ou da área a ser protegida. Raízes de mandioca-brava raladas colocadas ao redor do formigueiro intoxicam as formigas com o ácido cianídrico.
. Cinzas de madeira - manejo de pulgões, lagarta-rosca e os fungos míldio e sapeco; nutrição. Além de um ótimo adubo rico em potássio, a cinza  controla os pulgões dos cítrus (laranja, limão e outras) das hortaliças e de outras espécies. Polvilhada sobre o solo ou incorporada a ele, controla a lagarta-rosca por um período de 10 dias, dependendo do clima. No manejo da doença do sapeco da folha, que ocorre em cebolinha verde, e em sementeiras de cebola na fase de produção de mudas,  aplica-se sobre as plantas, antes que o sereno (orvalho) evapore, 50g/m2 de cinza de madeira.
. Urina de vaca em lactação - manejo de pragas, doenças e nutrição. Indicada para hortaliças em geral e para o abacaxi, pois contém catecol, substância  que aumenta a resistência das plantas ao ataque de pragas e doenças. No abacaxi, a urina é eficiente no controle de fusariose. No geral, durante os 3 primeiros dias após aplicação, age como repelente contra insetos, principalmente a mosca-branca. Serve também como fonte de macro e micronutrientes (Fonte: Gadela et al., 2002). Coleta e preparo: coletar a urina e colocá-la em recipiente plástico fechado durante 3 dias, que é o tempo necessário para que a ureia se transforme em amônia.  Pode ser guardada por 1 ano em vasilha fechada. A coleta da urina é simples e deve ser feita na hora de tirar o leite, pois ao ter as pernas amarradas para a ordenha é normal o animal urinar. Dosagem e aplicação: para cada 100L de água usar 1L de urina de vaca em lactação. Pulverizar sobre a planta a cada 15 dias. Recomendações: toda pulverização com solução de urina deve ser aplicada nas horas frescas do dia. Evitar o uso em hortaliças folhosas e em hortaliças-frutos próximo à colheita devido ao forte odor. A urina de cabra também pode ser utilizada, mas como possui maior concentração de nitrogênio, deve ser colocado meio litro de urina para cada 100L de água. Dar preferência à urina de vacas em lactação porque tem mais substâncias (fenóis e hormônios) que as outras. O cheiro forte após a aplicação permanece durante 3 dias,  agindo nesse período como repelente de insetos.
. Bactéria Baccillus thurigiensismanejo da broca das cucurbitáceas (pepino, melão, moranga, melancia), brocas do tomateiro,  lagarta das brássicas (couve, repolho, couve-flor e brócolis) e lagarta do cartucho do milho. O produto é vendido pelas agropecuárias com o nome comercial de Dipel e diversos outros nomes. É o controle biológico, recomendado no cultivo orgânico de alimentos.
. Caldas bordalesa e sulfocálcica – as caldas possuem baixo impacto ambiental sobre o homem e os animais. O cobre presente na calda bordalesa (Figura 1) é pouco tóxico para a maioria dos pássaros, abelhas e mamíferos, porém é tóxico para peixes. A aplicação de caldas não tem o objetivo de erradicar os insetos e as doenças, mas proteger as plantas e ativar o seu mecanismo de resistência. A vantagem é que além de serem facilmente preparadas na propriedade, reduzem significativamente o custo de produção dos cultivos. Estas caldas, especialmente a sulfocálcica, são vendidas em agropecuárias já prontas com um custo baixo. As caldas podem serem aplicadas em frutas e hortaliças, seguindo as dosagens específicas e alguns cuidados no preparo e aplicação.
     Para maiores informações sobre os preparados à base de plantas, caldas e outros produtos alternativos, bem como os cuidados no uso e aplicação visando o manejo de pragas e doenças, a Epagri através da Estação Experimental de Urussanga, tem a disposição para venda ao preço de R$ 30,00,   o livro ”Cultive uma horta e um pomar orgânicos: sementes e mudas para preservar a biodiversidade”.

Figura 1. A foto mostra a eficiência da calda bordalesa no manejo da requeima (sapeco) do tomateiro (à esquerda), que também ataca a batata e o pimentão, comparada a fila de tomateiros (à direita) sem aplicação da calda, totalmente atacada pelo fungo. Epagri/Estação Experimental de  Urussanga.
Ferreira On 12/22/2010 02:55:00 AM 1 comment

Um comentário:

  1. EU GOSTARIA DE RECEBER TODA INFORMAÇAO NECESSARIA PARA O PLANTIO HORTA URBANA POIS COMPREI UM TERRENO QUE DAR PARA FASER MINHA CASA E PLANTAR É O QUE EU SEMPRE QUIS AGORA CHEGOU A VEZ SÓ QUE EU NAO TENHO ESPERIENCIA DE NADA AINDA MAIS É O QUE EU QUERO GOSTEI MUITO DESTAS INFORMAÇAO QUE TIVE AGORA NESTE SAITE ESTOU MUITO SATISFEITO E JÁ DECOREI MUITAS COISAS DE COMO COMEÇAR FICO MUITO FELIZ EM RECEBER TODA E QUALQUER ASSUNTO RELATIVO PLANTAÇAO, ASS. EPIFANIO

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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Manejo de pragas e doenças com produtos alternativos recomendados ou tolerados no cultivo orgânico – Parte II

     A modernização da agricultura, após a Segunda Guerra, acrescentou, ao processo de produção de alimentos, a utilização de máquinas e equipamentos agrícolas, além de fertilizantes e pesticidas químicos, tornando o sistema altamente dependente de recursos(insumos agrícolas) externos às propriedades rurais. A aplicação dessas tecnologias acarretam aumento dos custos de produção com conseqüente aumento dos preços dos alimentos para os consumidores, inviabilizando freqüentemente as produções agrícolas e, o que é pior, com esse sistema vieram também muitos casos de intoxicações de agricultores, aumento da mortalidade de animais domésticos e silvestres, contaminação dos solos, das águas e dos alimentos com resíduos de pesticidas que afeta, direta e indiretamente, a saúde das comunidades envolvidas na produção de alimentos.
     No cultivo orgânico o homem deve intervir o menos possível no meio ambiente para não provocar o desequilíbrio do sistema. Por isso, os produtos alternativos, mesmo que não causem riscos ao homem e meio ambiente, somente devem ser utilizados quando necessários e, sempre aplicados com proteção e, tomando-se o cuidado de não deixá-los ao alcance de crianças e animais.
. Iscas tóxicas com ácido bórico - manejo de lesmas. A isca deve ser formulada com 7 partes de farinha de trigo, 3 partes de farinha de milho, 3% a 5% de ácido bórico (encontrado em farmácias) e ovos. A pasta resultante deve ser filamentosa, seca à sombra, fragmentada em pedaços de 0,5cm de comprimento e distribuída na área infestada (Fonte: Milanez & Chiaradia, 1999b).
. Iscas com plantas e sementes de gergelim e com raízes de mandioca brava ralada - manejo de formigas. O uso de sementes de gergelim como iscas, para ninhos pequenos, na base de 30 a 50 gramas ao redor  do olheiro, é útil no combate a formigas, que irão carregá-las para dentro com o objetivo de alimentar os fungos, que, por sua vez, morrem intoxicados, deixando as formigas sem alimento (fungos). Um bom método natural para espantar as formigas é espalhar sementes de gergelim em torno dos canteiros ou da área a ser protegida. Raízes de mandioca-brava raladas colocadas ao redor do formigueiro intoxicam as formigas com o ácido cianídrico.
. Cinzas de madeira - manejo de pulgões, lagarta-rosca e os fungos míldio e sapeco; nutrição. Além de um ótimo adubo rico em potássio, a cinza  controla os pulgões dos cítrus (laranja, limão e outras) das hortaliças e de outras espécies. Polvilhada sobre o solo ou incorporada a ele, controla a lagarta-rosca por um período de 10 dias, dependendo do clima. No manejo da doença do sapeco da folha, que ocorre em cebolinha verde, e em sementeiras de cebola na fase de produção de mudas,  aplica-se sobre as plantas, antes que o sereno (orvalho) evapore, 50g/m2 de cinza de madeira.
. Urina de vaca em lactação - manejo de pragas, doenças e nutrição. Indicada para hortaliças em geral e para o abacaxi, pois contém catecol, substância  que aumenta a resistência das plantas ao ataque de pragas e doenças. No abacaxi, a urina é eficiente no controle de fusariose. No geral, durante os 3 primeiros dias após aplicação, age como repelente contra insetos, principalmente a mosca-branca. Serve também como fonte de macro e micronutrientes (Fonte: Gadela et al., 2002). Coleta e preparo: coletar a urina e colocá-la em recipiente plástico fechado durante 3 dias, que é o tempo necessário para que a ureia se transforme em amônia.  Pode ser guardada por 1 ano em vasilha fechada. A coleta da urina é simples e deve ser feita na hora de tirar o leite, pois ao ter as pernas amarradas para a ordenha é normal o animal urinar. Dosagem e aplicação: para cada 100L de água usar 1L de urina de vaca em lactação. Pulverizar sobre a planta a cada 15 dias. Recomendações: toda pulverização com solução de urina deve ser aplicada nas horas frescas do dia. Evitar o uso em hortaliças folhosas e em hortaliças-frutos próximo à colheita devido ao forte odor. A urina de cabra também pode ser utilizada, mas como possui maior concentração de nitrogênio, deve ser colocado meio litro de urina para cada 100L de água. Dar preferência à urina de vacas em lactação porque tem mais substâncias (fenóis e hormônios) que as outras. O cheiro forte após a aplicação permanece durante 3 dias,  agindo nesse período como repelente de insetos.
. Bactéria Baccillus thurigiensismanejo da broca das cucurbitáceas (pepino, melão, moranga, melancia), brocas do tomateiro,  lagarta das brássicas (couve, repolho, couve-flor e brócolis) e lagarta do cartucho do milho. O produto é vendido pelas agropecuárias com o nome comercial de Dipel e diversos outros nomes. É o controle biológico, recomendado no cultivo orgânico de alimentos.
. Caldas bordalesa e sulfocálcica – as caldas possuem baixo impacto ambiental sobre o homem e os animais. O cobre presente na calda bordalesa (Figura 1) é pouco tóxico para a maioria dos pássaros, abelhas e mamíferos, porém é tóxico para peixes. A aplicação de caldas não tem o objetivo de erradicar os insetos e as doenças, mas proteger as plantas e ativar o seu mecanismo de resistência. A vantagem é que além de serem facilmente preparadas na propriedade, reduzem significativamente o custo de produção dos cultivos. Estas caldas, especialmente a sulfocálcica, são vendidas em agropecuárias já prontas com um custo baixo. As caldas podem serem aplicadas em frutas e hortaliças, seguindo as dosagens específicas e alguns cuidados no preparo e aplicação.
     Para maiores informações sobre os preparados à base de plantas, caldas e outros produtos alternativos, bem como os cuidados no uso e aplicação visando o manejo de pragas e doenças, a Epagri através da Estação Experimental de Urussanga, tem a disposição para venda ao preço de R$ 30,00,   o livro ”Cultive uma horta e um pomar orgânicos: sementes e mudas para preservar a biodiversidade”.

Figura 1. A foto mostra a eficiência da calda bordalesa no manejo da requeima (sapeco) do tomateiro (à esquerda), que também ataca a batata e o pimentão, comparada a fila de tomateiros (à direita) sem aplicação da calda, totalmente atacada pelo fungo. Epagri/Estação Experimental de  Urussanga.

Um comentário:

  1. EU GOSTARIA DE RECEBER TODA INFORMAÇAO NECESSARIA PARA O PLANTIO HORTA URBANA POIS COMPREI UM TERRENO QUE DAR PARA FASER MINHA CASA E PLANTAR É O QUE EU SEMPRE QUIS AGORA CHEGOU A VEZ SÓ QUE EU NAO TENHO ESPERIENCIA DE NADA AINDA MAIS É O QUE EU QUERO GOSTEI MUITO DESTAS INFORMAÇAO QUE TIVE AGORA NESTE SAITE ESTOU MUITO SATISFEITO E JÁ DECOREI MUITAS COISAS DE COMO COMEÇAR FICO MUITO FELIZ EM RECEBER TODA E QUALQUER ASSUNTO RELATIVO PLANTAÇAO, ASS. EPIFANIO

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